quinta-feira, novembro 15, 2007

The earthling point of view


O tema de hoje é inspirado na 9ª temporada da série StarGate SG1. E para rapidamente satisfazer a curiosidade de uns e segurar a grande massa de gente que está prestes a carregar no botãozinho da cruz ali ao canto, não vou falar da série mas sim de religião!


Porquê falar de religião? Afinal de contas o eixo do mundo já deixou de ser o Vaticano desde que saiu a primeira (ouvi dizer que já há uma segunda) sex tape da Paris Hilton! O ritual de ir à missa todos os domingos já só é praticado pelos nossos avós, ladrões saídos de filmes dos anos 80 e irmãos com sentimentos de inferioridade. Na minha opinião pessoal este é, no entanto, um tema bastante interessante pela sua grande controvérsia. Aqueles que já me ouviram falar sobre o tema não verão muito mais adiantado e aqueles que foram agraciados com o meu silêncio estão prestes a... deixar de o ser.



No nosso mundinho ocidental quando se trata de religião é mandatório passar pelo vaticano, comprar uns "boble-head" do Bento XVI, um terço para juntar à colecção e dizer umas quantas palavras com um fervor desmesurado. Até faz sentido já que a religião católica ocupa uma posição central e sem dúvida está na linha da frente na luta contra a extinção de métodos antiquados de controlo das massas.


Se perguntarem a um padre se Deus é sensato, claro que ele dirá que sim. Inconvenientemente isto leva à outra pergunta, então se ele é sensato porque é que as suas posições são tão insensatas? Ou serão mesmo as posições dele? Por exemplo, Deus é omnipresente e omnipotente (a discussão destes dois temas terá que ser posta de lado que eu gostava de acabar de escrever neste século), logo se queremos falar com ele, confessar-lhe o que for, basta-nos abrir a boca e, sem surpresas, falar! Então porque nos temos que confessar ao padre? E porque temos que rezar "orações"? Deus é suficientemente inteligente para perceber português corrente e até crioulo (o que dá sempre jeito devido à grande religiosidade que apresenta a xungaria, denotado tal facto pelo sempre presente crucifixo pendendo no seu pescoço), tal como todos os santos! E porque é mandatório frequentar a missa todos os domingos? Deus disse "amai uns aos outros" mas proíbe as relações sexuais sem o intuito de procriar? Pelo menos na bíblia, o tão aclamado livro d'Ele, o diz. E não é só o prazer carnal que é proibído. Todo o prazer está totalmente para lá da cerca, temos que ser bem miseráveis aqui se queremos o nosso quinhão por cima das nuvens!

A outra hipotese é a de Deus não ser a figura retratada na bíblia, o que me parece mais razoável. Não vão procurar no Corão que também duvido que lá esteja, fosse esse o caso então também não estariam a acompanhá-lo justificações para a realização de atentados e cruzadas.


Hoje em dia somos diariamente ameaçados por gente manipuladora que quer algo de nós, muitas vezes organizações. Companhias de seguros, a TVI, as igrejas, o Francisco Louçã e a Lili Caneças todos têm algo que os une: se não tiverem patinhos que lhes dêem importância, deixam de existir (e digo isto tão literalmente quanto possível). Então todos se valem das armas que têm à disposição, gráficos que demonstram a probabilidade de uma crise vulcânica na nossa sala de estar, o Big Brother, salvação ou danação eterna, um país que mais parece o mundo encantado dos brinquedos do continente ou a promessa de uma pele mais firme sem pregas soltas na próxima edição da Flash, para nos caçar e manter. E assim o leitor se pergunta "então deviam libertar as restrições que defendem como o uso do preservativo para ganhar adeptos, não?" Não, são essas restrições que alimentam a fé cristã! Quando o seguidor faz o bem bom com a menina de 18 aninhos com borrachinha vai logo à igreja confessar-se e aproveita para aliviar os bolsos do dinheiro que é tão pesado! E vale a pena pertencer a um grupo cujos membros não são minimamente filtrados? Se não fosse difícil ser 100% católico nem valia a pena ser-se um! Até podiam ganhar um dinheirão a fazer autocolantes para colar no carro com percentagens de catolicidade, podiam banhar outra cadeira a ouro com os lucros. E que seguidor fervoroso e (sobretudo) casto quer ser posto no mesmo saco que o vizinho loiro que recebe uma moça diferente todas as semanas no conforto da sua cama?


Claro que abandonar todas as religiões deixaria um vazio no campo da adoração Divina, campo esse que poderia ser abordado pelas companhias de seguro, realizando apólices de protecção divina e reservando lugares no céu em caso de morte e cobertura juridica em impasses com o inferno. Eu tenho uma ideia melhor. E a minha ideia é a seguinte, tendo em conta que só funciona com indivíduos monoteístas:


  • Deus é omnipresente pelo menos. Podemos falar com ele quando quisermos ou precisarmos e confesso que é um bom ouvinte. Não é necessário nenhum outro interveniente na comunicação.

  • A única vontade de Deus é que sejamos bons. E ser boa pessoa não é algo que necessite de muita explicação. Apenas temos que fazer pelos outros o que gostavamos que fizessem por nós, desde que não sejamos masoquistas em que é inverso o caso.

  • A outra vontade de Deus é que sejamos bons conosco próprios, algo que a maioria das pessoas tende a esquecer-se. Não é a vontade de Deus que o idiota mal educado nos passe à frente na fila dos frangos! Até porque não estamos só a ser maus para nós proprios, estamos a negar ao (inserir palavra insultuosa referente ao gajo de bigode e bochechas vermelhinhas) o direito que ele tem à crítica construtiva e consequentemente a impedi-lo de ter acesso à ferramenta indispensável do auto-melhoramento: a necessidade de conhecer os nossos erros.

  • Quanto a temas controversos como por exemplo o aborto, é difícil de conhecer a posição d'Ele sobre o assunto. Cabe à nossa sensatez a procura pela resposta e a acção conforme. Porque assim se não agirmos da forma correcta tal se deveu apenas à nossa falta de iluminação. Não devemos confiar na opinião dos que afirmam estar mais perto de Deus ou ter maior autoridade para falar no nome dele. Somente pelo facto de estarmos todos tão perto de Deus quanto os outros. Apenas não ouve quem não quer e podem ouvir de diferentes formas pessoas distintas. Chama-se-lhe consciência.


Se Deus é tão justo quanto dizem, e eu acredito que sim, estas quatro directrizes seriam a voz d'Ele e não um livro que fala na Sua criação em sete dias, nas atrocidades que o colocam entre o regime nazi e o comunista e nas suas regras que não fazem algum sentido.



Quero aproveitar para mandar beijinhos à minha mãe já que ela anda muito triste porque nunca foi mencionada no meu blog. Pronto, já está.


E finalmente termino com a frase da semana, da minha autoria:


"o cocó dos brasileiros cheira tão mal quanto o nosso (logo posso usar o vocabulário que quiser)"



Até amanhã e não digam frases idiotas no fim do telejornal como faz o José Rodrigues dos Santos no Jornal da Noite da RTP.

1 comentário:

Anónimo disse...

senti com este post que ias entrar num Assunto mas nunca conseguiste chegar exactamente Lá. para ser brilhante tenta usar menos o preconceito e mais o exemplo prático, para nos por apensar sem aquela sensação de choque que é PENSAREM POR NÓS!!!! ;)