sábado, dezembro 04, 2010

Fighting a giant

Geme… precisa de óleo. Está a girar sequer? Não sei, parece encravado, faz um barulho ensurdecedor. Inquieto, penso em roer as unhas. Quais unhas, mais cedo trincava um dedo! E ele olha para mim, juro que não sou eu que me viro, sinto-o fitando-me, esboçando um sorriso repleto de sarcasmo. “Se pudesse já não estavas inteiro”, pois, se pudesse respirar na lua talvez também não vivesse em Portugal. Se pudesse mas não posso. Lutar com ele é bater numa nuvem, não vai parar a chuva; inútil.

Portanto relaxo. Sento-me se não estou já sentado, fecho os olhos e ignoro-o, cruzo as pernas e sorrio. Imagino um horizonte cheio de nada, como as visões dos psicólogos baratos. O conteúdo não interessa aqui, sacudo as ideias, concentro-me na respiração. Para dentro, para fora, dentro, fora…que insinuações são estas? Calma… esta cabeça está conspurcada e acelerada, quer absorver tudo e quer tudo mas por pouco tudo perde. “Talvez, talvez”, espreito pelo canto.

Mas ainda me fita e eu atento de volta o permanentemente imóvel relógio que me diz “só passou um segundo”.

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