sexta-feira, dezembro 03, 2010

Felácio à liberdade de expressão

 

O nascimento da Web 2.0 (termo que designa a internet como um espaço extremamente interativo em que o utilizador comum pode alterar o seu conteúdo em tempo real) produziu maravilhas inimagináveis. Youtube, facebook, messenger, entre outros, fazem parte do vocabulário da maioria das pessoas. Tudo se passou num espaço de tempo tão curto que alguém que se interesse em olhar para a cronologia tem que passar a língua por água depois de a levantar do chão.

E todo este desenvolvimento rondou uma noção muito simples: as pessoas querem conviver, sentir-se conectadas com outras pessoas. Ultrapassando a barreira unidirecional da televisão, a internet juntou culturas. Mas há uma discreta diferença entre comentar um quadro num museu e uma foto no facebook ou um vídeo no youtube ou um blog: habitualmente não somos gravados durante as nossas verborreias… já nas internetes… aquilo fica lá para os outros!

O que me leva ao ponto que queria fazer. Não existe ser mais capaz de produzir lixo que o utilizador da internet. Vejam só, eu estou a fazê-lo neste momento! Mas há lixo e lixo. O meu habitualmente não presta, muitas vezes limito-me a escrever o que ninguém quer ler, pensando no que ninguém quer pensar. Agora querem gemas e diamantes? As palavras de ordem são “Scroll down”!

O verdadeiro escritor, aquele que lembramos para a posteridade com carinho, não é o que tem a fotografia na página e que escreve com palavras caras! Honremos os “comentadores”!

Este ser único e bastante prático abstém-se de se informar. Francamente abstém-se frequentemente sequer de ler ou entender o que está a comentar! Mas tem coragem para o fazer! Porquê? Porque a sua pilosidade púbica é densa como o chumbo e escura como uma noite de inverno sem lua! Porque ostenta um bigode farto independentemente do género sexual! Porque reconhece que não tem necessidade de se esconder em argumentos como os fraquinhos dos críticos construtivos e pode simplesmente tomar de assalto com o que leu no panfleto que lhe deram na porta da cantina, frase que ouviu na televisão ou leu de relance noutro texto que comentou ou linha de um filme do Nicholas Sparks.

“Diz-me com quem andas e eu digo-te quem és”. O tipo que disse isto era francamente estúpido. Vá, a culpa não é dele, ele disse isto antes do tempo da wikipedia. Hoje nós que somos mais evoluídos podemos dizer muito mais acertadamente “diz-me com quantos comentários acéfalos comes quando escreves algo e eu digo-te quem és”... e quanto tempo tens de vida.

Mas nada disto acontece neste blog. O spongebob veio do céu e iluminou os comentadores do DoaL para se absterem de me dar corda.

 

Dai graças ao comentador pois da sua citação sem corpo renascerá a receita publicitária do adwords.

 

(este texto foi escrito segundo o acordo ortográfico vigente no dicionário do Live Writer. E eu não tenho paciência para o corrigir para o português que a minha mãe me ensinou)

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