terça-feira, dezembro 09, 2008

Profile do Alberto

Olá

Venho por este meio dar-te a conhecer a minha pessoa de modo a que num futuro próximo, a curto prazo, possa alugar uma habitação no teu fio dental vermelho que tanto apelou aos meus sentidos. Peço que respondas num prazo máximo de dois dias visto que a última senhora que forniquei já foi devidamente reciclada há cerca de 48 horas e estou a entrar em abstinência sexual.

O meu nome é Alberto e tenho vinte e dois anos de idade. Passo cerca de duas horas por dia no ginásio a esculpir o porte para que possa divulgar fotografias em tronco nu no hi5 e assim obter diversas exclamações de raparigas lindas como tu. Já te tinha dito que és linda?
Tenho passatempos muito variados, desde roubar os trocos da carteira da minha mãe para comprar suplementos androgénicos a beber quantidades épicas de cerveja com os meus amigos enquanto falamos de raparigas lindas. E tu és muita linda, não sei se já te disse!
Eu não tenho livros favoritos visto que ainda não conseguiram escrever um livro suficientemente bom para eu ler. No entanto sou um fã dos filmes do Silvester Stalone e aí leio todas as legendas! E com todo o gosto leria atentamente as letras das tuas camisolas, lindas como tu! É que tu és mesmo bonita!
Eu sou uma pessoa muito vivida e extremamente experiente, na medida em que já tenho um carro (legalmente ele pertence aos meus pais, assim como o seguro, sendo que eu apenas consumo a gasolina e os pneus em drag racings em que participo de forma a demonstrar a minha superior envergadura peniana), já plantei uma árvore (durante as minhas 72 horas de serviço comunitário por condução perigosa) e já escrevi “um livro” (até já escrevi várias vezes “um livro” mas não me vou pôr aqui a gabar). Igualmente já tive relações com mulheres de todas as partes do mundo, da Portela até a Odivelas, suficientes para tratar dos campos de papoila que processarão para me administrar morfina quando tiver a bater a bota da SIDA, que devo apanhar nos próximos 2 a 4 anos.
Sou ainda extremamente sociável, como é evidenciado pelos meus cerca de 5000 amigos do hi5 (apesar de 92% não me conhecer, decidiram que eram meus amigos ao notarem que eu consigo quebrar nozes entre os meus peitorais… também pode ser da ginecomastia devida aos esteróides… adiante), tenho um óptimo sentido de humor (leia-se, conto piadas do Fernando Rocha) e um sorriso cativante (talhado cuidadosamente pela arte da ortodontia depois de eu ter partido os dentes no volante do meu carro, aquando o seu embate num semáforo) que merece o teu sorriso lindo, lindo como tu, és mesmo linda!
Espero que tenha enunciado características suficientes para te convencer a me arrendares a cavidade que possuis entre os teus membros inferiores e, se o preservativo não estiver muito sujo, talvez também a outra atrás.

Perdoa qualquer erro ortográfico, eu pedi ao meu irmão para escrever e ele só tem 11 anos.


És mesmo linda!

Adiciona-me: gajobueatletico@hipogonadismo.com

domingo, novembro 30, 2008

A sombra negra

Hoje venho falar acerca de um tópico muito pertinente: a depilação. Juntem-se homens, oiçam os meus pareceres, contos de coragem, bravura e folículos rebeldes debelados por tiras de cera quente!

A verdade é que nenhum homem heterossexual depila qualquer parte do corpo. Deixando essa afirmação de parte, grande parte dos homens heterossexuais é obrigado a remover uns quantos pêlos do corpo em certa altura. E isto tem uma razão de ser. Os pêlos crescem, as mulheres já há uns anitos que não gostam de homens das cavernas e os homens continuam a gostar de mulheres. Faz algum sentido, não?

Quanto à escolha do método, tendências variam. Uns preferem passar alguns penosos minutos diante de um espelho com uma pinça, cuidadosamente desbastando áreas que foram inapropriadamente tomadas por esta sombra negra. É vantajoso no caso de áreas pequenas e no facto de ser uma tarefa realizável a solo. Já que a maioria das pessoas torce o nariz quando um homem faz um tratamento estético, torna-se imperioso para alguns, obviamente, evitar a partilha dos seus hábitos de exaltação da beleza externa. Outros entretanto preferem a depilação a laser. É realmente uma técnica muito interessante pela perpetuidade dos efeitos e ausência de dor.

