Ontem presentearam-me com o conhecimento deste anúncio, que eu prontamente fui procurar no youtube e arrependi-me para toda a vida. Agora é a vossa vez de nunca mais conseguirem tirar esta musiquinha da cabeça! Carreguem no play e... foi um prazer ter-vos como leitores mais ou menos assíduos.
sexta-feira, outubro 23, 2009
quarta-feira, outubro 21, 2009
Elite
Nota: Este comentário social tem duas funções. Em primeiro lugar é um texto escrito por mim (não tenham medo), tão válido como post no Draft of a Life como qualquer outro. Em segundo lugar, ao contrário da situação habitual, este não é o primeiro local onde foi publicado. Na verdade este está noutro blog de que faço parte,
http://oreplicador.blogs.sapo.pt/
, é um blog muito bom, com grandes contribuidores dos quais tenho o privilégio de fazer parte. Quando tiverem algum tempo livre passem por lá! Convém mencionar que a situação é excepcional e no futuro não é suposto haver partilha entre publicações, sendo blogues individuais, haverão textos diferentes. Um abraço a todos... vão precisar.
Num país profundamente enraizado no seu adubo socialista pronunciar a palavra elite é provavelmente mais mal visto que vender o fígado da mãe no mercado negro ou violar crianças de 10 anos. Ainda me lembro com nostalgia da minha professora primária a ensinar-nos que éramos todos iguais. Todos iguais, sim… e não. Devemos nascer todos iguais? Sim, sem sombra de dúvida, todos devem nascer idênticos aos olhos do mundo e com as mesmas oportunidades. Isso não acontece hoje, e não cairia muito em erro ao dizer que nunca aconteceu em tempo algum, em parte alguma. Faz parte de nós, o ser humano gosta muito de rotular tudo e mais alguma coisa, facilita-lhe bastante a vida. Só podemos lutar contra o nosso inato, uma batalha perdida mas com bastante mérito.
Mas isto deve ser assim durante toda a existência do indivíduo? O empresário é igual ao padeiro? Sim, claro! E de modo algum por outro lado. A partir do momento em que ganhamos uma consciência, se for suposto um nível mais ou menos semelhante nas oportunidades oferecidas ao empresário e ao padeiro, cada um seguiu o caminho que escolheu. E aí são diferentes, os caminhos que traçamos definem-nos. Ambos têm mérito, o empresário gosta de pão de manhã e o padeiro gosta de pertencer ao conglomerado panificador do empresário que lhe confere benefícios vários. E até este ponto o conceito de uma elite não tem utilidade alguma. Continuemos no entanto.
A vida pressupõe trabalho, palavra empregada a vários níveis: o amor dá trabalho, ser educado dar trabalho, tomar as decisões acertadas dá muito trabalho. É impressionante a quantidade de areia que precisamos de tirar da frente dos olhos para encontrar o nosso objectivo! Falo por experiência própria e não me parece que esteja sozinho no assunto. E é aqui que entra a definição de elite, o grupo excepcional de pessoas com objectivos mais ou menos imutáveis e sem medo de trabalhar para os atingir. A elite não escolhe o caminho de menos resistência, não altera os objectivos quando vê uma montanha no meio. A elite constrói um túnel, a elite pesquisa, a elite aprende e não descansa (muito). De certa forma o trabalho faz parte do objectivo da elite, sem este ela sente-se “pobre”, pobre de espírito, claro. A elite não tem que ser um grupo mínimo de indivíduos, infelizmente é.
A elite não nasce necessariamente rica, não nasce necessariamente de uma família influente, culta, educada. Muitos filhos de famílias ricas ou com status não são mais que meninos estragados de mimos. E muitas crianças que se depararam com enormes adversidades para subir na vida hoje não podem olhar para baixo de tão alto que chegaram!
E a elite é pequena em parte por culpa de uma sociedade que faz da palavra tabu. “Ser grande” nesta sociedade poluída é vestir-se como os outros, ser mediano em ideias como os outros, almejar uma casa com piscina, um jipe e nada mais. “Ser grande” é não trabalhar muito, deixar isso para os paspalhos. É numa sociedade corrupta económica e socialmente que surge um grupo exemplar, chamem-lhe o que quiserem chamar, chamem-lhes cavalos ou burros porque vos levam no dorso para não abrirem mais o buraco onde vivem com o peso dos vossos rabos gordos.
terça-feira, outubro 20, 2009
Midnight sunset
The sun hides away from my face
as it sets out there in the horizon
and i think of the past, of the reason
why I think i'm hidden from grace
As it stoped staring you did start
looking through my sight for a heart
Why bother, maybe there isn't hope
that glorified pump just couldn't cope
Well, as the sun hid from my face
I wasn't sad, wasn't the case
but now it's midnight and I frown
so I write like I'm always down
as it sets out there in the horizon
and i think of the past, of the reason
why I think i'm hidden from grace
As it stoped staring you did start
looking through my sight for a heart
Why bother, maybe there isn't hope
that glorified pump just couldn't cope
Well, as the sun hid from my face
I wasn't sad, wasn't the case
but now it's midnight and I frown
so I write like I'm always down
segunda-feira, outubro 19, 2009
O Paradigma da Bolacha Maria
Não, não me vou dedicar à dissertação gratuita da honrosa bolacha, quiçá mais importante que as Oreo. Hoje dedico-me à arte humana de cometer os erros estando ciente das consequências. Por vezes esses erros trazem prazer a curto prazo, por vezes não, é certo no entanto que existem consequências nefastas a longo prazo! Porquê o paradigma da bolacha Maria? Para explicar apresentarei uma personagem, o Albano, criança de tenra idade, localizada na faixa etária preferencial do Bibi e que de modo algum está relacionada comigo.
Seis e meia da manhã, hora de acordar. Albano estica-se e salta da cama para a sala. Liga a caixinha mágica, fitando atentamente nos desenhos animados da manhã, repetição da repetição da repetição do Tom and Jerry. Tanto faz, podiam ser os teletubies, ele comia se fosse preciso! Comer… sim, o seu estômago começa agora a uivar, afinal de contas o seu nome é Albano e como tal foi-lhe já traçada a sina de vir a ter uma proeminente barriga. Felizmente ainda desconhece a arte gourmet do tramoço e da mine… não por muito tempo. Mas por agora convém é largar os rodeios e ir comer! Comer o quê? O que está mais à mão! Avidamente Albano abre a despensa e retira o primeiro pacote que lhe vem à mão. Volta a guardar as saquetas de chá que acabou de retirar, desta vez olha para o que tem à sua frente: massa crua, latas, farinha, bolachas Marias. Ah, manjar dos manjares, a bolacha dos deuses! Freneticamente remove um pacote da escura caverna de alimentos, luta epicamente para descascar as rodelas de paraíso da casca plástica, começa a comer. Tudo isto se passou muito mais depressa do que dá a parecer, Albano é criança simples, de vocabulário simples e praticamente imutável (embora venha a aprender muitos nomes de ruas na sua futura profissão). Demorasse ele tanto a pensar quanto demoram a ler, já estaria prostrado à porta do sustento alimentício, sem forças e possivelmente com abutres sobrevoando a sua seca carcaça… adiante! Meio pacote já se foi e agora Albano surpreendentemente formula na sua ervilha rascunhos de pensamento: Ele bem sabe que se continuar a comer vai passar a tarde a evacuar um líquido semi-pastoso, com uma frequência pouco agradável e acompanhada por cólicas abdominais que levantariam montanhas se fossem motores de gruas. Ele sabe-o porque ainda no outro fim-de-semana tal aconteceu, é tudo menos novidade.
“Bah, paciência”, exclama Albano e começa a comê-las como se fossem sanduíches de ar, duas de cada vez, na vertical por vezes, deitado no sofá, agora está a dar o Scooby Doo, aquele cão um dia tropeça nos lábios vaginais (nota do autor, o Albaninho ainda não tem idade para estas coisas), está quase no fim e pronto, já comeu o pacote!
