quinta-feira, dezembro 02, 2010

A coerência

…é tão sobrevalorizada. Por exemplo, o que me impede de começar agora a falar sobre um cavalo?

 

Um cavalo é um animal que primariamente serve 3 fins: fazer as criancinhas gritar, metabolizar feno em quantidades pouco atractivas e qualquer coisa com uma senhora que tem gostos questionáveis.

 

Estão a ver? É tão fácil! E mais que fácil, é surpreendente e mantém uma conversa agradável… isto claro quando não estamos a discutir algo sério. Por exemplo o José Sócrates concorda comigo mas fá-lo durante o debate quinzenal e depois queixa-se que não tem amigos (ou que não segura o cocó, como dizem os senhores na tasca, mas isso é outra história).

 

Mais ainda, a falta de coerência é profissão para muitos (portanto cria emprego e serviços absolutamente indispensáveis) como por exemplo

 

Já agora, sabiam que foi lançado um disco rígido Solid State com taxas de transferência superiores aos 100 megabytes por segundo tanto de escrita como de leitura e tempos de acesso insignificantes?

 

A Maya! A Maya consegue prever o futuro nas cartas mas como taurologa que é (e além de perceber muito de touros também é cartomante) sabe que privar os seus pagantes da riqueza que é a experiência de vida seria um maior crime que andar a burlar o pessoal. Portanto junta meia dúzia de frases feitas que normalmente até nem batem umas com as outras e dá à senhora do call center.

 

O homem do talho! Como é que o homem do talho é incoerente? Então, quando eu peço um bife da espessura do meu dedo não me refiro claro a quando eu cuspia boiões de papa de pêra pela parede (e já nessa altura cortava as coisas melhor a denotar pela incrível variedade morfológica de cicatrizes corpo fora) mas à minha idade actual.

 

O professor de oftalmologia! Bem, esse não é incoerente, é um senhor que equilibra o formalismo e a relação com os estudantes tão harmoniosamente que um dia lhe dou uma pancada amigável nas costas e o convido para uma imperial e uns tremoços (elemento nutritivo que usou para descrever a cirurgia à catarata).

 

Professor, eu deixava que me fizesse um filho… se eu tendesse para a liga do Diogo Infante – Mais uma vez ditos daquele Lounge com mesas de snooker e matrecos.

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