Olá minha gente! Como estais vós e respectivos quintais? É verdade, este calor está a ressequir as couves. Situação complicada.
Hoje venho "falar" de uma dança muito especial a que nos habituam desde cedo, desde aquele primeiro "eu depois compro-te o brinquedo" ou "deixa-me pensar nisso". É claro para todos que me refiro à dança da burocracia! Oh vultos animados de estaticidade, para sempre voando por milhas sem nunca sair do seu lugar, lutar contra um serviço administrativo é em todos os aspectos semelhante a dançar com um transexual, na medida em que após mil jogos de olhinhos, uma batalha feroz na escolha de quem guia e uma permanente sensação de que algo está errado, finalmente se chega ao "último destino" e é este o momento em que percebemos que não é nada do que queríamos, tudo está mal, demorou muito e é tempo da nossa vida que nunca poderemos reaver.
Mas o aspecto possivelmente mais destrutivo d dança burocrática é aquela sensação de que estamos aptos para um próximo embate... mentira das mentiras. E depois volta aquele sentimento de fracasso, de revolta e injustiça, mais uma vez estamos na estação de comboio à espera para comprar bilhete e o primeiro já vai em Fátima.
E o que dá a enorme vantagem aos serviços administrativos na maior guerra a nível mundial que travamos quase diariamente? Recorro mais uma vez à metáfora estapafurdia, aquele grão de arroz que na realidade é uma pedra basáltica. O homem comum que come arroz faz muito da sua vida, incluindo aquela percentagem minima da sua existência comum que devota a comer arroz. Mas a pedra no meio do pacote de carolino não tem função alguma senão rachar ao meio o molar do homem comum, deixando-o num profundo oceano de dor, a mergulhar num mar de contas de dentista, rios de dívidas e acabando por ter de recorrer à prostituição para o banco não lhe ficar com a casa junto ao lago.
Qualquer secretaria, incluindo todas as mulheres com bigode, é o equivalente a um espartano. Nascida e criada para infernizar a vida do inimigo, neste caso eu. Um eu mais profundo, o eu que todos nós somos quando precisamos do impresso amarelo nº 335, do papelinho inominado para pedir o passe na estação, levantar uma encomenda ou pedir um simples agrafador. Aquela criança profundamente transtornada que sente vontade de voltar ao útero a lidar com o empregado que se recusa a cessar a leitura da "Ana mais atrevida" para nos atender.
Perante um nível de malvadez tão exponencial, tão dedicado e meticuloso não há nada a fazer senão penar... ou há?
...não, não há mesmo nada a fazer. Apenas esperar pelo e-mail e rezar para que tenham pena de nós ou que a nossa cunha dê em algo se formos sobrinhos do Sócas.
PS: Eu nunca dancei com um transexual.
PPS: Acho eu.
Hoje venho "falar" de uma dança muito especial a que nos habituam desde cedo, desde aquele primeiro "eu depois compro-te o brinquedo" ou "deixa-me pensar nisso". É claro para todos que me refiro à dança da burocracia! Oh vultos animados de estaticidade, para sempre voando por milhas sem nunca sair do seu lugar, lutar contra um serviço administrativo é em todos os aspectos semelhante a dançar com um transexual, na medida em que após mil jogos de olhinhos, uma batalha feroz na escolha de quem guia e uma permanente sensação de que algo está errado, finalmente se chega ao "último destino" e é este o momento em que percebemos que não é nada do que queríamos, tudo está mal, demorou muito e é tempo da nossa vida que nunca poderemos reaver.
Mas o aspecto possivelmente mais destrutivo d dança burocrática é aquela sensação de que estamos aptos para um próximo embate... mentira das mentiras. E depois volta aquele sentimento de fracasso, de revolta e injustiça, mais uma vez estamos na estação de comboio à espera para comprar bilhete e o primeiro já vai em Fátima.
E o que dá a enorme vantagem aos serviços administrativos na maior guerra a nível mundial que travamos quase diariamente? Recorro mais uma vez à metáfora estapafurdia, aquele grão de arroz que na realidade é uma pedra basáltica. O homem comum que come arroz faz muito da sua vida, incluindo aquela percentagem minima da sua existência comum que devota a comer arroz. Mas a pedra no meio do pacote de carolino não tem função alguma senão rachar ao meio o molar do homem comum, deixando-o num profundo oceano de dor, a mergulhar num mar de contas de dentista, rios de dívidas e acabando por ter de recorrer à prostituição para o banco não lhe ficar com a casa junto ao lago.
Qualquer secretaria, incluindo todas as mulheres com bigode, é o equivalente a um espartano. Nascida e criada para infernizar a vida do inimigo, neste caso eu. Um eu mais profundo, o eu que todos nós somos quando precisamos do impresso amarelo nº 335, do papelinho inominado para pedir o passe na estação, levantar uma encomenda ou pedir um simples agrafador. Aquela criança profundamente transtornada que sente vontade de voltar ao útero a lidar com o empregado que se recusa a cessar a leitura da "Ana mais atrevida" para nos atender.
Perante um nível de malvadez tão exponencial, tão dedicado e meticuloso não há nada a fazer senão penar... ou há?
...não, não há mesmo nada a fazer. Apenas esperar pelo e-mail e rezar para que tenham pena de nós ou que a nossa cunha dê em algo se formos sobrinhos do Sócas.
PS: Eu nunca dancei com um transexual.
PPS: Acho eu.
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