Foi uma tarde amena, talvez até solarenga, com o suave odor a relva regada do quintal do nosso rebento a inundar a casa. Pelo menos foi assim até às sete da tarde, em que a bolacha Maria, gentil por um lado, impiedosa por outro, acossou o jantar do dia anterior à rebelião, entremeado com água dos leitos intestinais. Pelas sete da tarde o suave chilrear dos pássaros da região foi trocado pelo atormentado gemer de Albano. Pelas sete da tarde a fragrância da erva deu lugar à do adubo rapidamente depositado na sanita do primeiro andar.
E assim Albano aprendeu que não podia comer o pacote inteiro de bolachas Maria. E no fim-de-semana seguinte repetiu-se a sequência novamente.
Este é o modelo primordial do paradigma da bolacha. Possivelmente o primeiro contacto que qualquer um de nós teve com o mesmo! Hoje, já “crescidos”, trocamos maioritariamente este exemplo primário por vivências complexas, erros repetidos na nossa vida amorosa, comida estragada, marcas de equipamentos cuja experiência nos grita “NÃO PRESTA” e frases tortas que expelimos na discussão com superiores nossos. Afecta o mundo inteiro, falando do mundo como o grupo finito de pessoas que não se contentam, que querem mais, que desejam desafiar o futuro para uma vida melhor, em suma, os idiotas que ainda não sofreram o suficiente. E os repetidos eventos pouco nos fazem crescer, talvez crescer para os lados no caso das bolachas, pouco mais. Mas tudo seria inútil se assim fosse. Seríamos escravos dos nossos impulsos, deprimidos por não poder fazer nada quanto a eles.
Mentira. Algo pode ser feito. Provavelmente uma atitude que poucos chegam a racionalizar, não obstante uma que eventualmente a maioria adopta! Como eu tenho pouco para fazer pensei no assunto e cheguei a esta conclusão: muito (MUITO) raramente mudamos a nossa atitude, o Albano vai continuar a sorver milhares de calorias todas as manhãs, apenas aceitamos o nosso defeito como intrínseco, algo que não temos vontade de alterar e convivemos com as consequências. Tal como as mulheres se vão continuar a meter com chulos, os homens vão continuar a querer as pegas que não lhes ligam e o Albano comerá bolachas a dar com um pau (a expressão mais idiota do ano, diga-se de passagem), em comum têm que as mulheres vão aceitar as suas injecções de penicilina para a sífilis estoicamente, os homens vão estoicamente aceitar o dia em que mandaram pastar as cabras e o Albano estoicamente aceitará o óleo que lhe corre pelo ânus ao sábado à tarde.
E todos viveram felizes e profundamente perturbados para sempre!
Desejo terminar esclarecendo que o nome de uma pessoa não a define de maneira alguma. No entanto é do conhecimento geral que eu vivo num mundo mágico e de modo às minhas teorias brilhantes resultarem precisam de se fiar muito em premissas que se afastam da verdade tanto quanto o nariz de silicone das celebridades. Não pretendo ofender ninguém e se alguém se sentir realmente atingido, peço sinceramente que se atirem de um penhasco, se não se sabem rir nem deviam estar aqui!
sábado, outubro 17, 2009
Apatia
Afundo-me em mim própria… nos meus pensamentos, pensamentos que não consigo exprimir. Penso na vida da minha mãe, árvore majestosa, erguendo-se orgulhosamente dos terrenos húmidos, partilhando-os com as suas amigas. Isto até a terem cortado, claro. O derradeiro sacrifício, deu a vida por mim, sua filha. História tão dramática seria apenas conveniente que fizesse algo de útil com a minha existência! Mas não, permaneço aqui deitada, indiferentemente abraçando o topo da mesa e olhando nessas duas lentes por onde vejo um vazio mais vazio que eu. Não sou útil porque não me dás utilidade alguma. Olhas para mim como se me fosse escrever a mim própria, mas és tu que tens a caneta, és tu que tens os dedos borrados de tinta de tanto mexericar, como se uma fonte inesgotável de ideias fosse jorrar do seu bico. Então deixa-me dizer-te a cruel verdade. É só tinta! Veio da Mitsubishi, provavelmente a fórmula até é parecida com a do óleo dos carros! Está fitando com ar tão estúpido quanto eu a tua nulidade criativa! Escreve-me! ESCREVE-ME! Apaga o meu branco infinito com algo que se expresse mais que a minha apática face! Deixa-me sentir a pressão da esfera a corroer impiedosamente sulcos no meu corpo, gravar uma obra que faça rir, que faça chorar, que faça algo!
Só um rabisco, vá lá… não suporto mais a luz do teu candeeiro a cegar-me todas as noites ou aquele pombo idiota que cheira a pão e velhos a olhar para mim pela janela como se eu fosse uma bolacha todos os dias. Há quantos dias me tens aqui? Meses? Anos? Não percebo o tempo sem as minhas colegas da resma para conversar, nem os presidiários são assim tratados, ao menos têm uma parede para riscar os sóis que nasceram desde que ali entraram, pelo menos até alguém os transformar num coador porque sim.
Talvez seja eu, trago-te má sorte. Deita-me fora então, perdurarei para sempre, seja num pacote de leite ou noutra página, uma página em que uma mulher não morena como tu, com um sorriso não como o teu e uma história não como a tua, com uma motivação diferente da tua, depositará um mar de palavras infindável, lindo, comovente. Tudo o que eu sempre sonhei…
Se ao menos chegasse ao caixote. Por entre um mar de quinquilharia, um oceano de objectos a discutirem banalidades num frenesim, como se amanhã já lá não estivessem, o caminho para o lixo é a viagem de uma geração inteira. E eu não tenho pernas, oh, quanto dava para ter pernas. Ou uma boca para gritar contigo, para te contar o que me deves dizer com a tua pena, para depois me lerem e lerem tudo isto.
sexta-feira, outubro 16, 2009
Dança comigo
Olá minha gente! Como estais vós e respectivos quintais? É verdade, este calor está a ressequir as couves. Situação complicada.
Hoje venho "falar" de uma dança muito especial a que nos habituam desde cedo, desde aquele primeiro "eu depois compro-te o brinquedo" ou "deixa-me pensar nisso". É claro para todos que me refiro à dança da burocracia! Oh vultos animados de estaticidade, para sempre voando por milhas sem nunca sair do seu lugar, lutar contra um serviço administrativo é em todos os aspectos semelhante a dançar com um transexual, na medida em que após mil jogos de olhinhos, uma batalha feroz na escolha de quem guia e uma permanente sensação de que algo está errado, finalmente se chega ao "último destino" e é este o momento em que percebemos que não é nada do que queríamos, tudo está mal, demorou muito e é tempo da nossa vida que nunca poderemos reaver.
Mas o aspecto possivelmente mais destrutivo d dança burocrática é aquela sensação de que estamos aptos para um próximo embate... mentira das mentiras. E depois volta aquele sentimento de fracasso, de revolta e injustiça, mais uma vez estamos na estação de comboio à espera para comprar bilhete e o primeiro já vai em Fátima.
E o que dá a enorme vantagem aos serviços administrativos na maior guerra a nível mundial que travamos quase diariamente? Recorro mais uma vez à metáfora estapafurdia, aquele grão de arroz que na realidade é uma pedra basáltica. O homem comum que come arroz faz muito da sua vida, incluindo aquela percentagem minima da sua existência comum que devota a comer arroz. Mas a pedra no meio do pacote de carolino não tem função alguma senão rachar ao meio o molar do homem comum, deixando-o num profundo oceano de dor, a mergulhar num mar de contas de dentista, rios de dívidas e acabando por ter de recorrer à prostituição para o banco não lhe ficar com a casa junto ao lago.
Qualquer secretaria, incluindo todas as mulheres com bigode, é o equivalente a um espartano. Nascida e criada para infernizar a vida do inimigo, neste caso eu. Um eu mais profundo, o eu que todos nós somos quando precisamos do impresso amarelo nº 335, do papelinho inominado para pedir o passe na estação, levantar uma encomenda ou pedir um simples agrafador. Aquela criança profundamente transtornada que sente vontade de voltar ao útero a lidar com o empregado que se recusa a cessar a leitura da "Ana mais atrevida" para nos atender.
Perante um nível de malvadez tão exponencial, tão dedicado e meticuloso não há nada a fazer senão penar... ou há?
...não, não há mesmo nada a fazer. Apenas esperar pelo e-mail e rezar para que tenham pena de nós ou que a nossa cunha dê em algo se formos sobrinhos do Sócas.
