quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Outcome of a caotic day

Antes de começar uma torrente interminavel (ou não) de palavras de ódio, gostaria de congratular o meu amigo Diogo pela sua (provável) próxima namorada. Boa sorte e boa escolha.


Adiante,

Não há mal nenhum em querer desaparecer do mundo de vez em quando. Isto é completamente aleatório porque na realidade eu só quero que certas coisas me corram bem neste momento. E neste preciso momento (22:36) não há absolutamente nenhuma a progredir num sentido positivo. Por outras palavras, aplicando a célebre lei de Murphy:

"Tudo o que pode correr mal, corre mal e causa sempre o maior dano possivel"


Estava relativamente inclinado a escrever um poema em que faço de Deus no meu mundo e destruo todos os mortais indignos de lá estarem. Entretanto desvaneceu-se a vontade, ao menos não faço figuras tristes.

Posso afirmar, com bastante certeza, que não existe tal "musa" de que falava dentro do meu mundo. As probabilidades de ela entrar nos próximos tempos são baixas, ainda tenho um curso por fazer...
Tentando-me agarrar a outra coisa, tenho uma discussão com a minha excelente conselheira materna porque pelos vistos faltei-lhe ao respeito quando falámos ao telefone. O facto de o meu telemóvel estar a dar o berro e eu não estar com paciência para estar a remendar os erros dos outros não são aqui chamados à questão, é sim uma atitude de total subserviência que se deve aos nossos pais por todos os favores que nos fizeram na vida.
Agarrando-me aos amigos, não agarro. Eles têm problemas suficientes e dir-se-ia que a minha aura enegrece mil. Além de que uma certa rapariga, supostamente amiga minha, decidiu armar-se em criança. Mas é óbvio que eu vou deixar os meus problemas de lado para a ajudar a tirar uma unha encravada. Claro que a minha aorta está a sangrar mas que raio é que isso interessa!?

Porque é que as pessoas não podem ser verdadeiras? Dizer a verdade umas às outras? Serem brutalmente honestas? Se uma mulher em um homem se gostam então falam numa lingua completamente diferente, um fala homem e a outra mulher. Seria realmente fantástico se eles se entendessem, caso muitíssimo raro. Não se pode remar contra a maré, há regras, há guidelines. Estamos todos a jogar uma partida de tabuleiro, cada um assume um padrão com regras próprias e tem que o seguir. Aqueles que ficam à margem seguem esse padrão. E aqueles que se preocupam com padrões é porque estão perfeitamente estagnados no jogo.

Estagnado no jogo estou. Quando olho para as saídas elas estão fechadas com um segurança a dizer-me que falta pouco. Bollocks... Falta muito para reafinar os meus problemas e neste momento só posso criar dinâmica. Em primeiro vou dizer à menina garota que ela está a agir como uma criança. Estar calado implica eu ser outra criança. Não posso pedir verdade e não a dar de vontade espontânea. Agora devoto esta semana a tratar de estudos, com um esforço onírico, de modo a que não hajam ressentimentos nas frequências. Eu quero, eu posso, eu vou. Nada de festas, nada de gastos no orçamento. Continuarão a haver discussões estúpidas com a mãe, ninguém está livre disso se a tem. Não ligo e quando tiver oportunidade compro um telemóvel novo. Enquanto esta raiva me deixar impróprio para consumo, não serei consumido. Tiro a carta, faço as aulas, faço o que há a fazer. Se certas pessoas se acham demasiado importantes para falar comigo, virão mais tarde pedir-me atenção quando precisarem. Se outros me querem jogar pelas suas regras, ver-me-ão desaparecer do tabuleiro. A frieza não se ganha do dia para a noite, é um processo constante a que eu cada vez mais me habituo. Obrigado de novo Naomi, mostraste um mundo onde há preocupações selectas. Obrigado mãe, mostraste um caminho onde todos os meus entraves morrerão pela árdua luva de veludo ou a espada. Obrigado Olivia, ensinaste-me a dúvidar da minha racionalização, mostraste-me o meu pior inimigo. Obrigado a Deus, que ignoras este misericordioso, ajudante, benfeitor e amigo subdito. Nunca te pedi nenhum excesso, só alguns acasos fortuitos. Fui um cristão exemplar na medida em que combati todos os hereges cristãos a ver a palavra de Deus e não da igreja. E recebi dádivas que se esvairam pelos meus dedos como grãos de areia e lições que se me aproximaram de ti foi porque me aproximaram da morte. E isso fez-me crescer. E vou crescer até poder ajeitar as palmeiras e ter a sombra no meu lugar ao sol. Só espero não ser muito alto para me cobrir com elas mais tarde.

