sexta-feira, fevereiro 06, 2009

Yes, can we?

CHAAAANGE!

Não... está tudo na mesma. O que estará a acontecer na cabeça do eleitorado americano? E nos outros países?

Acabou a época de exames, a altura do ano em que o mundo cessa na vida dos estudantes de medicina. Ainda assim fui dando uma olhadela às notícias. Vi um plano para resgatar as empresas da crise, não tenho visto resultados efectivos. Ainda é cedo. Mas cedo numa perspectiva de economia empresarial é tardíssimo aos olhos de um indivíduo. Então quando o indivíduo tem a hipoteca para pagar e está com medo de ser despedido, cedo é uma eternidade.

Estarão os americanos com um sorriso na cara? A comer lama e a adorar? Não há nada a fazer, sem dúvida, a regra de ouro na situação com que nos deparamos é sobreviver. Parte do mundo contava com o termo do caos coincidindo com o mandato de Barack. A outra parte gritava para o lado contrário "Otários!", sem se fazerem ouvir, somos só uns centos. Receio agora que este acordar, o acordar do "isto afinal não vai melhorar do dia para a noite" possa causar mais estragos ainda. O último "acordar" foi o que deu origem a isto tudo (indirectamente, a causa é claro a especulação, os bolsistas a correrem no infantário sem vigilantes e os emprestimos a talharem as leis e não o contrário). O poder das massas acéfalas mete-me muito medo.

Muito medo. Força Obama, bate a tua varinha de condão e faz do mundo um conto de fadas...

8 Core

Estou doente. Não se queixem.

Estive a pensar no que é o amor. É uma das perguntas proibidas, o amor não existe, da mesma maneira que um pensamento abstracto não tem base física (mesmo que uma determinada estrutura, posicionamento e concentração de químicos lhe possam dar origem, efectivamente não se olha para eles e se vê um pensamento). O amor é uma construção mental que terá tantos significados quantas pessoas existirem. Para quê discutir o amor?

Pela mesma razão que se discute o sexo dos anjos ou o sporting-benfica. Porque existe, se bem que apenas dentro das nossas cabeças. E no sentido de crescermos como seres humanos, devemos tentar encontrar um suspiro de lógica no sentimento.

Durante muito tempo bati com o pé no chão, "amor não pode ser tão trivializado", e realmente hoje qualquer um manda um "amo-te" ao pontapé como um penalty de tequilla. Mas eu estava provavelmente errado ao mesmo tempo. Será preciso estender o nosso campo de estudo às massas e sobretudo aos excedentes, os "rebeldes", os frios e insensiveis, até estes últimos amam. Não amam como amam os outros, amam como sabem, gostam como sabem e traçam limites dentro dos limites traçados dentro deles. Se eles consideram amor não ir embora depois de dar uma queca, quem sou eu para lhes dizer o contrário? Bem, eu sou aquele que se vai rir muito e referir que há alguma coisa errada com eles. Mas amarão como sabem. "some say tomato, some say tomato".

O amor só é mentira quando aquele que o profere sabe que mente. Mas a que está do outro lado recebe amor verdadeiro e se for suficientemente idiota para não entender o que dizem certas acções, então nunca duvidará sequer.

Mas o amor entre duas pessoas? Este já requer um pouco de elasticidade, é necessário moldar a ideia que cada um tem, correndo o risco de, se tal não acontecer, ocorrer uma reacção que acaba sabem onde. Para duas pessoas se amarem, têm que se aceitar e saber conviver, serem flexíveis (porque afinal não existem pares perfeitos) e é necessário aquele ingrediente especial que dá ao amor a sua expressão. O que é? Nada... e tudo... como na sopa de massa do panda do kung fu.

Canso-me. Quando releio o que vou escrevendo entendo que cheguei ao fim e não disse nada. Digo agora um pouco. É algo da minha história, que experiencio, logo tem conteúdo, por menos útil que vos seja. Já amei, não foi o primeiro amor mas o segundo que me foi mais querido. Já amei sem compreender quem amava, quando compreendi o amor esmureceu. Agora só amo a vida pela multitude de sensações que me proporciona: desgraças, tragédias, alguma alegria pelo meio drama e humor. Não tenho um objecto do meu amor, um há de aparecer, não tenho pressa. O que não falta são candidatas, talvez nem todas dignas.


...sou mesmo convencido...bah...