PS: Eu nunca dancei com um transexual.
PPS: Acho eu.
Hoje venho "falar" de uma dança muito especial a que nos habituam desde cedo, desde aquele primeiro "eu depois compro-te o brinquedo" ou "deixa-me pensar nisso". É claro para todos que me refiro à dança da burocracia! Oh vultos animados de estaticidade, para sempre voando por milhas sem nunca sair do seu lugar, lutar contra um serviço administrativo é em todos os aspectos semelhante a dançar com um transexual, na medida em que após mil jogos de olhinhos, uma batalha feroz na escolha de quem guia e uma permanente sensação de que algo está errado, finalmente se chega ao "último destino" e é este o momento em que percebemos que não é nada do que queríamos, tudo está mal, demorou muito e é tempo da nossa vida que nunca poderemos reaver.
Mas o aspecto possivelmente mais destrutivo d dança burocrática é aquela sensação de que estamos aptos para um próximo embate... mentira das mentiras. E depois volta aquele sentimento de fracasso, de revolta e injustiça, mais uma vez estamos na estação de comboio à espera para comprar bilhete e o primeiro já vai em Fátima.
E o que dá a enorme vantagem aos serviços administrativos na maior guerra a nível mundial que travamos quase diariamente? Recorro mais uma vez à metáfora estapafurdia, aquele grão de arroz que na realidade é uma pedra basáltica. O homem comum que come arroz faz muito da sua vida, incluindo aquela percentagem minima da sua existência comum que devota a comer arroz. Mas a pedra no meio do pacote de carolino não tem função alguma senão rachar ao meio o molar do homem comum, deixando-o num profundo oceano de dor, a mergulhar num mar de contas de dentista, rios de dívidas e acabando por ter de recorrer à prostituição para o banco não lhe ficar com a casa junto ao lago.
Qualquer secretaria, incluindo todas as mulheres com bigode, é o equivalente a um espartano. Nascida e criada para infernizar a vida do inimigo, neste caso eu. Um eu mais profundo, o eu que todos nós somos quando precisamos do impresso amarelo nº 335, do papelinho inominado para pedir o passe na estação, levantar uma encomenda ou pedir um simples agrafador. Aquela criança profundamente transtornada que sente vontade de voltar ao útero a lidar com o empregado que se recusa a cessar a leitura da "Ana mais atrevida" para nos atender.
Perante um nível de malvadez tão exponencial, tão dedicado e meticuloso não há nada a fazer senão penar... ou há?
...não, não há mesmo nada a fazer. Apenas esperar pelo e-mail e rezar para que tenham pena de nós ou que a nossa cunha dê em algo se formos sobrinhos do Sócas.
PS: Eu nunca dancei com um transexual.
PPS: Acho eu.
Ursa Maior
sexta-feira, julho 31, 2009
O bom, o mau, o feio e o sitio onde comiam à sexta-feira e falavam de gaijas
“Estou farto desta freguesia e ela está farta de mim”, palavras para sempre gravadas na minha memória (com adulteração para omitir localidades que por decreto ideológico nunca são explicitadas).
Perdoem qualquer erro de sintaxe, ortografia ou frases sem nexo. Culpem os senhores que cultivam as uvas e os que fermentam as mesmas para embalar em garrafas de vidro.
10 anos… a maioria de nós nem sequer consegue identificar acontecimentos significativos de tal data… muito menos eu… mas, tinha eu também 10 anos, abriu um restaurante chamado “Toscana”. O Toscana foi palco de numerosos actos na minha encenação (leia-se novela mexicana) a que chamo de vida.
O Toscana nasceu na altura em que eu não sabia tomar decisões. Felizmente a minha mãe não tinha vontade de cozinhar certo dia e mandou-me ir buscar uma piza romana e um spaguetti bolonhesa. Mal sabia eu que essa formula perduraria por oito anos, mais dois com pequenas alterações. Mas o que é a comida? Nutrição? Muito mais! No Toscana, à minha frente e a meu lado, apenas sentei gente que me era significativa, desde a minha primeira namorada ao meu avô. O Toscana foi o local onde surgiram grandes teorias da conspiração, foi onde se planearam os maiores golpes contra a ignorância escolar, e ainda não me convenci que não foi lá que eu e o Bill Gates inventámos o Microsoft Windows (mas eu vendi-lhe os direitos por uma caipirinha).
Quase semanalmente, eu e o trio do não-sei-quantos (há 6 anos que estamos para lhe dar um nome) lá estávamos para mais um jantar sempre melhor que a maioria dos acontecimentos da freguesia, concelho, distrito e país (sem contar com a casa do avô Cantigas, onde as orgias são como o nariz do Sócrates, infindáveis). Nunca olhámos aquele espaço bege e vermelho como um restaurante, quanto uma casa onde queríamos ir, éramos bem recebidos e não dava vontade de ir embora. E existem várias razões para tal:
-Podemos começar logo pela mais simples, o dono não ostentava um pomposo bigode onde era notório o prato do dia de ontem.
-As paredes não eram forradas com azulejos para facilitar a limpeza do óleo utilizado na cozinha (embora tenha a dizer que desde que os outros estabelecimentos mudaram para variantes utilizadas nos ligeiros sem-chumbo, eu tenho aguentado muito melhor os seus gourmets – bitoque com ovo a cavalo).
-99% dos lugares sentados não estavam ocupados por gajos que proferem a palavra “tramoces” de 7 em 7 minutos (seriam 5 em 5 se não tivessem tão ébrios mas demora um pouco a processar).
-Não existia um barulho incessante que parece que estamos num concerto do Toni Carreira.
-A comida era feita de alimentos (sim, isto é importante).
-As mesas, cadeiras, chão, pratos, talheres e copos não ficavam colados nas mãos (embora coberto no segmento sobre azulejos, convém relembrar, já que tal evitava o embaraço de pensarem que estávamos a roubar quando simplesmente nos descuidámos e ficámos com um copo colado nas costas da t-shirt).
-98% dos pratos disponíveis não nos eram ditados por um senhor que claramente precisa de atenção médica ou um banho com um bom desincrustante para fogões e canalização. Os 2%, prato do dia, eram apresentados por alguém que não nos deixava a questionar acerca do conteúdo microbiano da refeição.
-As bebidas oferecidas variavam além da “mini”, “bagaço” e o “umtintinhe” (expressão utilizada universalmente para os “senhores” e outros benfiquistas se referirem a um copo de uvas fermentadas – atenção que tal é completamente diferente de vinho).
-A música de fundo excluía por princípio os (grandes) artistas da música popular portuguesa e os especialistas de clonagem de barulho de fundo de televisões analógicas (kizomba).
-Havia música de fundo.
-Havia música.
Já disse que o dono não tinha um bigode? É certamente chato entrar num estabelecimento e tropeçar logo na pilosidade de outrem. Especialmente quando tal nos faz cair, escorregar no chão oleoso até à cozinha onde um doutorado em “kizomba e estudos sobre estática de equipamentos electrónicos” está a cozinhar um bitoque com ovo a cavalo com óleo semi-sintético da repsol enquanto faz abortos às 30 semanas com a mesma espátula que usou para virar a carne e mudar de estação de rádio para a renascença. E depois temos que ir lavar as mãos, o que ainda é pior, isto porque tocámos na bancada de confecção para nos levantarmos.
Por tal ousadia, palavra proferida pelo dono, ao qual todos os meus leitores hão-de fazer uma vénia ou entregar a certidão de óbito na junta, o Toscana não era o local mais bem querido pelas grandes massas da vizinhança. Recordo acontecimentos como um afável gentleman que arremessou cinzeiros de vidro ao proprietário por não lhe servir mais alcóol ou mesmo quando este mandou calar os cavalheiros da litrosa, refiro-me claro aos chulos que preferem pagar uma imperial para ver o derby no ecrã gigante enquanto fazem tanto barulho quanto quando batem na mulher em vez de simplesmente comprarem a sportTV. É de certa forma normal, ele tentou alterar algo no sistema, este reagiu com repulsa, tentou ostracizá-lo. O Toscana viveu principalmente de gente que gostava de coabitar em sociedade em vez de grutas e tocas de palha. Eles foram meus vizinhos a certa altura, hoje tomaram o meu conselho e encontram-se a residir algures num local em que não se acorda às 9 da manhã com um comboio de português fora de prazo proclamado em alto e bom som à mulher, descrevendo as suas actividades com o amante de forma de tal modo pejorativa que a obriga a retorquir com iguais difamações acerca do caso amoroso entre o anterior e a empregada doméstica, que de momento está a parir o seu filho aos 3 meses com a ponta de um cabide de aço.
