Há sempre uma razão para estar chateado... não interessa se ganhaste a lotaria, se arranjaste o par perfeito, se subiste ao posto de rei do mundo. Há sempre uma unha encravada, uma borbulha a mais, um desejo mais, algo que, se deixarmos, nos enterra como o coveiro velho e marreco, semi-morto ao olhar mas vigoroso na acção.
Ora hoje sonhei. Mais que um sonho bom (porque foi realmente óptimo no final, ainda que o principio haja sido devastador), foi um sonho. Porque eu não sonho normalmente, daí a experiência ter sido suavizante. Apesar de tudo não é um sonho que transforma o meu ser num só dia. Talvez tenha sido o facto de finalmente ter arranjado imagem para substituir o poster do bugs bunny no meu quarto, dando assim este o salto da infantil para os meus 18 anos. Mas não.
Na realidade foi o sonho que veio do meu sonho, o desejo. Esse sonho realisou-se hoje, dando-me esperança para lá da esperança que fabrico desde um dia de trovoada em novembro. Esperança na humanidade, esperança num destino melhor para mim.
Assim, provido de novo ânimo, volto a atacar este mundo complexo, volto a escapar o coveiro olhando para aquela luz, tão infimamente pequena e difusa, tão prometedora àquele que conseguir ultrapassar o seu horizonte. Posso não chegar lá, não é meu objectivo pensar nisso de momento. De momento o meu objectivo é traçar o caminho na sua direcção e não me perder. Se não houver luz no final, fui digno e honrado na estrada. Se houver luz no final, sou o homem mais sortudo do mundo!
Todos os dias somos bombardeados por influencias nos nossos sentimentos. Música, amigos, até a cor do sol. Reagimos conforme a nossa situação momentânea. Haverão dias mais tristes ou mais felizes, dias em que a solução é o suicidio e dias em que não há solução porque não há problema. Um equilibrio que quando positivo nos deixa em estagnação e quando negativo nos mata.
Deixo hoje então uma palavra de esperança, neste tempo de bonança. É o descontentamento que nos puxa em frente, como o medo que nos impede de falhar. Mas quando estes nos paralisam deixam de valer a pena! Peço-vos esperança igual à que sinto hoje, quando se sentirem a falhar, pensem não nos que estão pior que vocês mas nos que conquistaram o mundo quando não se esperava mais deles que o dioxido de carbono que emitiam. Longe de apelar à revolução, peço uma luta, lutem pelo que desejam, pelo que vos faz felizes, pelos que não podem lutar sozinhos, lutem para atingir a vitória, não para fugir à derrota. O céu é o limite. Lutar não significa atacar cegamente, nem se luta com armas contra palavras, nem se conquistam corações à força. Mas não é com a inacção que se conquistaram as terras portuguesas ou a física quântica ou a lua. Muito raramente nos caem no colo as coisas que queremos. Lembrem-se todos disto.
Não menosprezo a audiência minima deste blog. No entanto se conseguir inspirar uma pessoa, então valeu a pena. E esta inspirará outras que inspirarão outras mais... até nos voltarmos a esquecer do porquê de ter força e esperança, momento em que alguém dará outra palavra de inspiração e recomeçará o ciclo. O ciclo nunca acaba enquanto houver humanidade.
2 comentários:
Afinal de contas, amanhã é sempre um novo dia...
Eu digo q o 'ciclo' não acaba enquanto existirem objectivos. São eles que nos levam a dar freneticamente significado aos dias q n param. E a experiênca... essa dá-nos a tonalidade do ânimo.
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