terça-feira, agosto 07, 2007

Mens sana in corpore sano

Exercício físico, o que podemos dizer sobre ele? Em primeiro lugar, aprendi em medicina preventiva que faz bem. O que faria sem os conhecimentos dessa disciplina...

Agora tentando falar um pouco mais a sério, aconselhava a todos os que não o fazem a tirar os glúteos do sofá\cadeira\cama e ir dar uma volta. Dobro o conselho aos que sofrem de angústias existenciais como eu.

E agora, no cantinho da tertúlia cor-de-rosa, de onde surge este conselho?

Estou de momento em casa do meu pai, desde quinta-feira. Esta habitação que mais se assemelharia ao cantinho das fast-food do Colombo num passado não muito longínquo é agora um cenário daqueles que acabam por ser filmados na TV com um apresentador num fato de lycra justo a fazer "biceps" em frente a uma câmara enquanto as velhinhas em casa acompanham. Volta de 180º devido à dieta do meu paizinho. E no espírito da dieta (eu não seria tão maquiavélico ao ponto de comer sofregamente batatas e chocolates em frente à minha entidade paterna que se tem portado tão bem) tenho feito a minha quota de esforços, substituindo metade da coca-cola por leite, bolachas por pão e evitando os chocolates (que se tem verificado similar à privação do sono). Entretanto a Natasha pegou-me o bichinho da bicicleta, tarefa fácil já que a última vez que me sentei numa foi há meia década quando o meu tio ainda não se tinha metido no vício de bater com a cabeça nas paredes até sair massa cefálica. Hoje finalmente, após a compra de uns pedais novos que a antiga bicicleta precisava, fui dar umas voltinhas pelo bairro. Convém referir que a antiga bicicleta é estupidamente melhor que a minha bicicleta de Rio de Mouro, ainda antes de ela ter sido desmantelada pelo meu primo que precisava de espaço para a dele (eu adoro a minha família).

A ferrugem não ajudou mas senti-me nas núvens. Sou, como muitas pessoas que conheço, um poço de interminável frustração e ansiedade proveniente do meio que me rodeia e os meus próprios receios. No dia-a-dia tentamos sobreviver, empurrando para o fundo as constantes ideias menos positivas que vão surgindo. Mas enquanto estava a pedalar, a pensar na estrada, a observar a paisagem, o resto da minha mente parou. Provavelmente até ao momento em que me espalhei no meio da estrada. Nesse momento foquei-me mais em voltar para casa com uma perna ligeiramente ensanguentada e extremamente dorida.

Hoje sinto-me melhor, pela comida mais saudável que tenho ingerido e pelo desconforto nas minhas pernas. E apesar desta última sensação não parecer positiva, lembra-me que sou humano e que posso melhorar a minha condição física e psicologica. Até informação em contrário, o céu é o limite!


Acabando com a tertúlia, até porque vou jantar fora e já me estão a chamar, sinto que há uma pequena lição a tirar: não há uma mente sã num corpo doente. Atendendo que a saúde é relativa aos handicaps de cada um (mais uma cábula da OMS que aprendemos em medicina preventiva). Talvez neste minuto já esteja a conspirar contra as reuniões de família mas por uma hora no dia7 de Agosto de 2007 eu senti que nada existia senão a rota para casa e o horizonte por descobrir. O que é sempre bom quando a minha namorada está fora de férias e portanto não me pode fazer esquecer tudo o resto de momento.

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