Há poucas semanas pensava que pessoas eu levaria aos meus anos no Toscana (invariavelmente um jantar teria que ser lá feito). Hoje, ou ontem, que entretanto já são duas da manhã, penso que tal saga acabou tão bem quanto começou, comigo e os dois amigos que me acompanharam na grande jornada que se iniciou no secundário. Talvez o tenha visitado, o melhor restaurante de sempre, antes disso, certamente que as minhas memórias são mais vivas apenas nos jantares onde de tudo se falou, onde três pessoas cresceram sob a luz de uns candeeiros muito engraçados e sobre pizas, apelidadas por uma ex nascida na Itália como “as mais parecidas com as melhores italianas”. Especialmente na ausência de indivíduos que não sabem colocar correctamente bonés, têm apenas frio numa perna e cuja parésia facial os impede de falar português correcto.
É absoluto que faltam imensos elementos neste modesto comentário, seja pela imensidão de histórias que nasceram no Toscana ou porque metade do meu cérebro já está a dormir há hora e meia, deixando-me pouco mais inteligente e apto que um símio ou um bloquista. Peço perdão, perdão pelo que não contei, provavelmente ouvi-lo-ão pela minha boca, e pela vontade que dei a alguns de ir a este fantástico restaurante, que nunca terão essa oportunidade. Esses são os mais infortunados, que nunca saberão que aqui, na terra em que vivo, um sitio decente não é impossível, não é proibido pelo local em si mas sim porque não há vontade, não existem pessoas que o queiram fazer.
E o pior de tudo, todas as que o fizeram estão a arranhar a porta de desespero para cair daqui para fora.
Tanto se anuncia hoje a partida de magna obra como mais um passo na queda do meu poiso, antro de desesperados e deprimidos, defuntos, ladrões, homicidas e comunas… a maioria do SLB.
Como últimas palavras só quero dizer “obrigado” ao [nome do dono que não vos interessa saber] por tudo, fizeste algo de inédito por aqui e espero que o teu próximo projecto seja tão bom e tão nobre quanto este. E inserido num sitio em que saibam apreciar tais atributos para não começarem a surgir cabelos brancos!
Perdoem qualquer erro de sintaxe, ortografia ou frases sem nexo. Culpem os senhores que cultivam as uvas e os que fermentam as mesmas para embalar em garrafas de vidro.
10 anos… a maioria de nós nem sequer consegue identificar acontecimentos significativos de tal data… muito menos eu… mas, tinha eu também 10 anos, abriu um restaurante chamado “Toscana”. O Toscana foi palco de numerosos actos na minha encenação (leia-se novela mexicana) a que chamo de vida.
O Toscana nasceu na altura em que eu não sabia tomar decisões. Felizmente a minha mãe não tinha vontade de cozinhar certo dia e mandou-me ir buscar uma piza romana e um spaguetti bolonhesa. Mal sabia eu que essa formula perduraria por oito anos, mais dois com pequenas alterações. Mas o que é a comida? Nutrição? Muito mais! No Toscana, à minha frente e a meu lado, apenas sentei gente que me era significativa, desde a minha primeira namorada ao meu avô. O Toscana foi o local onde surgiram grandes teorias da conspiração, foi onde se planearam os maiores golpes contra a ignorância escolar, e ainda não me convenci que não foi lá que eu e o Bill Gates inventámos o Microsoft Windows (mas eu vendi-lhe os direitos por uma caipirinha).
Quase semanalmente, eu e o trio do não-sei-quantos (há 6 anos que estamos para lhe dar um nome) lá estávamos para mais um jantar sempre melhor que a maioria dos acontecimentos da freguesia, concelho, distrito e país (sem contar com a casa do avô Cantigas, onde as orgias são como o nariz do Sócrates, infindáveis). Nunca olhámos aquele espaço bege e vermelho como um restaurante, quanto uma casa onde queríamos ir, éramos bem recebidos e não dava vontade de ir embora. E existem várias razões para tal:
-Podemos começar logo pela mais simples, o dono não ostentava um pomposo bigode onde era notório o prato do dia de ontem.
-As paredes não eram forradas com azulejos para facilitar a limpeza do óleo utilizado na cozinha (embora tenha a dizer que desde que os outros estabelecimentos mudaram para variantes utilizadas nos ligeiros sem-chumbo, eu tenho aguentado muito melhor os seus gourmets – bitoque com ovo a cavalo).
-99% dos lugares sentados não estavam ocupados por gajos que proferem a palavra “tramoces” de 7 em 7 minutos (seriam 5 em 5 se não tivessem tão ébrios mas demora um pouco a processar).
-Não existia um barulho incessante que parece que estamos num concerto do Toni Carreira.
-A comida era feita de alimentos (sim, isto é importante).
-As mesas, cadeiras, chão, pratos, talheres e copos não ficavam colados nas mãos (embora coberto no segmento sobre azulejos, convém relembrar, já que tal evitava o embaraço de pensarem que estávamos a roubar quando simplesmente nos descuidámos e ficámos com um copo colado nas costas da t-shirt).
-98% dos pratos disponíveis não nos eram ditados por um senhor que claramente precisa de atenção médica ou um banho com um bom desincrustante para fogões e canalização. Os 2%, prato do dia, eram apresentados por alguém que não nos deixava a questionar acerca do conteúdo microbiano da refeição.
-As bebidas oferecidas variavam além da “mini”, “bagaço” e o “umtintinhe” (expressão utilizada universalmente para os “senhores” e outros benfiquistas se referirem a um copo de uvas fermentadas – atenção que tal é completamente diferente de vinho).
-A música de fundo excluía por princípio os (grandes) artistas da música popular portuguesa e os especialistas de clonagem de barulho de fundo de televisões analógicas (kizomba).
-Havia música de fundo.
-Havia música.
Já disse que o dono não tinha um bigode? É certamente chato entrar num estabelecimento e tropeçar logo na pilosidade de outrem. Especialmente quando tal nos faz cair, escorregar no chão oleoso até à cozinha onde um doutorado em “kizomba e estudos sobre estática de equipamentos electrónicos” está a cozinhar um bitoque com ovo a cavalo com óleo semi-sintético da repsol enquanto faz abortos às 30 semanas com a mesma espátula que usou para virar a carne e mudar de estação de rádio para a renascença. E depois temos que ir lavar as mãos, o que ainda é pior, isto porque tocámos na bancada de confecção para nos levantarmos.
Por tal ousadia, palavra proferida pelo dono, ao qual todos os meus leitores hão-de fazer uma vénia ou entregar a certidão de óbito na junta, o Toscana não era o local mais bem querido pelas grandes massas da vizinhança. Recordo acontecimentos como um afável gentleman que arremessou cinzeiros de vidro ao proprietário por não lhe servir mais alcóol ou mesmo quando este mandou calar os cavalheiros da litrosa, refiro-me claro aos chulos que preferem pagar uma imperial para ver o derby no ecrã gigante enquanto fazem tanto barulho quanto quando batem na mulher em vez de simplesmente comprarem a sportTV. É de certa forma normal, ele tentou alterar algo no sistema, este reagiu com repulsa, tentou ostracizá-lo. O Toscana viveu principalmente de gente que gostava de coabitar em sociedade em vez de grutas e tocas de palha. Eles foram meus vizinhos a certa altura, hoje tomaram o meu conselho e encontram-se a residir algures num local em que não se acorda às 9 da manhã com um comboio de português fora de prazo proclamado em alto e bom som à mulher, descrevendo as suas actividades com o amante de forma de tal modo pejorativa que a obriga a retorquir com iguais difamações acerca do caso amoroso entre o anterior e a empregada doméstica, que de momento está a parir o seu filho aos 3 meses com a ponta de um cabide de aço.
Há poucas semanas pensava que pessoas eu levaria aos meus anos no Toscana (invariavelmente um jantar teria que ser lá feito). Hoje, ou ontem, que entretanto já são duas da manhã, penso que tal saga acabou tão bem quanto começou, comigo e os dois amigos que me acompanharam na grande jornada que se iniciou no secundário. Talvez o tenha visitado, o melhor restaurante de sempre, antes disso, certamente que as minhas memórias são mais vivas apenas nos jantares onde de tudo se falou, onde três pessoas cresceram sob a luz de uns candeeiros muito engraçados e sobre pizas, apelidadas por uma ex nascida na Itália como “as mais parecidas com as melhores italianas”. Especialmente na ausência de indivíduos que não sabem colocar correctamente bonés, têm apenas frio numa perna e cuja parésia facial os impede de falar português correcto.
É absoluto que faltam imensos elementos neste modesto comentário, seja pela imensidão de histórias que nasceram no Toscana ou porque metade do meu cérebro já está a dormir há hora e meia, deixando-me pouco mais inteligente e apto que um símio ou um bloquista. Peço perdão, perdão pelo que não contei, provavelmente ouvi-lo-ão pela minha boca, e pela vontade que dei a alguns de ir a este fantástico restaurante, que nunca terão essa oportunidade. Esses são os mais infortunados, que nunca saberão que aqui, na terra em que vivo, um sitio decente não é impossível, não é proibido pelo local em si mas sim porque não há vontade, não existem pessoas que o queiram fazer.
E o pior de tudo, todas as que o fizeram estão a arranhar a porta de desespero para cair daqui para fora.
Tanto se anuncia hoje a partida de magna obra como mais um passo na queda do meu poiso, antro de desesperados e deprimidos, defuntos, ladrões, homicidas e comunas… a maioria do SLB.
Como últimas palavras só quero dizer “obrigado” ao [nome do dono que não vos interessa saber] por tudo, fizeste algo de inédito por aqui e espero que o teu próximo projecto seja tão bom e tão nobre quanto este. E inserido num sitio em que saibam apreciar tais atributos para não começarem a surgir cabelos brancos!
sábado, junho 20, 2009
Do calor e bimbalhada
Está muito calor. Devo ter direito a culpar alguém por isto! Vamos culpar o Sócrates, com aquele diâmetro de narinas, não será tanto um primeiro-ministro quanto um exaustor. Seriamente, na qualidade de português tenho a necessidade de atribuir as culpas por este abuso.
Agora vamos falar da consequência imediata do sol abrasador: a exocitose da bimbalhada. Pois sim, como a universitária inocente com óculos de secretária se torna eventualmente no albergue da equipa de rugby, inevitavelmente nestas situações de subida de temperatura, a criatura que é o bimbo sente a necessidade de abandonar a sua residência e migrar para o bar\café\tasca\banco de jardim mais próximo onde converge e interage com outras estirpes de bimbo. Nesse momento é criado um espaço onde decorre o mais evoluído nível de construção intelectual plural. Refiro-me claramente ao falar sobre “a bola” (uma analogia à degeneração da política social contemporânea para aqueles que não são suficientemente “capazes” para decifrar o que é óbvio) e as mamas mesmo boas daquela apresentadora das notícias (não é analogia nenhuma, são mesmo boas).
Vários peritos do ramo da microbiologia tentaram classificar e compreender melhor o bimbo. É uma tarefa árdua no entanto, visto que este apresenta uns quantos nichos ecológicos de difícil acesso: a casa do bimbo, onde este é protegido da ameaça exterior pela “mulher do bimbo”; o local onde o bimbo adquire o seu substrato energético natural – a “imprialsachavô” – onde pela concentração de bimbos existe um perigo de sobreexposição para o biólogo; e o mecânico do bimbo, ponto onde este passa um terço do tempo a tentar dar vida a um material inerte comummente denominado por “lixo”, sendo impossível estudá-lo neste meio já que não é, de todo, estéril.
Assim sendo a classificação e diferenciação do bimbo mantém o uso de técnicas clássicas, passando principalmente pelas características da membrana externa, o boné que um dia foi azul mas hoje é verde, a manga cava onde um dia se leu que ele foi ao Eurovisão de “mil nove e sessenta e dois” e as calças de trabalho, deixadas no chão desde sexta e que portanto “estavam à mão”. Não foi mencionada roupa interior intencionalmente.
Tendo já apresentado o espécime em questão, voltamos ao dilema inicial: o que traz o bimbo à rua num dia de calor? O consenso da comunidade científica afirma que a resposta se reduz a três factores: a mulher do bimbo cheira mal, a temperatura do meio habitacional é superior à recomendada e este mesmo aumento também amplia as necessidades nutritivas do bicho.
E eu concordo.
Agora vamos falar da consequência imediata do sol abrasador: a exocitose da bimbalhada. Pois sim, como a universitária inocente com óculos de secretária se torna eventualmente no albergue da equipa de rugby, inevitavelmente nestas situações de subida de temperatura, a criatura que é o bimbo sente a necessidade de abandonar a sua residência e migrar para o bar\café\tasca\banco de jardim mais próximo onde converge e interage com outras estirpes de bimbo. Nesse momento é criado um espaço onde decorre o mais evoluído nível de construção intelectual plural. Refiro-me claramente ao falar sobre “a bola” (uma analogia à degeneração da política social contemporânea para aqueles que não são suficientemente “capazes” para decifrar o que é óbvio) e as mamas mesmo boas daquela apresentadora das notícias (não é analogia nenhuma, são mesmo boas).
Vários peritos do ramo da microbiologia tentaram classificar e compreender melhor o bimbo. É uma tarefa árdua no entanto, visto que este apresenta uns quantos nichos ecológicos de difícil acesso: a casa do bimbo, onde este é protegido da ameaça exterior pela “mulher do bimbo”; o local onde o bimbo adquire o seu substrato energético natural – a “imprialsachavô” – onde pela concentração de bimbos existe um perigo de sobreexposição para o biólogo; e o mecânico do bimbo, ponto onde este passa um terço do tempo a tentar dar vida a um material inerte comummente denominado por “lixo”, sendo impossível estudá-lo neste meio já que não é, de todo, estéril.
Assim sendo a classificação e diferenciação do bimbo mantém o uso de técnicas clássicas, passando principalmente pelas características da membrana externa, o boné que um dia foi azul mas hoje é verde, a manga cava onde um dia se leu que ele foi ao Eurovisão de “mil nove e sessenta e dois” e as calças de trabalho, deixadas no chão desde sexta e que portanto “estavam à mão”. Não foi mencionada roupa interior intencionalmente.
Tendo já apresentado o espécime em questão, voltamos ao dilema inicial: o que traz o bimbo à rua num dia de calor? O consenso da comunidade científica afirma que a resposta se reduz a três factores: a mulher do bimbo cheira mal, a temperatura do meio habitacional é superior à recomendada e este mesmo aumento também amplia as necessidades nutritivas do bicho.
E eu concordo.
sábado, março 07, 2009
Grandes contos de homens perdidos no seio descaído e infindável da história
Este é a biografia reduzida da vida de Ricardo, o primeiro homem. Convém salvaguardar da frase anterior que Ricardo não era um heterónimo ou pseudónimo de Adão, e que este último era, de facto, uma menina.
Num tempo em que o pico da tecnologia era uma caverna com fogueira, refiro-me claro à Era pré-bimby, há mais de 100 anos atrás, em que as tendências da moda variavam entre leopardo e lombo de mamute e os vestidos da Fátima Lopes cobriam muito pouco (pelos vistos nada mudou nesta última), não existiam homens. Claro que dizer isto é de certo modo absurdo sempre foram necessários homens no processo de fertilização do óvulo e no caso de ser mandatória alguma obra de bricolage na sala (que em termos de caverna também é a cozinha, casa de banho e escritório). Sim, existiam homens, seres com um cromossoma Y. mas todos eles centravam-se em valores que tendiam para a sobrevivência. Proteger do frio, conservar comida, manter o fogo aceso.
