sexta-feira, fevereiro 06, 2009

8 Core

Estou doente. Não se queixem.

Estive a pensar no que é o amor. É uma das perguntas proibidas, o amor não existe, da mesma maneira que um pensamento abstracto não tem base física (mesmo que uma determinada estrutura, posicionamento e concentração de químicos lhe possam dar origem, efectivamente não se olha para eles e se vê um pensamento). O amor é uma construção mental que terá tantos significados quantas pessoas existirem. Para quê discutir o amor?

Pela mesma razão que se discute o sexo dos anjos ou o sporting-benfica. Porque existe, se bem que apenas dentro das nossas cabeças. E no sentido de crescermos como seres humanos, devemos tentar encontrar um suspiro de lógica no sentimento.

Durante muito tempo bati com o pé no chão, "amor não pode ser tão trivializado", e realmente hoje qualquer um manda um "amo-te" ao pontapé como um penalty de tequilla. Mas eu estava provavelmente errado ao mesmo tempo. Será preciso estender o nosso campo de estudo às massas e sobretudo aos excedentes, os "rebeldes", os frios e insensiveis, até estes últimos amam. Não amam como amam os outros, amam como sabem, gostam como sabem e traçam limites dentro dos limites traçados dentro deles. Se eles consideram amor não ir embora depois de dar uma queca, quem sou eu para lhes dizer o contrário? Bem, eu sou aquele que se vai rir muito e referir que há alguma coisa errada com eles. Mas amarão como sabem. "some say tomato, some say tomato".

O amor só é mentira quando aquele que o profere sabe que mente. Mas a que está do outro lado recebe amor verdadeiro e se for suficientemente idiota para não entender o que dizem certas acções, então nunca duvidará sequer.

Mas o amor entre duas pessoas? Este já requer um pouco de elasticidade, é necessário moldar a ideia que cada um tem, correndo o risco de, se tal não acontecer, ocorrer uma reacção que acaba sabem onde. Para duas pessoas se amarem, têm que se aceitar e saber conviver, serem flexíveis (porque afinal não existem pares perfeitos) e é necessário aquele ingrediente especial que dá ao amor a sua expressão. O que é? Nada... e tudo... como na sopa de massa do panda do kung fu.

Canso-me. Quando releio o que vou escrevendo entendo que cheguei ao fim e não disse nada. Digo agora um pouco. É algo da minha história, que experiencio, logo tem conteúdo, por menos útil que vos seja. Já amei, não foi o primeiro amor mas o segundo que me foi mais querido. Já amei sem compreender quem amava, quando compreendi o amor esmureceu. Agora só amo a vida pela multitude de sensações que me proporciona: desgraças, tragédias, alguma alegria pelo meio drama e humor. Não tenho um objecto do meu amor, um há de aparecer, não tenho pressa. O que não falta são candidatas, talvez nem todas dignas.


...sou mesmo convencido...bah...

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