Recentemente tenho vindo a desenvolver uns atritos com a minha faculdade. Pronto, desde há quase 6 anos que desenvolvo atritos com a porcaria da FML. No entanto o que se tornou um amor afectuoso por uma máquina estragada, como o ursinho velho das crianças ou o estado social dos adultos, tornou-se há poucos meses num ódio intrínseco que apenas se desvanecerá no dia em que eu estiver acondicionado numa bonita urna (sim, cremado).
O que descobri muito recentemente é que a minha faculdade está intencionalmente e de uma forma pouco subtil a tentar provocar uma espécie de purificação da espécie, a criação de uma aldeia fechada constituída somente por médicos e a sua descendência.
E este facto é rapidamente discernido pelos meus colegas, assim lhes seja apontado. O número de relações afectivas dentro do curso é abismal, com todos os efeitos deletérios que implicam (casais que se separam, procedendo a marcação de território e divisão de bens – amigos. Felizmente não recorrem a urina… que eu saiba).
Claro que o protótipo de colega concordaria com a afirmação acima mas diria que tal é “obra do acaso”, ou atribuiria este fenómeno de inbreeding à compatibilidade entre estudantes de medicina, essa raça tão devota ao intelecto…cof… e astuta…cof. Vá, bêbados e incultos em 99.8% dos casos.
Mas não. A prova viva está mesmo à frente do meu nariz: os exames. Estes são o derradeiro instrumento de controle das massas estudantis. Em todo o meu percurso de faculdade nunca tive uma época de exames a coincidir com as outras faculdades e assim a hipótese de estar de férias com outras pessoas que não fazem piadas com fluídos corporais torna-se diminuta. Os festivais como SBSR e outros com siglas e artistas são sempre antes ou em cima “daquele exame super difícil”. Uma vez seria coincidência. Já lá vão 6 anos e as únicas épocas de exame que não seguem esta regra são 4ªs e 5ªs fases, inventadas por despacho em Maio do ano seguinte, para passar a malta (se não se ensinam médicos, passam-se médicos administrativamente).
Espero que todos se estejam a divertir neste carnaval. Quanto a mim, vou continuar a estudar e esperar que se arranje uma porcaria qualquer em Março para ir dar uma volta com a minha namorada que não inclua a rota casa-macdonalds/H3-casa.
Este texto foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico do proof-reader do meu PC.
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