terça-feira, novembro 04, 2008

Bah

Estou deprimido. É um estado bastante comum em ocasiões momentâneas, após outro final de outra relação longa. Não existe razão para estar deprimido, simplesmente estou. Estou deitado metaforicamente, fraco, débil, atentando nas estrelas como se realmente ditassem um caminho ou a resposta às minhas questões. Mas elas só me sussurram, estou deitado. Elas sabem tanto quanto eu. Então porque olho para o céu se ele me nega? Como se ele pudesse fazer algo mais... como se eu pudesse fazer algo mais.

Tudo não passa de fisiologia, de bioquímica. Não é mais do que a saudade de sentir um amparo perpétuo. De conhecer o calor de outro corpo, por mais distante que esteja. Tenho saudades de uma relação que não existe há demasiado tempo e só agora prometeu extinguir-se por completo.

Mas é mais do que a saudade. Uma relação é uma casa. Os solteiros vivem na rua. Não ao frio, vivem somente ao capricho das ondas. Num mar de gente tão volátil quanto o álcool, sem um ponto constante, uma marca no mapa.

Os amigos ajudam-me. Mas a que ponto sou ajudável? Como se trata de um coração são? Não é ele nem a minha alma que jazem partidos no solo. É o meu estilo de vida que se reduziu a uma recordação. E não há amigos que me talhem os neurónios. Só o tempo os esculpe, o tempo e o espírito.

Quero estar bem! Deixa-me ser feliz! Cala essas incessantes palavras de dúvida, raiva e desespero! Apaga o vazio, deixa-me reaprender a conhecer-me. Porque és assim? Porque insistes em toldar a minha sapiência, cegar-me com lógicas irracionais e sentimentos apáticos? Deixa-me ver! Olhar para fora, só há nuvens no céu mas nem essas fito através do teu nevoeiro. Quero ver o sol nos rostos, não mais...

Deixa-me em paz. Liberta-me noite, liberta-me eu, liberta-me Deus. Quem quer que me prende, liberte-me por favor.

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