terça-feira, fevereiro 20, 2007

Padrõezinhos upa upa!

Hoje saí de casa. Fui ter com uma amiga, como quem diz, mal nos conheciamos. Falei com ela um par de vezes ao telefone, outro par no messenger, melhor amiga de uma das minhas ex. Talvez valesse a pena mencionar neste momento que ela vive na Bélgica, só está cá a passar uns dias, volta amanhã.

Preparo-me para a batalha com o meu arsenal preferido: casaquinho de cabedal, calças pretas, camisola branca, espuma no cabelo, anel metálico no dedo e o belo do meu perfume preferido (momento este em que a minha reduzida audiência contesta a masculinidade do autor do texto); afinal de contas há que impressionar a rapariga. Lá vai o cavaleiro da noite, saído de dia na boleia do paizinho, de fronte para o desconhecido!

...ora quem sairia dali impressionado seria eu!


Chegado à cena do crime, aparthotel na região para mim mais bela dos arredores capitais, deparo-me com um ponto negro no horizonte - preciso de mudar as lentes - acenando timidamente. "Jingando" vai o senhor, talvez porque o casaco é muito pesado e ainda tenho os músculos aflitos das compras de segunda. Teci neste momento a minha primeira impressão dela, aquela que todos os homens dotados com uma visão razoável tecem aquando o primeiro encontro com uma rapariga: febra. Não há como dar a volta aos instintos masculinos... enfim... cumprimentos, trocamos umas palavras amigáveis, cumprimento a mãe dela (rofl para dentro), sentamo-nos no bar, altura em que percebo que será este o poiso do encontro, começa a conversa entre pequenos "sipps" de coca-cola.

Estava aterrado a principio. "Que falarei? Como é que devo reagir? O que fazer?" O instinto leva sempre a melhor e lá se soltam as primeiras palavras em inglês, frases habituais do "como é a Bélgica, e a vida, e o tempo em Portugal". Que voltas a conversa deu, não sei, sei aonde foi parar. Discutimos actualidade, aborto, eutanásia, países estrangeiros, linguas, comida, momentos felizes e momentos deprimentes. O tempo voou enquanto a minha boca descaía de tanto interesse que nutria pela doce e interessante criatura que me acariciava a retina.

Acabei por lhe dizer o que ela deveria ouvir por direito adquirido: "I wish there were more people like you in Portugal". E assim saí de tão saudoso campo de batalha, deambulando pela rua, a pensar na influência deste encontro na minha vida.


Não sei se é só comigo mas depois de certas relações vem um sentimento de solidão extremo. De tal modo que, sem dar por isso, as nossas expectativas da próxima namorada decrescem. Hoje senti isso na pele. E os padrões subiram como o buraco do orçamento nas mãos do Guterres! A rapariga vinda da Bélgica voltará para lá, levando a minha gratidão e amizade consigo. Comigo ficaram decisões, uma decisão de compromisso comigo próprio e com a única rapariga que ainda tem uma chance de roubar o meu coração. Só com ela poderá haver o "click", se não for com ela então não é com nenhuma conhecida. Mas como não me devoto a conhecidos, devoto-me a livros e a permanecer num estado arrefecido para que na naturalidade de uma conversa amena se possa ouvir aquela "reacção quimica". Espero sinceramente que sejas tu, tu que me despertaste a atenção quando te conheci, musa das minhas emoções.


