domingo, janeiro 11, 2009

Do frio

Para aqueles que não percebem nada de meteorologia eu explico-vos de onde vem este frio que tem assolado Portugal nos últimos dias.

Tem tudo a ver com a recessão económica.

A explicação é muito simples logo não me vou alongar muito. Os países nórdicos são habitualmente devastados pelas temperaturas tão baixas que fazem de um frigorífico um lugar simpático onde passar férias. Felizmente eles trabalham para aquecer, ao contrário dos preguiçosos do sul da Europa que fazem de tudo para viver das tetas do estado. E como trabalham para aquecer têm dinheiro para comprar ventiladores proto-nucleares (porque toda a gente sabe que nucleares só saem para o ano que vem) e ter a casa suficientemente quente para as focas e os pinguins não quererem lá estar (o que pode sempre ser um grande problema porque os pinguins apesar de andarem de fato dão-se com as piores companhias imaginarias, provocam uma vizinhança horrível). Apesar de todo o empenho dos nórdicos no isolamento das suas casas (redirecciono para o início do parágrafo em que mencionei que eles trabalham… se tivessem lido em vez de passarem à frente já sabiam… mas não esperava nada de calões como vocês), escapa sempre algum calor, que somando todas as habitações da Noruega, Finlândia e outros países que alguém que perceba de geografia teria mais facilidade em enumerar, provoca uma onda de calor considerável, neutralizando assim “os frios que vêm do norte”. O problema é que com a recessão económica, os senhores de bigode ruivo chamados Sven decidiram baixar a temperatura das suas residências e passar a usar calções e t-shirt. É pior que andar nu em casa no que toca a sodomia mas ao fim do mês ainda se poupa bastante na conta da electricidade. Mais uma vez somando a redução no aquecimento pessoal de todos os Svens, a onda de calor cai consideravelmente, não neutralizando na integra o frio que vem da terra marcada com um eixo preto no meu globo (deve viver lá o Batman ou qualquer coisa). Os frios descem por aqui a baixo e chegam ao sul.
Mas nós não temos casas isoladas. Nós somos uns procrastinadores que não trabalham nem que a empresa esteja a ir à falência por incompetência nossa. Nós não podemos comprar aquecedores mais fortes! Nem sequer pagar a luz que eles consomem! As nossas casas são feitas de materiais que nem seriam utilizados noutro lado para construir celeiros! Estamos a contar com os Svens para resolverem os problemas lá de cima e eles fazem-nos isto! Não dá, o Sócrates tem que fazer alguma coisa porque o frio não me dá vontade de trabalhar e depois chego tarde ao correio e nunca mais recebo o cheque da segurança social.

Portanto a culpa é dos Svens! E do Sócras, o homem mais pior do mundo e extremamente mau também.

Eu, sozinho

Frio… que frio desolador. Frio da alma, frio do corpo, este frio atravessa-nos como estacas. Vem calor, estou farto do quadro eléctrico ir abaixo à conta dos aquecedores!

Hoje venho discutir um acontecimento um tanto quanto curioso da minha vida. Já passou algum tempo desde que acabei com aquela minha última namorada, não sei ao certo, foi um caso que não mereceu tanta atenção, apesar de merecer ser celebrado, não merecem celebrações as correcções dos nossos erros, especialmente quando extremamente fora de prazo. Já passou algum tempo mas só esta quarta feira, sentado no comboio, olhando em volta, sem mp3 ou livros para ler, fitei o momento e percebi, “agora estou realmente bem”. Bem num sentido caricato, digamos. Continuo com exames por fazer, ginásio por frequentar e ainda não apanhei as estrelas todas do super Mário 64, bem porque sou eu, sozinho.

Eu, sozinho, é uma expressão que a princípio pode parecer-se com um título de filme daqueles que se espera pela estreia na televisão para ver 2 meses mais tarde quando não há mais nada mesmo. Mas na realidade refere a minha paz interior, finalmente obtida sem necessidade de um apêndice. Verdade seja dita, sempre tive uma certa necessidade de me completar com uma mulher a meu lado. Mas hoje completo-me a mim mesmo. Isto terá obviamente várias razões para ocorrer agora, sendo as duas que merecem maior destaque a maturidade e os amigos. Sem ambos não seria possível ter atingido este nirvana pessoal.

Isto não quer, de modo algum, dizer que desisti de relações. Mantenho-me “no mercado”, utilizando a nomina apropriada. E nessa metáfora, se os homens são os compradores, sou um comprador ainda mais picuinhas do que era antes. Tenho um tempo limitado, tenho os meus momentos de reflexão tão importantes, as jantaradas com os amigos e a minha hoje tão estimada liberdade. Uma mulher tem sempre um impacto na nossa rotina, a qual estou muito afeiçoado agora. Portanto precisa de muitas qualidades se quiser desviar a minha atenção do atentado ao meu espaço vital que almeja.
Em retrospectiva, é impossível que esta seja a primeira vez que me sinto assim. No entanto a profundidade e consciência da posição em que a minha mente se encontra é bastante mais significativa do que antes. Sinto-me… quente.

…mas tenho muitas saudades de sexo…

Onde é que se arranjam amigas coloridas?