segunda-feira, novembro 17, 2008

The OC's Gossip Creek

Ok, uma semaninha sem escrever e o patrão pergunta o que aconteceu.
Pois... que aconteceu?
Óbvio, cá se continua com uma certa telenovela!Ok, telenovela também não... é mais série teen, que todos odeiam, mas que afinal ninguém perde (sim, estou a falar contigo, quem é que queres enganar?). Daquelas cujos protagonistas andam on-again/off-again durante n temporadas que a produção durar.
Não vou contar a minha própria aventura (7 temporadas num post seriam difícieis de comportar). Contudo, pus-me a pensar: que séries teen vi/vejo, que importância tiveram/têm, e que conclusões posso tirar?

Dawson's Creek (1998-2003)


Típica história: gajo-e-gaja-são-amigos-até-à-altura-em-que-começam-a-ganhar-hormonas-e-começar-a-querer-saltar-para-cima-um-do-outro.
Simples, não é? WRONG!
A história envolvia mais que apenas um desenvolvimento dos genitais e sonhos impróprios. O protagonista era um idealista, o apologista do amor pleno, universal, a procura do Homem em si. O seu mundo, a esfera que imagina, a formação do seu conceito de realidade e de quem o rodeia. E a rapariga (pausa para babar pela Katie Holmes na altura...), a mulher que personifica a sua ideologia, a musa, a tal...
O discurso era (demasiado) eloquente e introspectivo (para miúdos de quinze anos), servindo perfeitamente o propósito da série (a parte teen é quase uma desculpa para ter audiência)
Até que surge o fatídico último episódio, surgindo a cena (não fui eu que a traduzi):


Ok, tudo bem, pensa o estimado espectador, até que:


Conclusão? Podemos ter a nossa história de amor, e encontrar a pessoa certa, que até mesmo assim ela vai em direcção ao pôr do sol com o otário do outro cowboy (ou dormir com o padeiro, brincar aos toureiros, pular a cerca - aplicar a metáfora preferida). Que mais? Espertas são as mulheres que desta forma ficam com 2 gajos para as diferentes ocasiões!

The OC (2003-2007)


A premissa deste é mais simples: rapaz pobre vai preso e é adoptado por uma família rica que vive no centro da futilidade americana, enquanto se apaixona pela vizinha e atura o outsider do "irmão adoptado". Fácil! Quem já não passou por isto?
Teve momentos altos (muito altos mesmo) e outros muito baixos (tão baixos...). Contudo, no final do dia, sobressaíam certas cenas que justificavam quase a nossa existência (LAME, mas não consigo explicar melhor...).
Mas há mais factores a ter em conta neste caso (para além da história), nomeadamente a banda sonora (mítica, perfeita, excelente, a mistura de indie com pop/rock ideal) e o desenvolvimento do conceito pop (como nas referências cinematográficas ou culto geek - Seth Cohen está gravado - imprinted mesmo - na nossa memória com uma força tal...), que são aspectos a ter em conta (pelo menos) na definição desta década. Exemplo:


Finalmente, que conclusão se tira desta série? "Não te apaixones pela tua vizinha com problemas psiquiátricos, senão ela morre no final da terceira temporada. Se bem que depois finalmente poderás encontrar alguém minimamente equilibrado...NOT!"; e "apaixona-te pela burra da tua escola. Sê humilhado por ela à vontade. Ela acabará por ver que até és porreiro. Quanto à burrice... isso passa quando chegarmos à 4ª season".

Gossip Girl (2007 - )


O criador do OC, no final deste, decidiu criar mais uma série para pessoas com borbulhas e flutuações de auto-estima (para além de Chuck, uma das melhores coisas nascidas à face da Terra) ... só que desta vez puxou o limite para muito mais longe.



Agora sim falamos de cultura pop, de irreverência, de toda uma cultura! Sim, cultura, porque pelo menos por onde ando já muita gente não se cinge apenas a dizer literalmente lol, mas os vocábulos OMFG (e todas associadas), btw, aka, asap, por aí fora - já fazem parte da literatura. (bué é tãaaaaaaao século XX...). É o novo guilty pleasure... será apenas isso?
Conclusão da história? Por enquanto... "não guardar esqueletos no armário", "não durmas com quem não deves" e "não te metas se não sabes com quem estás a jogar" parece-me apropriado.


Sim, o primeiro é o meu favorito (é o da minha geração!), mas os outros têm a sua lógica, a sua razão de existência: as formas com que nós encontramos a outra pessoa podem ser completamente diferentes, o meio também.
Agora: quem gosta, gosta mesmo! Tipo ir à Lua e não voltar, adormecer e acordar a pensar nela, e matar quem lhe causar um arranhão.
Se as séries não nos deixarem a sonhar, para que é que existem?

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