quinta-feira, janeiro 17, 2008

Uma observação muito pequena

O Simba, o rei leão, manda-chuva da savana, etc e tal já foi desenhado de todos os ângulos possíveis e imaginários.


Fica a pergunta:


Onde está o pénis?



No seguimento desta mesma pergunta -- retórica pois toda a gente pode constatar que o Simba não tem pénis (não dêem a desculpa do pêlo que o gatinho anda sempre muito tosquiado para um pedaço de metabolismo que vive na selva) -- fica outra questão a que não se pode fugir:


Se o Simba não tem pénis, como é que tem uma filha?


Tendo em conta que também não lhe vimos os testículos, se não for uma menina então estão internos e nesse caso os espermatozóides seriam inviáveis. Mas, supondo que os bichinhos do amor do Simba são revestidos a alumínio e o que mais usam para fazer os termos da comida, onde é que um felino (acertei?) tem acesso a fertilização in vitro?


A única explicação plausível é que ele tenha adoptado! As revistas dos podres da savana vão adorar saber isto! Além de que a ilegitimidade da filha pede a conclusão de que ela não é herdeira ao reinado da selva!


Se calhar era melhor começarem uma república, isto de monarquias já teve o seu tempo...

terça-feira, janeiro 15, 2008

Colecção “profissões valorosas que honram o nosso país” (da Agostini)

Uma mão firme, certeza capaz de mover multidões, anos de experiência, a expectativa em volta, uma tensão quase insuportável. Naquele momento só existem 3 porções inteligíveis do universo: o paciente de um lado, o objecto afiado, pronto a penetrar com precisão no alvo, estabelecendo união com aquela pessoa essencial, ferramenta nas mãos de Deus, o juiz da balança e os pratos em simultâneo, a quem deve a vida e a morte – aquela pessoa que pica as facturas e senhas da cantina.

Se todos os elementos do staff do refeitório da UL são essenciais, a senhora de óculos que arquiva as senhas naquele filho de picador de gelo e pisa-papéis é indispensável e insubstituível. Imaginem um mundo onde a mesma senhora que punha as escassas saladas que são pedidas também tivesse que picar a senha! Ou pior, na ausência de picador, depositá-la numa caixa, deixando-a intacta, virgem. Este é um mundo governado pelo caos, sem ordem na cantina, onde cada senha se vale por si numa selva (pouco) nutritiva que não foi talhada para ela.

Obrigado senhora que pica as senhas e facturas e que à vezes também dá a coca-cola quando eu peço uma.

domingo, janeiro 13, 2008

365+ round up

Após um extenso período de férias (metáfora para lacuna do tempo sem aulas mas acrescido com responsabilidades como levar o avô ao restaurante, frequentar centros comerciais numa infindável busca de um produto que ninguém sabe o que é e visualização de filmes do século passado que nem quando saíram foram considerados bons – sim, isso é uma responsabilidade) voltei para arrasar! E, para aqueles que ainda não notaram, o título refere o aniversário do meu blog! Sendo que as duas palavras seguintes referem que este texto será uma introspecção acerca desse mesmo período. Perdoem qualquer erro ortográfico mas dói-me o polegar direito.

Como já devo ter referido muitas vezes, este DoaL nasceu como a Fénix, das cinzas do que a minha vida se tornara na altura. Agora deixando as metáforas à moda de escritor demasiado inseguro com a sua sexualidade, o ano 2007 começou realmente mal. Utilizando agora uma metáfora mais máscula, senti na minha pele o embater de vários camiões de lições de vida (camiões porque não há nada mais de homem que um carro enorme sem visibilidade nenhuma). As várias histórias que me fizeram crescer, e principalmente rever-me, estão aqui semeadas e reproduzir qualquer uma de um modo resumido retiraria toda a piada e sentido da própria (termos meigos para dizer “leiam o blog se quiserem saber mais").

Claro que no seio de tal revolução interior teriam que haver consequências exteriores. Acabei por cultivar (um jardim de flores?) um grupo muito restrito (de gnomos?) de amigos, todos dignos de (um par de estalos?) pertencerem à linha da frente na luta contra (a SIDA?) a de-evolução que se faz sentir em Portugal e todos os países outrora desenvolvidos e em desenvolvimento (simultaneamente, não 2 grupos em separado). Encontrei uma namorada espectacular em todos os sentidos e tornei-me numa pessoa melhor em certos aspectos (mais no desenvolvimento deste testamento).

O blog experimentou um crescimento de leitores durante algum tempo, sendo essa expansão a causa primordial à regressão seguinte. E agora a frase que tenho estado à espera de dizer:

Eu sou uma prostituta.