Eu penso que a depilação a cera é realmente, sem sombra de dúvida, a depilação feita para o homem! Porquê? Pelo grosseirismo da técnica, pela excruciante dor envolvida no processo e pela inevitável necessidade da infeliz tarefa ser repetida em intervalos de tempo relativamente curtos.

Analisando bem a situação, a depilação a cera é certamente, nas palavras do Sô Arnaldo que está de momento numa simbiose com o seu LCD novo, enquanto rumina tremoços banhados em cevada fermentada, “coisa d’Ómem”. Porque homem a sério faz sempre competições com os seus similares em género com o intuito de verificar limiares à dor, enaltecendo o macho alfa. Porque homem que é homem luta por mostrar qual tem mais bravura ao aventurar-se em campos que não foram desenhados para ele! Porque macho latino mostra sempre aos compatriotas testosterónicos que tem maior iniciativa, coragem e menos noção das consequências ao fazer algo que não lhe compete!

Portanto não faz todo o sentido que quando um Ómem (com muitos acentos no “o”) quer aprumar a sua estética, com o intuito de promover simulacros de procriação com o sexo feminino, claro está, o faça com o máximo de dor possível? Com o mínimo de tecnologia possível? É mais que absoluta a validade destes argumentos! Não faço ideia sequer porque não foram incluídos na bíblia!

Agora, desenvolvendo com um pouco mais de cuidado, o paradoxo homem-estética, de uma forma tendencialmente curta:

Dentro do género, um homem quer-se cavernoso, tropeçando frequentemente nos pêlos que conserva desde tenra idade e guardando o farnel na barba para ir comendo enquanto trabalha no campo. Por outro lado um homem também se quer com um reportório de conquistas que faça inveja à lista telefónica de São Paulo. Tomando como premissa que a maioria das mulheres (ou mesmo 100% das mulheres que não têm aspecto de homem) não sonham com um parceiro saído dos gorilas da bruma, nasce o paradoxo da estética masculina. Este não deve ter cuidados estéticos mas precisa de ter cuidados estéticos! Se se apruma é gaja, se não o faz (e consequentemente não promove o desenvolvimento da industria do látex, ou poliuretano para os alérgicos) também é gaja!

Existe assim uma fulcral necessidade de encontrar um meio termo, em que é aceitável cuidar da aparência, sendo de todo condenável viver para esta ou demorar mais de 2 minutos a escolher a roupa – em casa, obviamente, já que estando um homem fora da sua zona de conforto quando se desloca a uma loja de roupa, inevitavelmente se perde e demora muito tempo, não por possuir um leque vasto de interesses pelos adereços mas porque não goza de um “know how” suficiente para acertar combinações ou decidir se leva a 15ª camisola preta igual porque é realmente mais fácil de escolher – e por outro lado é do mesmo modo de vital importância gerar uma mudança de atitudes perante a depilação, já que a maioria dos homens padecem de exagerada pilosidade (o que de facto é d’Ómem) e se sentem reprimidos por resolvê-la na sua reculsão, levando a cabo operações que não entendem como no âmbito do sexo masculino, quando a mesma depilação, não sendo um tópico a ser discutido publicamente como as mulheres o fazem, é tão natural como a gravidade.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Definição de bom dia

À falta de definição óbvia no dicionário (como é que está "bué" e não "bom dia"? Que mundo este o nosso... é por isso que o país não vai para a frente... seriously?), venho conceptualizar a ideia de bom-dia, esperando que pessoas superiores, mais cultas e iluminadas plagiem este post para cada enciclopédia do país (e não farão mais que a sua obrigação!).