Quanto ao belo tema do "click", acredito cada vez mais neste. Não é um clique momentâneo, não é a definição idiota do amor à primeira vista. É um sentimento que engloba as qualidades que procuramos e os defeitos que poderemos tolerar. E quanto mais tempo demora esse sentimento a surgir, maior a probabilidade de ele estar coberto de dúvida e engano.


...se calhar estou errado, ao menos pensei no assunto!



Aproveito desde já o radar para dar voz às crianças velhas o suficiente para ter carro e novas o suficiente para andar a atirar ovos e balões de água da janela do pendura: falharam todos o alvo mas experimentem para a próxima, talvez vos traga felicidade. Imaturidade aos 18 anos já não tem desculpa da idade e se eu não estivesse a pensar na morte da bezerra, teriam recebido a troca dos balões e ovos com pedras da calçada pelo vidro de trás... ah, a calçada portuguesa... oh Ivaristo, faz lá mais disto...

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Depois da tempestade vem a bonança

Há sempre uma razão para estar chateado... não interessa se ganhaste a lotaria, se arranjaste o par perfeito, se subiste ao posto de rei do mundo. Há sempre uma unha encravada, uma borbulha a mais, um desejo mais, algo que, se deixarmos, nos enterra como o coveiro velho e marreco, semi-morto ao olhar mas vigoroso na acção.

Ora hoje sonhei. Mais que um sonho bom (porque foi realmente óptimo no final, ainda que o principio haja sido devastador), foi um sonho. Porque eu não sonho normalmente, daí a experiência ter sido suavizante. Apesar de tudo não é um sonho que transforma o meu ser num só dia. Talvez tenha sido o facto de finalmente ter arranjado imagem para substituir o poster do bugs bunny no meu quarto, dando assim este o salto da infantil para os meus 18 anos. Mas não.

Na realidade foi o sonho que veio do meu sonho, o desejo. Esse sonho realisou-se hoje, dando-me esperança para lá da esperança que fabrico desde um dia de trovoada em novembro. Esperança na humanidade, esperança num destino melhor para mim.

Assim, provido de novo ânimo, volto a atacar este mundo complexo, volto a escapar o coveiro olhando para aquela luz, tão infimamente pequena e difusa, tão prometedora àquele que conseguir ultrapassar o seu horizonte. Posso não chegar lá, não é meu objectivo pensar nisso de momento. De momento o meu objectivo é traçar o caminho na sua direcção e não me perder. Se não houver luz no final, fui digno e honrado na estrada. Se houver luz no final, sou o homem mais sortudo do mundo!





Todos os dias somos bombardeados por influencias nos nossos sentimentos. Música, amigos, até a cor do sol. Reagimos conforme a nossa situação momentânea. Haverão dias mais tristes ou mais felizes, dias em que a solução é o suicidio e dias em que não há solução porque não há problema. Um equilibrio que quando positivo nos deixa em estagnação e quando negativo nos mata.

Deixo hoje então uma palavra de esperança, neste tempo de bonança. É o descontentamento que nos puxa em frente, como o medo que nos impede de falhar. Mas quando estes nos paralisam deixam de valer a pena! Peço-vos esperança igual à que sinto hoje, quando se sentirem a falhar, pensem não nos que estão pior que vocês mas nos que conquistaram o mundo quando não se esperava mais deles que o dioxido de carbono que emitiam. Longe de apelar à revolução, peço uma luta, lutem pelo que desejam, pelo que vos faz felizes, pelos que não podem lutar sozinhos, lutem para atingir a vitória, não para fugir à derrota. O céu é o limite. Lutar não significa atacar cegamente, nem se luta com armas contra palavras, nem se conquistam corações à força. Mas não é com a inacção que se conquistaram as terras portuguesas ou a física quântica ou a lua. Muito raramente nos caem no colo as coisas que queremos. Lembrem-se todos disto.



Não menosprezo a audiência minima deste blog. No entanto se conseguir inspirar uma pessoa, então valeu a pena. E esta inspirará outras que inspirarão outras mais... até nos voltarmos a esquecer do porquê de ter força e esperança, momento em que alguém dará outra palavra de inspiração e recomeçará o ciclo. O ciclo nunca acaba enquanto houver humanidade.