Apelo a todos os homens de bigode farfalhudo e camisola de alças de rede branca para manterem as calças para cima; não, eu não sou esse tipo de prostituta e com tanta pornografia na Internet não percebo o que fazem a ler o meu blog. Eu sou uma prostituta como as editoras discográficas de grande escala. O crescimento do número de leitores deixou-me de certo modo contente e acabei por me desviar do objectivo principal do blog, originalmente guardar as minhas crónicas e dar-me um projecto ao qual eu me podia dedicar e que fosse o mais fielmente um espelho da minha personalidade. Comecei a pensar em produzir mais textos e captar mais gente. Cedo demais estava a publicar peças que não correspondiam a toda a qualidade que garantiu que os fãs de morangos com açúcar não vinham a este site, que não eram excelentes mas apenas boas ou muito boas. E, como o diz que é uma espécie de magazine, muitas pessoas continuaram a vir na esperança de uma boa crónica ao passo que outras abandonaram a lista de frequência regular.
Esta queda na qualidade foi tão evidente que eu próprio me desinteressei de escrever aqui e parti na busca de outros interesses. Ainda tentei por momentos obter um novo contributo para a qualidade do DoaL (como os sitcoms habituais que introduzem uma nova personagem quando já não têm mais ideias para me fazer rir) mas, como já devem ter reparado, a frequência de produção textual do Diogo Santos é igual ao copo de iogurte (não procurem sentido aqui, eu queria dizer que ele nunca escreve e ocorreu-me o pequeno almoço desta manhã). Felizmente no tempo em que estive ausente surgiu uma ideia, plágio de tanta gente, para produzir conteúdo de qualidade além das habituais crónicas. Como dizem que uma imagem vale mais que mil palavras, este será um local onde também vou publicar algumas das fotografias que tirar com a minha nova câmara, uma Canon SX-100 (não é uma EOS400 como queria mas no ramo das point-and-shoot é muito boa e tem várias opções das reflex que a tornam extremamente versátil, ainda que compacta… qb). Também é importante este novo tipo de publicação já que é muitas vezes impossível descrever certos momentos enquanto o grafismo consegue transmitir melhor todo o conceito que eu assimilei de determinada situação.
Concluindo, dou a minha palavra que tentarei prosseguir o projecto do Draft of a Life com devido empenho, qualidade assegurada e devida variedade, já que do mesmo modo a vida não é feita somente de introspecção, não comprometendo esta de modo algum a anterior.

Este ano obrigou-me a experimentar muitas situações que nunca esperava ter-me envolvido. E tanta “marretada” podia ter surtido melhor efeito durante as férias de natal mas… não. O tempo livre que tive para mim foi desperdiçado mas felizmente passou na televisão o melhor antídoto para a preguiça: o namorado da minha ex apareceu na sic como o melhor aluno de não sei onde que ganhou uma bolsa de não sei o quê. E de repente eu percebi que, não sendo para mim passar a vida debruçado sobre os livros, também não fui criado para subaproveitar o meu potencial, a minha criatividade e know how generalista! Ramo da medicina de lado, as probabilidades de ser conhecido pela minha facilidade em determinada área são escassas, consequência da minha perpétua vontade de perceber tudo e conhecer tudo. Assim, resta-me aproveitar o conhecimento que assimilo e capacidade de raciocínio para me salientar… se quiser. O que até calha bem sabendo que eu defendo o equilíbrio.

Convém fazer um pequeno aparte, não nutrindo qualquer sentimento pela minha ex, continuo e continuarei a sentir uma grande (enorme) necessidade de ser sempre melhor que o namorado dela, nem que seja para provar que sou o melhor partido. Não estou a fazer mal a ninguém, pode não ser bonita esta faceta de mim mas a vontade de ultrapassar certas pessoas foi em 90% da minha vida a motivação que me ajudou a atingir os meus objectivos. Sim, eu não olho muito a meios para atingir um fim.

É desconfortável fazer um apanhado de um ano porque este não é simultâneo em relação ao ano lectivo, que na sociedade actual é o verdadeiro relógio biológico. Parece que de alguma maneira se fala do período que começa depois das férias grandes como um segmento em separado e como não estou para contrariar este impulso assim farei. O 2º ano está a ser muito engraçado mas algo de estranho se passa. Estou a referir-me ao facto de “a irmandade” estar muito dissolvida. E quando falo na dissolução da irmandade refiro-me à ausência de um senhor Mário que aparenta estar a estudar a todas as horas do dia, non-stop, abstendo-se de frequentar os habituais jantares no toscana, já para não falar da noite de póquer. Adicionando ao facto de um senhor Diogo estar viciado na cultura japonesa de tal modo que a esperança de ouvir qualquer outro tópico da boca dele se ter desvanecido completamente, quem sofre é o restaurante que não nos vê sequer quinzenalmente. E eu que deixei de ter “a irmandade” para discutir assuntos sérios e digerir muitas ideias demasiado cruas para serem integradas na minha psique. É pena e espero que isto mude. A formação de um grupo como o nosso é um processo extremamente complicado, sensível e apenas possível em situações muito específicas. Atrevo-me até a dizer que este grupo é insubstituível (mentindo obviamente porque tudo é passível de ser substituído de algum modo, nem que seja por droga).

Pronto, eu digo a verdade, apetece-me dar-lhes um par de estalos para ver se acordam para a vida!

Em contrapartida fui fagocitado (não acredito que usei esta palavra) para o grupo de amigos da minha namorada, um grupo muito descontraído a que me sinto muito feliz por pertencer. Sim, as minhas histórias terão novos protagonistas, muitas aventuras em locais variados sem um cão de nome Faial ou duas gémeas extremamente irritantes (nós sabemos qual é o único proveito que se pode tirar de gémeas, no próximo texto conto-vos quanto é que a minha namorada me bateu por ter dito isto).

Agora vamos ver se o próximo texto é menos Nicholas Sparks e mais Samuel L. Jackson (no filme Pulp Fiction).


Beijinhos e abraços, um bom ano com muito Draft of a Life e poucos bebés acidentais.
Viva os cães de loiça!