Já passaram muitos dias desde que escrevia algo neste cantinho. Deve-se principalmente ao estudo intensivo a que tenho sido sujeito, recuperar o ano inteiro de "calanzisse". Tive no entanto a oportunidade de continuar uma viagem na descoberta sociológica deste meio. O meu cão está farto de ouvir falar da faculdade portanto hoje vou falar também da faculdade e outros afins. O tema será o
"Sindrome universitário"
Sim, o homem comum pode vir a padecer deste sindrome ao entrar na universidade. A manifestação principal é um completo desleixo com todo e qualquer assunto da actualidade. O sujeito torna-se num falso adicto a festas universitárias, desprende-se do contexto social e re-vive para a popularidade. Portanto é no fundo serem adolescentes só que utilizam muito a palavra "maturidade", normalmente associada a copos com uma bebida amarelada lá no meio. Também existe a variante feminina que passa por andar o dia todo com um sorriso de plástico de orelha a orelha, vir-se cada vez que um veterano fala com ela e ocasionalmente beber demasiado e passar "para o outro lado". Atracção fatal, não é?
Claro que também houve pelo meio o acontecimento mais badalado do ano (no meio): a festa da minha namorada! Com alguns percalços no meio, acabou por se organizar, acoplando vários dos seus amigos ao restaurante Pasta Caffé em Lisboa. Foi...diferente. Isto porque já não estou muito habituado a estar num grupo grande e as pessoas serem divertidas sem usar a expressão "bota abaixo" 30 vezes.
(Por esta altura relelmbro que os meus "julgamentos rápidos" serão árduamente criticados por certas pessoas. Por tudo o que é mais sagrado, se são os mesmos argumentos do costume, guardem-nos, já me conhecem! Continua a ser errado ser idiota em público mesmo que se seja um génio em privado.)
Ouvi falar de uma associação de estudantes a sério, discuti sobre metafísica, informática, aulas, relações, couves, bróculos, facas gordurosas que ainda não foram usadas. E ri-me até rebentar com as cordas vocais! Além de ter sorrido a sério! Já me viram a sorrir a sério? Só a minha N. para ter amigos tão fantásticos! E nenhum era amigo de faculdade se não me engano.
Será que na faculdade as pessoas mentalmente aptas deixam de conseguir encontrar outros mentalmente aptos? Talvez porque está "tudo ao molho", centos de gente numa festa em que um punhado não se está a divertir porque está a segurar um colega na sua jornada pelo gregório ou porque contempla uma reacção em cadeia de carneirismo em que todos se divertem porque os outros estão... fica a pergunta.
Sei que, como já tinha referido, já debati talvez demasiado acerca deste assunto. Sinto no entanto que devo expressar a minha opinião sobre os "brainwashed" da faculdade até finalmente chegar a uma conclusão perfeita e por outro lado o advogar da minha revolta talvez se transmita a outros leitores que se identifiquem com o problema. Eu não sou M.A.T.A. nem anti-M.A.T.A., a tradição académica tem os seus aspectos positivos desde que não seja levada a extremos. Temos no entanto que romper com a tradição de acefalia, ter mais de 18 anos não significa ser responsável, significa ter a obrigação de ser responsável. E ser responsável não implica não nos divertirmos, aliás não acredito que a maturidade e diversão estão no fundo da garrafa de cerveja.
Como no anúncio dos moteis, "um dia todos os indivíduos serão assim". Maduros, responsáveis e com sentido de humor. Talvez eu não seja isso tudo mas é certo que tento atingir esse objectivo, não me engano a mim próprio numa festa em que estou por conformismo, a beber por conformismo e inevitavelmente "chemically amused".
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