Bom-dia (s. m., ou lá o que a nova gramática decide chamar agora):

1) Bom = acima de 14 valores + Dia = 24 horas = 14 das 24 horas do dia correndo bem (a definir se as de sono contam);

2) Acordar com a música desejada, ter o metropolitano à espera, dizer o professor bem do trabalho realizado e verde nos semáforos para o sujeito em questão;

3) Ter a tal que o sujeito procura a acordar para a vida (Bela Adormecida e Branca de Neve são umas otárias que julgam que basta estar a ressonar para ganhar algo de jeito. Só por acaso... o homem que as "salva" não se chama de Príncipe Encantado em ambas? Isso diz muita coisa...);

4) Apanhar uma nota de 20 euros (ou superior);

5) O preservativo danificar-se e a mulher não engravidar nem se apanhar uma DST;

6) Ver a Angelina Jolie ou semelhante (conhecê-la já não se denomina "bom-dia," mas sim "filho-da-mãe-odeio-te-para-o-resto-da-vida-por-tu-a-conheceres-e-eu-não");

7) Acordar sem borbulhas na cara aos 21 anos de idade (meu, já chega! Quem foi o "homem "que afirmou que o sujeito tem um número fixo de glândulas sebáceas "inflamáveis", e que quando fossem todas tratadas não haveria mais? Tenho de ter uma conversinha com ele...)

8) Toda a gente olhar para o sujeito com um ar sorridente e ter mesmo saído de casa com toda a roupa vestida e não ser um apenas um sonho;

9) Dia de How I Met Your Mother + Chuck (possível adição de Gossip Girl - "you know you love me");

10) Ter um filho (a sério, não me lembrava de mais nada, portanto...)

Para todos os outros casos... olha, arranja-te! Querias que todos os dias fossem bons? O semáforo só está verde para uma direcção, e a Angelina Jolie (ou semelhante) tem mais que fazer do que conhecer-te, não achas? Tipo...primeiro ela conhece-me, depois logo se vê se te apresento! Além disso, amanhã é um novo dia... quem sabe?

sábado, novembro 22, 2008

Reclamação (aka o direito de um homem a sentir-se correspondido)

A/C senhora XPTO (também aplicável às versões anteriores: XPTA, XPTB, XPTC...)

Venho por este meio acusar v. exma. de falta de atenção. Pior, de nenhuma atenção! Pelo menos a Ministra da Educação (que Deus lhe dê alguma, se faz favor...) já está (muito minimamente) a tentar ouvir os professores... voltemos ao assunto!
Queira v. reverência reparar que a pessoa que lhe dirige pertence ao (mui virtuoso) género masculino (também denominados de O sexo, gajo, damo, todo bom, entre vários semelhantes), e, como tal, gosta de ser ele a começar uma conversa, de pagar uma (ou muitas) bebidas, carregar compras pela senhora, levá-la a todo o lado que assim deseje (ainda bem que ainda não desejou ir para além do razoável, não sou senhor de grandes posses)... dispersão outra vez!
Como tal, este gentil cavalheiro almeja por vezes ter a honra de sua companhia, e, porque não, por vezes de tocar-lhe, dar-lhe o braço, ouvir a sua voz, e outras coisas que por carta não são próprias de referenciar, e que ficavam de mal tom escrever-lhe sob pena de parecer brejeiro, inculto, obsceno aliás! E o que certamente menos queremos seria um mal desentendido, um equívoco, um terrível engano, um infeliz engano... porra, que já me estou a desviar outra vez!

Pá, minha, qual é a tua? Enxerga-te? Liga-me! Custa assim tanto? Por vezes um homem também gosta de ser mimado...

Atenciosamente (vá lá, me liga, vai?),

o toino

quinta-feira, novembro 20, 2008

Bite Size

Bem vindos ao local onde... não acontece muito, vá.

Mas hoje acontece algo inédito no mundo dos blogues!

Textos "bite size"!

E o que é isso? De uma forma resumida, são textos pequenos, sintéticos, utilizados regularmente por aqueles que não sabem fazer melhor ou por aqueles que, apesar de saber, querem oferecer algo mais constante ao leitor.

Portanto hoje apresento, além desta inovadora ideia, o meu ódio aos alimentos "bite size". Como todos sabem, os alimentos "bite size" são miniaturas de iguarias (ou não) culinárias que costumavam ser vendidas em tamanhos adequados. Mas o que escondem na realidade os alimentos "bite size"?

