domingo, novembro 16, 2008

Senhores passageiros, façam o favor de desapertar as braguilhas

É estranho dizer "braguilha".

OBS: Aos infames que não frequentam assiduamente o blog, leiam o post abaixo do J. M.. Este é como que uma resposta.

O meu amigo Johny defende que o Zé não deve ser convocado lascivamente. Sou exactamente da mesma opinião.

Mas o que é "convocar o Zé"?


Esta questão remete ao âmago da distinção entre amor e sexo. Fisicamente o fenómeno é extraordinariamente semelhante. Duas pessoas, uma em cima da outra (ou de lado ou em pé ou mesmo em máquinas construídas para o efeito, no caso do Japão) a... como porei isto mais eufemisticamente... pinar. A grande diferença é no que passa dentro da cabeça de cada pessoa:

Moçoilo #1: Oh Joana, quero acariciar cada curva do teu corpo, quero tocar a tua alma como nunca ninguém te tocou, quero levar-te ao céu!

Moçoila #1: Oh João, és a minha vida, quero que sejamos um, quero-te, quero este momento eterno, quero o teu sorriso!

Moçoilo #2: Ora vejamos, primeiro crio muitos aldeões para mobilizar uma força económica maior que detém consequentemente maior poder de manutenção de uma força militar superior. Ah, ainda cá estás! E eu a pensar no Age of Empires! Epah, és mesmo boa, as tuas ancas parece que foram moldadas para as minhas mãos! Onde é que eu ia, ah, convém evoluir a tecnologia mas manter uma força resident...

Moçoila #2: Devia ter comprado aquela camisola na Zara, amanhã vou lá e de certeza que já levaram todas, era mesmo gira... Ah, olá! Até que nem estás a fazer um mau trabalho, o outro da festa tinha aspecto meio subnutrido, boa escolha... se me arranjasses aquela da camisola da Zara até te dava um beijinho na cara. Devia ter comprado aquela camis...

Presumo que não tenho de associar cada pensamento. A grande diferença entre sexo e amor é a proximidade. Fazer amor é mais gratificante que sexo, costuma ser melhor já que a nossa parceira nos conhece (e como tal, se não for muito conservadora, até sabe agradar mais), mas sexo é sempre muito bom, pelo menos quando não se apanha nada ou não se deixa nada a mais que lá não estava antes.

Voltando ao "convocar o Zé". Estas três palavras não indicam mais do que a recrutação do nosso instinto menos racional. Porque tem que ter tudo significância? Encontrar uma senhora para ter uma relação a longo prazo é difícil... muito difícil! É preciso haver uma sintonia significante para suportar uma parceira depois do fogo inicial. Todas as mulheres são perfeitas no primeiro mês.

Apostar apenas em relações a longo prazo é como acertar numa flecha com outra. Eu tenho padrões relativamente altos, as moças que os superam são poucas. Dessas, menos serão as que se querem enrolar comigo. É muito mais provável conhecer uma que esteja à procura do mesmo que eu e passado umas semanas percebermos ambos que estávamos enganados. Há mal? Não, é simplesmente uma luta contra as probabilidades.

Portanto temos relações a longo prazo, relações a curto prazo ou "erros de casting". E o que fazer entretanto? Sexo!

Para uma relação superficial e descartável é somente necessário consenso. Se ambas as partes sabem que estão a "celebrar um contracto" em que não existe mais que um mutualismo de satisfação momentânea de impulsos físicos e psicológicos, que mal há? Há o problema de nascerem sentimentos, é sempre um problema de facto, no entanto não é preciso uma relação, apenas contacto para tal acontecer.

One night stand. Muito controverso, bom e mau. Um risco, um passatempo.
Quando penso em one night stands, os dois maiores medos são aqueles inerentes ao sexo com parceiros desconhecidos (doenças e bebés portanto) e o risco de trivializar o contacto com alguém que daria uma óptima namorada. Se me perguntarem, até digo que sim, aprovo o sexo descomprometido. Não sou adepto desse clube, mas quem sabe? Saí de um longo namoro, adorava encontrar alguém com quem partilhar a minha vida mas entretanto tenho a genitália a arder de saudades de utilização recreativa.

Agora, após explicitar sucintamente a minha posição pessoal e crenças acerca de sexo, respondo ao senhor João

1. O Zé não tem neurónios mas a outra cabeça possui vários sistemas que apelam à satisfação dos países baixos!

2. Lá porque as senhoras se põem a jeito, o José não tem que vir cá para fora! Nem temos que andar de montanha russa quando vamos ao parque de diversões! Está sempre ao critério do detentor da salada!

3. Para um homem com “fome”, qualquer posição ocupada por uma mulher tem uma sexualidade inerente. Claro que esta é mais óbvia em profissões em que elas tenham que dizer “posso ajudá-lo” com um sorriso na cara, que ostentem vestes curtas, ou mesmo cargos de liderança! Reunindo todas as cláusulas, 99,9% das profissões são escandalosamente sexuais.

4. A braguilha é a melhor amiga do homem, sendo o melhor amigo o preservativo!

5. Rebound girls não são pensos rápidos! Para quê fingir que se tem uma boa relação quando é preferível ter sexo sem relação nenhuma? E utilizando preservativo com uma moça desprovida de doenças venéreas também previne voltar a casa com culturas microbianas na nossa placa de petri holandesa!

6. Mulheres que são depósitos de esperma ambulantes? Não gosto muito, sou maior apreciador de ambientes menos populados. Mas da próxima vez que te encontreis com a mulher dos seus sonhos, perguntai-vos quantas flautas já tocou! Mulher santa só a Virgem Maria e é do que sabemos dela! Há que ter alguma flexibilidade porque no final de contas andamos todos a beber do copo dos outros!

Por menos sexualmente estimulante que seja, custa tanto perguntar “se meter isto naquilo vou apanhar alguma coisa que me aborreça”? Penso que não. E se algum dia me vir na posição de fazer esta pergunta a uma senhora cujo nome me vai ser desconhecido no dia seguinte, então tal farei! Podemos sempre contar com possível desonestidade mas também não sabemos se quando atravessarmos a passadeira o fiat punto plinfado vai travar. Não é por isso que vamos deixar de suprimir a nossa necessidade de atravessar a passadeira!

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