sábado, dezembro 04, 2010

Já que estávamos a falar de liberdade

 

liberdade-de-imprensaSabem quando vos vem aquele saborzinho a arroz de 2 meses à boca? É assim que me sinto agora. Porquê? Por causa do amor. Não, estou a gozar, é mesmo mais um atentado à liberdade humana.

Ora estava eu feliz da vida a ruminar pelo facebook (já que a promessa de estudar trata de transformar o meu quarto numa prisão domiciliária mais bonita e sem uma sanita) quando encontro uma citação engraçada: parece que se gasta 5X mais dinheiro em medicamentos para a virilidade masculina e silicone para as mulheres do que se gasta no Alzheimer. Até aí tudo bem, dá para rir um bocado, não?

…não…

E não dá porque o que vem a seguir é alarmante. Pelos vistos o “mundo [está] ao contrário]. Hmmm, não diria isso. O mundo está (na generalidade) como a humanidade quer que esteja, dentro das suas possibilidades. E criar estas estatísticas muito apelativas é como perguntar a uma entidade representativa da população “o que preferem, sexo ou memória?” e obter a resposta. Parece é que há umas quantas pessoas que não gostaram.

Continuando, dizem que “ficar de braços cruzados e confiar na maioria nem sempre dá bons resultados”. Quando dizem isto podemos interpretar como algo de bom ou mau:

  • Por um lado é a renúncia à democracia, é uma pessoa a dizer que a maioria nem sempre está correta. Mas se isso é verdade então temos um grave problema porque o nosso país assenta nessa base – Delegamos o poder individual a uma comissão representativa da maioria e deixamos que essa governe as nossas vidas. Não caindo nos excessos do anarco-capitalismo (pelo qual admito que nutro algum carinho), o que se pode deduzir da frase base é que a maioria não pode ter poder semi-divino para decidir o destino de cada um. E neste caso eu diria “muito bem!”
  • Por outro lado ficar de braços cruzados ignorando a vontade da maioria é o mecanismo “democrático” mais comum. Aqueles em posição de poder representativo têm o mau hábito de ignorar a vontade dos apoiantes e fazer outras coisas, coisas que são “melhores”. Demonstra-se que as massas devem ser dirigidas pelos génios como ovelhas. As massas querem sexo em vez de memória? E depois?

Já agora deixem-me expor a minha teoria muito simples. Se a maioria tem os meios, façam o que lhes der na bolha. Eu gostava de ser duro como uma viga aos 75 anos mas também de saber ainda como se fazem bebés. E a população com Alzheimer não está propriamente a diminuir. Aos indignados com esta situação, não se preocupem, o melhor é não fazer nada. Quando as grandes massas se enxergarem que não podem ter sexo se já não conseguem desapertar as calças então os recursos da humanidade serão desviados para essa bonita área que é a neurociência!

 

…a sério… não façam nada… já temos demasiadas politiquices.

 

Uma notinha final (como o senhor que depois de perder o jogo no programa da Fátima Lopes ainda quer mandar beijinhos discriminadamente para um distrito inteiro), não tendo escrito este texto para ofender ninguém, especialmente os autores das citações, ou falar por trás evitando uma terrível discussão pelas internetes, isto é uma salvaguarda importante: cuidado como falam! São muito frequentes estes casos de ditos que parecem ingénuos mas escondem a vontade de controlar e de exercer pequenas ditaduras. Salazar também pensava que as pessoas estavam melhores sem liberdade de expressão ou comunicação com o exterior.

Mas ao menos resolveu o défice.

Sem comentários: