Optei hoje por um título sucinto, é mesmo do que vou falar. Superficial, profundo como maneiras de estar; o que são? Será que é preferível ser superficial com algumas pessoas, revelando a nossa profundidade a quem sabe lidar com ela?
Em primeiro lugar, definir os termos:
Superficial - ...pouco profundo; pouco fundamentado; sem descer a minúcias; leviano; aparente.
Profundo - com intuito de simplificar tomem como profundo o antónimo de superficial.
Agora, quanto ao meu ponto de vista, podemos dividir as pessoas em vários tipos de profundidade: "aquelas que não passam dali", vulgo FT, aqueles que são mais ou menos profundos, aqueles que fingem que são profundos e aqueles que fingem que são superficiais. A maioria das pessoas profundas conseguem dar-se com gente superficial, tendo um mínimo de humildade e paciência para aguentar as conversas sobre a superpop, morangada e street racings. Já as pessoas superficiais não se conseguem envolver numa conversa profunda, visto que não passam dali. Não estou a dizer nada de mais, é o habitual. Também os superficiais que têm a mania de ser um poço de cultura acabam por esbarrar na parede da sua ignorância e irracionalidade e ser motivo de chacota para todos, genial mesmo essa gente!
No entanto aqueles que apelam mais ao meu interesse são os que descem ao nível da superficialidade quando afinal são gente que pode algo mais que isso. E este curioso grupo de gente foi-me apresentado por uma senhora, que por acaso também lê este blog (como toda a elite cultural devia fazer...isto é só gente 5 estrelas), quando me levava para casa do meu rico paizinho. A superficialidade traz alguma felicidade na vida (felicidade que só a percepção da realidade estraga completamente), o fingimento desta traz outras coisas, nomeadamente alguma discrição, já que somos mais uma pessoa superficial a que ninguém vai ligar, permitindo-nos uma paz relativamente alta; e aceder a certas pessoas com quem seria praticamente impossível a comunicação sem recorrer a temas insípidos. Ora vejamos, recordo com nostalgia o tempo em que baixei o grau da minha conversa aos níveis da...ralé do 11º... só para ouvir o...adivinhem... FT ressoar no pátio as seguintes linhas que ainda hoje inspiram os maiores pensadores da humanidade:
"política? eu quero é gajas!"
"Pois, eu não gosto de me sujar muito, depois de bater uma tenho o lencinho sempre à mão."
Digam lá se não é um prazer ouvir tais palavras! Ainda me vêm lágrimas aos olhos sempre que penso neste poço de... cheio de... fogo, é complicado elogiá-lo, o homem dispõe de tantas qualidades!
Claro que fingir traz certas desvantagens, o facto de babar na almofada à noite (podiamos chamar-lhe incontinência oral, sim, acho que é um bom nome!) e de ao fim de algum tempo começarem a crescer borbulhas no topo da cabeça e couves-flor no pénis. ----> diarreia mental ou seja.
Claramente uma das desvantagens é uma certa repulsão que algumas pessoas boas sentem por gente que lhes começa a parecer superficial. Enfim...
Eu apoio a vida vivida como Ulisses. Ulisses trabalhava nas obras como imigrante ilegal...pera, não é este Ulisses. Ulisses era um homem astucioso... acho. E todos devemos ser. Aquele que tem 2 dedos de testa percebe que não se pode revelar da mesma maneira a toda a gente. Criamos estratégias para definir as pessoas, parecemos agradar a todos porque há inimigos que não se quer, há uma estratégia a seguir na vida para chegar a tal objectivo. É um jogo de xadrez, escrevemos na agenda as jogadas simples e prevemos na cabeça respostas a jogadas complexas que executamos ou não segundo os ganhos. Só o sociopata enfrenta todas as batalhas... e o Donalde Trump... e o Bill Portas... e o Marques Mendes mas esse é baixinho e esquiva-se aos golpes altos...e um pouco ao atirar pó trissómico.
Em jeito de conclusão (como diria metade do campus de medicina em jeito de falta de léxico para substituir o bordão por palavras que não soem tanto como o Paulo Bento ou o Cristiano Ronaldo) convém assinalar a importância da superficialidade! E por mais estranho que isto possa parecer, é realmente importante a última! É esta que nos relaxa no fim de um dia stressante, é desta que nos rimos. Sem mediocridade não haveria humor e eu julgo partilhar com os leitores do blog (o meu cão Nero e o presidente da câmara de vinhais lá do meio, um pouco mais para baixo) uma estima pelo esforço herculiano do nosso treinador (sim, eu sou do sporting) quando tenta não repetir a última palavra ou arranjar um sinónimo para tranquilidade!
Para amenizar (espero estar a utilizar a palavra correctamente) o ambiente um pouco, citarei algumas orações brilhantes que ouvi nestes últimos dias:
"Sim mas no fundo todos queremos morrer" (tudo bem para um emo...não a prof. de BMC)
"Suicídio celular" (lembra-te macrófago, corta os pseudópodes na vertical!)
"Eu até vos percebo, eu estou muito com os meus jogadores da vossa idade, no hotel, nos balneários..." (nos quartos...ai o senhor selecionador de rugby! Sem faltar ao respeito, afinal de contas deu a melhor aula de introdução à medicina deste ano)
Com isto quero finalizar agradecendo a todos os que tornaram este post possível:
-Eu
-Nicola Cafés
-Kummando
-LW
-N.
-Aquela chata que está a ler este post que me deu a ideia(inserir aqui expressão revelando sarcasmo que deverá ser dita em tom de desdém)
-Staff integral da FML e HSM
-Cláudio Ramos, menina dos meus olhos
-Cadbury
-Vaselina Maria Inês
-FT
-Equipa portuguesa de ciclismo do ano de 1976 (leia-se mil nove e setenta e seis)
-Fermento royal
-Bolachas de manteiga da panicoelho
PS: a todos os que ainda tiverem paciência (e se chegaram aqui é por que têm) recomendo o blog de um amigo meu, dedicado aos entusiastas da fotografia - http://golpe-de-vista.blogspot.com/ - simples, actualizado diariamente, com a promessa de uma nova peça de arte em cada post, seja dele ou de outro autor. Vale a pena tirarem uns minutos para apreciarem certas peças!
1 comentário:
procurar sempre melhorar, caso contrário, um dia, alguém se refere a nós nos mesmos moldes, ou seja, tipo cão amestrado.
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