E finalmente, após demasiados anos de desenvolvimento relâmpago e relativa prosperidade, numa tarde de verão no apartamento 322 do bloco basáltico da Beloura, nasceu o Ricardo. Curiosamente na mesma tarde em que a sua mãe morreu de sépsis, um mistério da medicina. Era um rebento rosado de 3,5Kg, não obstante a sua fácies já traduzia uma sabedoria de vida muito própria, denominada hoje por 76,7% dos geneticistas como “saloio” e pelos restantes por “falha na segregação dos cromossomas durante a meiose”.
A infância de Ricardo foi bastante atribulada, sendo afectado em tenra idade com uma meningite. Já nessa altura os serviços hospitalares da região de Cascais eram medíocres, “ganhou calo”, reportam ainda hoje os descendentes dos apóstolos de Ricardo. Sobreviveu, é o que é preciso. E já com uns sólidos 17 anos, Ricardo tornou-se a lenda que os livros de história do secundário se recusam a contar.
Aos seus olhos era absurdo passar tardes a riscar bonequinhos nas paredes e não era atitude de um homem a de se precaver contra o perigo. Esta crise de meia-idade obrigou-o a sair do conforto do apartamento 322 para procurar o sentido da vida, deixando para trás a sua moderada prole de 17 crianças, órfãs de mãe e agora abandonadas.
Durante dois dias caminhou à descoberta, espalhando a sua filosofia por onde passava, uma de procrastinação e da prova da masculinidade pela execução de tarefas inúteis, perigosas e principalmente idiotas.
Ao terceiro dia sucumbiu à fome, ao frio e aos dentes de uma ratazana bebé que já não encontrou ali grande resistência.
Oh gloriosa a história de Ricardo!
E abençoados os seus apóstolos. Estes, originados dos que aderiram à filosofia de Ricardo e 5 dos seus filhos que sobreviveram alimentando-se dos outros 12, estabeleceram as sólidas fundações que ainda hoje, no ano 5(??????) da era pós-bimby, guiam os meus compatriotas a fazer bombas caseiras, concursos estúpidos (que mais que habitualmente resultam em mutilação peniana) e não comprar iPods.
Aqui deixo algumas provas da sabedoria de Ricardo, adaptadas para o quotidiano de 2009:
O telemóvel de um homem deve ser o mais avançado e mais pesado, conjugando estes factores de preferência com arestas cortantes;
Qualquer actividade inócua deve ser executada por um Homem da maneira mais penosa possível;
A masculinidade define-se pela capacidade estomacal para líquidos de um homem;
O frio não existe, nem a doença, fome ou qualquer manifestação fisiológica que não o desejo de copular;
Qualquer competição entre dois ou mais homens deverá presentear não o vencedor mas sim o vencido, com o máximo de humilhação ou dor (sabendo que a dor não existe no entanto) possível.
Este texto foi escrito há 19 anos atrás, no entanto, no sentido de não existir uma necessidade visceral da sua publicação, só agora foi enviado para o blog.
Num tempo em que o pico da tecnologia era uma caverna com fogueira, refiro-me claro à Era pré-bimby, há mais de 100 anos atrás, em que as tendências da moda variavam entre leopardo e lombo de mamute e os vestidos da Fátima Lopes cobriam muito pouco (pelos vistos nada mudou nesta última), não existiam homens. Claro que dizer isto é de certo modo absurdo sempre foram necessários homens no processo de fertilização do óvulo e no caso de ser mandatória alguma obra de bricolage na sala (que em termos de caverna também é a cozinha, casa de banho e escritório). Sim, existiam homens, seres com um cromossoma Y. mas todos eles centravam-se em valores que tendiam para a sobrevivência. Proteger do frio, conservar comida, manter o fogo aceso.
E finalmente, após demasiados anos de desenvolvimento relâmpago e relativa prosperidade, numa tarde de verão no apartamento 322 do bloco basáltico da Beloura, nasceu o Ricardo. Curiosamente na mesma tarde em que a sua mãe morreu de sépsis, um mistério da medicina. Era um rebento rosado de 3,5Kg, não obstante a sua fácies já traduzia uma sabedoria de vida muito própria, denominada hoje por 76,7% dos geneticistas como “saloio” e pelos restantes por “falha na segregação dos cromossomas durante a meiose”.
A infância de Ricardo foi bastante atribulada, sendo afectado em tenra idade com uma meningite. Já nessa altura os serviços hospitalares da região de Cascais eram medíocres, “ganhou calo”, reportam ainda hoje os descendentes dos apóstolos de Ricardo. Sobreviveu, é o que é preciso. E já com uns sólidos 17 anos, Ricardo tornou-se a lenda que os livros de história do secundário se recusam a contar.
Aos seus olhos era absurdo passar tardes a riscar bonequinhos nas paredes e não era atitude de um homem a de se precaver contra o perigo. Esta crise de meia-idade obrigou-o a sair do conforto do apartamento 322 para procurar o sentido da vida, deixando para trás a sua moderada prole de 17 crianças, órfãs de mãe e agora abandonadas.
Durante dois dias caminhou à descoberta, espalhando a sua filosofia por onde passava, uma de procrastinação e da prova da masculinidade pela execução de tarefas inúteis, perigosas e principalmente idiotas.
Ao terceiro dia sucumbiu à fome, ao frio e aos dentes de uma ratazana bebé que já não encontrou ali grande resistência.
Oh gloriosa a história de Ricardo!
E abençoados os seus apóstolos. Estes, originados dos que aderiram à filosofia de Ricardo e 5 dos seus filhos que sobreviveram alimentando-se dos outros 12, estabeleceram as sólidas fundações que ainda hoje, no ano 5(??????) da era pós-bimby, guiam os meus compatriotas a fazer bombas caseiras, concursos estúpidos (que mais que habitualmente resultam em mutilação peniana) e não comprar iPods.
Aqui deixo algumas provas da sabedoria de Ricardo, adaptadas para o quotidiano de 2009:
O telemóvel de um homem deve ser o mais avançado e mais pesado, conjugando estes factores de preferência com arestas cortantes;
Qualquer actividade inócua deve ser executada por um Homem da maneira mais penosa possível;
A masculinidade define-se pela capacidade estomacal para líquidos de um homem;
O frio não existe, nem a doença, fome ou qualquer manifestação fisiológica que não o desejo de copular;
Qualquer competição entre dois ou mais homens deverá presentear não o vencedor mas sim o vencido, com o máximo de humilhação ou dor (sabendo que a dor não existe no entanto) possível.
Este texto foi escrito há 19 anos atrás, no entanto, no sentido de não existir uma necessidade visceral da sua publicação, só agora foi enviado para o blog.
sexta-feira, fevereiro 06, 2009
Yes, can we?
CHAAAANGE!
Não... está tudo na mesma. O que estará a acontecer na cabeça do eleitorado americano? E nos outros países?
Acabou a época de exames, a altura do ano em que o mundo cessa na vida dos estudantes de medicina. Ainda assim fui dando uma olhadela às notícias. Vi um plano para resgatar as empresas da crise, não tenho visto resultados efectivos. Ainda é cedo. Mas cedo numa perspectiva de economia empresarial é tardíssimo aos olhos de um indivíduo. Então quando o indivíduo tem a hipoteca para pagar e está com medo de ser despedido, cedo é uma eternidade.
Estarão os americanos com um sorriso na cara? A comer lama e a adorar? Não há nada a fazer, sem dúvida, a regra de ouro na situação com que nos deparamos é sobreviver. Parte do mundo contava com o termo do caos coincidindo com o mandato de Barack. A outra parte gritava para o lado contrário "Otários!", sem se fazerem ouvir, somos só uns centos. Receio agora que este acordar, o acordar do "isto afinal não vai melhorar do dia para a noite" possa causar mais estragos ainda. O último "acordar" foi o que deu origem a isto tudo (indirectamente, a causa é claro a especulação, os bolsistas a correrem no infantário sem vigilantes e os emprestimos a talharem as leis e não o contrário). O poder das massas acéfalas mete-me muito medo.
Muito medo. Força Obama, bate a tua varinha de condão e faz do mundo um conto de fadas...
Não... está tudo na mesma. O que estará a acontecer na cabeça do eleitorado americano? E nos outros países?
Acabou a época de exames, a altura do ano em que o mundo cessa na vida dos estudantes de medicina. Ainda assim fui dando uma olhadela às notícias. Vi um plano para resgatar as empresas da crise, não tenho visto resultados efectivos. Ainda é cedo. Mas cedo numa perspectiva de economia empresarial é tardíssimo aos olhos de um indivíduo. Então quando o indivíduo tem a hipoteca para pagar e está com medo de ser despedido, cedo é uma eternidade.
Estarão os americanos com um sorriso na cara? A comer lama e a adorar? Não há nada a fazer, sem dúvida, a regra de ouro na situação com que nos deparamos é sobreviver. Parte do mundo contava com o termo do caos coincidindo com o mandato de Barack. A outra parte gritava para o lado contrário "Otários!", sem se fazerem ouvir, somos só uns centos. Receio agora que este acordar, o acordar do "isto afinal não vai melhorar do dia para a noite" possa causar mais estragos ainda. O último "acordar" foi o que deu origem a isto tudo (indirectamente, a causa é claro a especulação, os bolsistas a correrem no infantário sem vigilantes e os emprestimos a talharem as leis e não o contrário). O poder das massas acéfalas mete-me muito medo.
Muito medo. Força Obama, bate a tua varinha de condão e faz do mundo um conto de fadas...
8 Core
Estou doente. Não se queixem.
Estive a pensar no que é o amor. É uma das perguntas proibidas, o amor não existe, da mesma maneira que um pensamento abstracto não tem base física (mesmo que uma determinada estrutura, posicionamento e concentração de químicos lhe possam dar origem, efectivamente não se olha para eles e se vê um pensamento). O amor é uma construção mental que terá tantos significados quantas pessoas existirem. Para quê discutir o amor?
Pela mesma razão que se discute o sexo dos anjos ou o sporting-benfica. Porque existe, se bem que apenas dentro das nossas cabeças. E no sentido de crescermos como seres humanos, devemos tentar encontrar um suspiro de lógica no sentimento.
Durante muito tempo bati com o pé no chão, "amor não pode ser tão trivializado", e realmente hoje qualquer um manda um "amo-te" ao pontapé como um penalty de tequilla. Mas eu estava provavelmente errado ao mesmo tempo. Será preciso estender o nosso campo de estudo às massas e sobretudo aos excedentes, os "rebeldes", os frios e insensiveis, até estes últimos amam. Não amam como amam os outros, amam como sabem, gostam como sabem e traçam limites dentro dos limites traçados dentro deles. Se eles consideram amor não ir embora depois de dar uma queca, quem sou eu para lhes dizer o contrário? Bem, eu sou aquele que se vai rir muito e referir que há alguma coisa errada com eles. Mas amarão como sabem. "some say tomato, some say tomato".
O amor só é mentira quando aquele que o profere sabe que mente. Mas a que está do outro lado recebe amor verdadeiro e se for suficientemente idiota para não entender o que dizem certas acções, então nunca duvidará sequer.
Mas o amor entre duas pessoas? Este já requer um pouco de elasticidade, é necessário moldar a ideia que cada um tem, correndo o risco de, se tal não acontecer, ocorrer uma reacção que acaba sabem onde. Para duas pessoas se amarem, têm que se aceitar e saber conviver, serem flexíveis (porque afinal não existem pares perfeitos) e é necessário aquele ingrediente especial que dá ao amor a sua expressão. O que é? Nada... e tudo... como na sopa de massa do panda do kung fu.
Canso-me. Quando releio o que vou escrevendo entendo que cheguei ao fim e não disse nada. Digo agora um pouco. É algo da minha história, que experiencio, logo tem conteúdo, por menos útil que vos seja. Já amei, não foi o primeiro amor mas o segundo que me foi mais querido. Já amei sem compreender quem amava, quando compreendi o amor esmureceu. Agora só amo a vida pela multitude de sensações que me proporciona: desgraças, tragédias, alguma alegria pelo meio drama e humor. Não tenho um objecto do meu amor, um há de aparecer, não tenho pressa. O que não falta são candidatas, talvez nem todas dignas.
...sou mesmo convencido...bah...
Estive a pensar no que é o amor. É uma das perguntas proibidas, o amor não existe, da mesma maneira que um pensamento abstracto não tem base física (mesmo que uma determinada estrutura, posicionamento e concentração de químicos lhe possam dar origem, efectivamente não se olha para eles e se vê um pensamento). O amor é uma construção mental que terá tantos significados quantas pessoas existirem. Para quê discutir o amor?
Pela mesma razão que se discute o sexo dos anjos ou o sporting-benfica. Porque existe, se bem que apenas dentro das nossas cabeças. E no sentido de crescermos como seres humanos, devemos tentar encontrar um suspiro de lógica no sentimento.
Durante muito tempo bati com o pé no chão, "amor não pode ser tão trivializado", e realmente hoje qualquer um manda um "amo-te" ao pontapé como um penalty de tequilla. Mas eu estava provavelmente errado ao mesmo tempo. Será preciso estender o nosso campo de estudo às massas e sobretudo aos excedentes, os "rebeldes", os frios e insensiveis, até estes últimos amam. Não amam como amam os outros, amam como sabem, gostam como sabem e traçam limites dentro dos limites traçados dentro deles. Se eles consideram amor não ir embora depois de dar uma queca, quem sou eu para lhes dizer o contrário? Bem, eu sou aquele que se vai rir muito e referir que há alguma coisa errada com eles. Mas amarão como sabem. "some say tomato, some say tomato".
O amor só é mentira quando aquele que o profere sabe que mente. Mas a que está do outro lado recebe amor verdadeiro e se for suficientemente idiota para não entender o que dizem certas acções, então nunca duvidará sequer.
Mas o amor entre duas pessoas? Este já requer um pouco de elasticidade, é necessário moldar a ideia que cada um tem, correndo o risco de, se tal não acontecer, ocorrer uma reacção que acaba sabem onde. Para duas pessoas se amarem, têm que se aceitar e saber conviver, serem flexíveis (porque afinal não existem pares perfeitos) e é necessário aquele ingrediente especial que dá ao amor a sua expressão. O que é? Nada... e tudo... como na sopa de massa do panda do kung fu.
Canso-me. Quando releio o que vou escrevendo entendo que cheguei ao fim e não disse nada. Digo agora um pouco. É algo da minha história, que experiencio, logo tem conteúdo, por menos útil que vos seja. Já amei, não foi o primeiro amor mas o segundo que me foi mais querido. Já amei sem compreender quem amava, quando compreendi o amor esmureceu. Agora só amo a vida pela multitude de sensações que me proporciona: desgraças, tragédias, alguma alegria pelo meio drama e humor. Não tenho um objecto do meu amor, um há de aparecer, não tenho pressa. O que não falta são candidatas, talvez nem todas dignas.
...sou mesmo convencido...bah...
domingo, janeiro 11, 2009
Do frio
Para aqueles que não percebem nada de meteorologia eu explico-vos de onde vem este frio que tem assolado Portugal nos últimos dias.
Tem tudo a ver com a recessão económica.
A explicação é muito simples logo não me vou alongar muito. Os países nórdicos são habitualmente devastados pelas temperaturas tão baixas que fazem de um frigorífico um lugar simpático onde passar férias. Felizmente eles trabalham para aquecer, ao contrário dos preguiçosos do sul da Europa que fazem de tudo para viver das tetas do estado. E como trabalham para aquecer têm dinheiro para comprar ventiladores proto-nucleares (porque toda a gente sabe que nucleares só saem para o ano que vem) e ter a casa suficientemente quente para as focas e os pinguins não quererem lá estar (o que pode sempre ser um grande problema porque os pinguins apesar de andarem de fato dão-se com as piores companhias imaginarias, provocam uma vizinhança horrível). Apesar de todo o empenho dos nórdicos no isolamento das suas casas (redirecciono para o início do parágrafo em que mencionei que eles trabalham… se tivessem lido em vez de passarem à frente já sabiam… mas não esperava nada de calões como vocês), escapa sempre algum calor, que somando todas as habitações da Noruega, Finlândia e outros países que alguém que perceba de geografia teria mais facilidade em enumerar, provoca uma onda de calor considerável, neutralizando assim “os frios que vêm do norte”. O problema é que com a recessão económica, os senhores de bigode ruivo chamados Sven decidiram baixar a temperatura das suas residências e passar a usar calções e t-shirt. É pior que andar nu em casa no que toca a sodomia mas ao fim do mês ainda se poupa bastante na conta da electricidade. Mais uma vez somando a redução no aquecimento pessoal de todos os Svens, a onda de calor cai consideravelmente, não neutralizando na integra o frio que vem da terra marcada com um eixo preto no meu globo (deve viver lá o Batman ou qualquer coisa). Os frios descem por aqui a baixo e chegam ao sul.
Mas nós não temos casas isoladas. Nós somos uns procrastinadores que não trabalham nem que a empresa esteja a ir à falência por incompetência nossa. Nós não podemos comprar aquecedores mais fortes! Nem sequer pagar a luz que eles consomem! As nossas casas são feitas de materiais que nem seriam utilizados noutro lado para construir celeiros! Estamos a contar com os Svens para resolverem os problemas lá de cima e eles fazem-nos isto! Não dá, o Sócrates tem que fazer alguma coisa porque o frio não me dá vontade de trabalhar e depois chego tarde ao correio e nunca mais recebo o cheque da segurança social.
Portanto a culpa é dos Svens! E do Sócras, o homem mais pior do mundo e extremamente mau também.
Tem tudo a ver com a recessão económica.
A explicação é muito simples logo não me vou alongar muito. Os países nórdicos são habitualmente devastados pelas temperaturas tão baixas que fazem de um frigorífico um lugar simpático onde passar férias. Felizmente eles trabalham para aquecer, ao contrário dos preguiçosos do sul da Europa que fazem de tudo para viver das tetas do estado. E como trabalham para aquecer têm dinheiro para comprar ventiladores proto-nucleares (porque toda a gente sabe que nucleares só saem para o ano que vem) e ter a casa suficientemente quente para as focas e os pinguins não quererem lá estar (o que pode sempre ser um grande problema porque os pinguins apesar de andarem de fato dão-se com as piores companhias imaginarias, provocam uma vizinhança horrível). Apesar de todo o empenho dos nórdicos no isolamento das suas casas (redirecciono para o início do parágrafo em que mencionei que eles trabalham… se tivessem lido em vez de passarem à frente já sabiam… mas não esperava nada de calões como vocês), escapa sempre algum calor, que somando todas as habitações da Noruega, Finlândia e outros países que alguém que perceba de geografia teria mais facilidade em enumerar, provoca uma onda de calor considerável, neutralizando assim “os frios que vêm do norte”. O problema é que com a recessão económica, os senhores de bigode ruivo chamados Sven decidiram baixar a temperatura das suas residências e passar a usar calções e t-shirt. É pior que andar nu em casa no que toca a sodomia mas ao fim do mês ainda se poupa bastante na conta da electricidade. Mais uma vez somando a redução no aquecimento pessoal de todos os Svens, a onda de calor cai consideravelmente, não neutralizando na integra o frio que vem da terra marcada com um eixo preto no meu globo (deve viver lá o Batman ou qualquer coisa). Os frios descem por aqui a baixo e chegam ao sul.
Mas nós não temos casas isoladas. Nós somos uns procrastinadores que não trabalham nem que a empresa esteja a ir à falência por incompetência nossa. Nós não podemos comprar aquecedores mais fortes! Nem sequer pagar a luz que eles consomem! As nossas casas são feitas de materiais que nem seriam utilizados noutro lado para construir celeiros! Estamos a contar com os Svens para resolverem os problemas lá de cima e eles fazem-nos isto! Não dá, o Sócrates tem que fazer alguma coisa porque o frio não me dá vontade de trabalhar e depois chego tarde ao correio e nunca mais recebo o cheque da segurança social.
Portanto a culpa é dos Svens! E do Sócras, o homem mais pior do mundo e extremamente mau também.
Eu, sozinho
Frio… que frio desolador. Frio da alma, frio do corpo, este frio atravessa-nos como estacas. Vem calor, estou farto do quadro eléctrico ir abaixo à conta dos aquecedores!
Hoje venho discutir um acontecimento um tanto quanto curioso da minha vida. Já passou algum tempo desde que acabei com aquela minha última namorada, não sei ao certo, foi um caso que não mereceu tanta atenção, apesar de merecer ser celebrado, não merecem celebrações as correcções dos nossos erros, especialmente quando extremamente fora de prazo. Já passou algum tempo mas só esta quarta feira, sentado no comboio, olhando em volta, sem mp3 ou livros para ler, fitei o momento e percebi, “agora estou realmente bem”. Bem num sentido caricato, digamos. Continuo com exames por fazer, ginásio por frequentar e ainda não apanhei as estrelas todas do super Mário 64, bem porque sou eu, sozinho.
Eu, sozinho, é uma expressão que a princípio pode parecer-se com um título de filme daqueles que se espera pela estreia na televisão para ver 2 meses mais tarde quando não há mais nada mesmo. Mas na realidade refere a minha paz interior, finalmente obtida sem necessidade de um apêndice. Verdade seja dita, sempre tive uma certa necessidade de me completar com uma mulher a meu lado. Mas hoje completo-me a mim mesmo. Isto terá obviamente várias razões para ocorrer agora, sendo as duas que merecem maior destaque a maturidade e os amigos. Sem ambos não seria possível ter atingido este nirvana pessoal.
Isto não quer, de modo algum, dizer que desisti de relações. Mantenho-me “no mercado”, utilizando a nomina apropriada. E nessa metáfora, se os homens são os compradores, sou um comprador ainda mais picuinhas do que era antes. Tenho um tempo limitado, tenho os meus momentos de reflexão tão importantes, as jantaradas com os amigos e a minha hoje tão estimada liberdade. Uma mulher tem sempre um impacto na nossa rotina, a qual estou muito afeiçoado agora. Portanto precisa de muitas qualidades se quiser desviar a minha atenção do atentado ao meu espaço vital que almeja.
Em retrospectiva, é impossível que esta seja a primeira vez que me sinto assim. No entanto a profundidade e consciência da posição em que a minha mente se encontra é bastante mais significativa do que antes. Sinto-me… quente.
…mas tenho muitas saudades de sexo…
Onde é que se arranjam amigas coloridas?
Hoje venho discutir um acontecimento um tanto quanto curioso da minha vida. Já passou algum tempo desde que acabei com aquela minha última namorada, não sei ao certo, foi um caso que não mereceu tanta atenção, apesar de merecer ser celebrado, não merecem celebrações as correcções dos nossos erros, especialmente quando extremamente fora de prazo. Já passou algum tempo mas só esta quarta feira, sentado no comboio, olhando em volta, sem mp3 ou livros para ler, fitei o momento e percebi, “agora estou realmente bem”. Bem num sentido caricato, digamos. Continuo com exames por fazer, ginásio por frequentar e ainda não apanhei as estrelas todas do super Mário 64, bem porque sou eu, sozinho.
Eu, sozinho, é uma expressão que a princípio pode parecer-se com um título de filme daqueles que se espera pela estreia na televisão para ver 2 meses mais tarde quando não há mais nada mesmo. Mas na realidade refere a minha paz interior, finalmente obtida sem necessidade de um apêndice. Verdade seja dita, sempre tive uma certa necessidade de me completar com uma mulher a meu lado. Mas hoje completo-me a mim mesmo. Isto terá obviamente várias razões para ocorrer agora, sendo as duas que merecem maior destaque a maturidade e os amigos. Sem ambos não seria possível ter atingido este nirvana pessoal.
Isto não quer, de modo algum, dizer que desisti de relações. Mantenho-me “no mercado”, utilizando a nomina apropriada. E nessa metáfora, se os homens são os compradores, sou um comprador ainda mais picuinhas do que era antes. Tenho um tempo limitado, tenho os meus momentos de reflexão tão importantes, as jantaradas com os amigos e a minha hoje tão estimada liberdade. Uma mulher tem sempre um impacto na nossa rotina, a qual estou muito afeiçoado agora. Portanto precisa de muitas qualidades se quiser desviar a minha atenção do atentado ao meu espaço vital que almeja.
Em retrospectiva, é impossível que esta seja a primeira vez que me sinto assim. No entanto a profundidade e consciência da posição em que a minha mente se encontra é bastante mais significativa do que antes. Sinto-me… quente.
…mas tenho muitas saudades de sexo…
Onde é que se arranjam amigas coloridas?
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