-Podes partilhar com os amigos! Que bom! Assim tens de comprar mais! Yessssss!
-São tão pequenos que não notas enquanto os comes! Acabas por comer o dobro porque metade fica por mastigar e presa entre os dentes...
-Qualquer pessoa a comer algo "bite size" é automaticamente reduzida ao estatuto de "tia".
-Estudos demonstraram que de 50 indivíduos (saudáveis, residentes no instituto prisional do linhó) a que foram administrados alimentos "bite size", 49 acabaram por cometer um delito entre 15 minutos a 365 dias após administração. O 50 foi esfaqueado com uma tampa de oreos "bite size" afiada na parede.

A cruel verdade é que as miniaturas são a criação do diabo. Não adiantam em nada em relação aos pais e por alguma razão, toda a gente lhes acha piada como se fossem um recém-nascido!

PORQUÊEEEEEE?

terça-feira, novembro 18, 2008

Consultório da Maria (não a bolacha)

…duas medidas de farinha, juntas três ovos e bates, com cuidado, que a farinha salta se puseres a batedeira muito forte. Ah, olá, vejo que tiraram uns momentos do vosso dia para praticarem a auto-mutilação psicológica. Adiante então!


Esta é uma história sobre coragem, sobre o gajo que enche os pulmões, dirige-se à pessoa que gosta e a convida para sair. Esta é uma história sobre álcool. Mentira. Mas é uma história sobre coragem.

Quanta coragem é necessária para um homem convidar uma mulher para sair? Depende. Quanta coragem é requerida a um homem para se dirigir a um estranho? Ronda o zero. Mas e no cenário em que um moçoilo convida uma moçoila amiga para sair com o intuito de levar a amizade ao próximo nível?

Um simples “Queres ir ao cinema” esconde nas entrelinhas “Olá Berlígia, queres ir comigo dar uma volta, ver um filme romântico enquanto eu desesperadamente procuro sinais de que gostas de mim e no fim te tente beijar, arriscando provocar danos irreparáveis à nossa amizade que apenas serão superados quando eu arranjar outra namorada, mesmo que secretamente ainda goste de ti, no sábado está bom?”. O primeiro comentário será, claro, “é chato”.

(Aparte, há mal se eu abater a criança aqui do meu prédio? É que o seu gemido é ligeiramente irritante… aceito sugestões para tudo “parecer um acidente”).

Agora de cabeça mais fria (e com a criança devidamente desmembrada e guardada na minha arca para amanhã fazer um arrozinho de cabidela), analisemos a situação devidamente. Recordo que este é somente o meu ponto de vista e que eu não sou de forma alguma afiliado com a igreja do reino de Deus – aquela da pomba, logótipo mesmo ranhoso. Temos uma amiga e começam a surgir sentimentos. É nosso dever primário averiguar tais sentimentos, de modo a, como se diz na gíria, “não fazer m***a”.

Tomemos como verdade que tais sentimentos estão confirmados. E para simplificar a escrita, visto que sou um tanto quanto preguiçoso e estou farto de escolher formas verbais adequadas, vamos assumir que sou eu que gosto da amiga, caso hipotético. E se alguém me vier arreliar o juízo com isto vai acabar ao lado da menina que vivia aqui no prédio, nem que tenha que retirar as cuvetes de gelo do congelador. Tenho certeza dos meus sentimentos, só não sei o que fazer agora.


O que fazer?

Posso fechar-me, continuar amigo da Berlígia como se nada se passasse e chorar todas as noites porque nunca atingirei outro grau de felicidade. Ou então posso pensar. Assumimos neste caso que eu sou capaz de pensar. A que ponto é possível manter uma amizade (e não estou a falar de amizades ultra-congeladas que se preparam em 7 minutos no micro-ondas, refiro-me a uma Amizade, com partilha, cooperação, honestidade e outros adjectivos) sã, quando escondemos tal sentimento? Eu mudo de voz, tenho conversas mais evasivas, sempre de modo a não falar de mulheres, os meus sentimentos e perspectivas futuras. É difícil que a Berlígia não perceba que algo se passa. E depois a vergonha é maior…

Posso simplesmente esquecer. Mas, sendo constantemente lembrado da Berlígia, aquando me encontro com ela, torna-se uma tarefa desumanamente complicada. É possível que tenha a sorte de entretanto aparecer uma Marineide que me ajude a diluir a memória da outra paixão. No entanto é também provável que eu esteja de tal modo vidrado na Berlígia que quando a Marineide passar ao meu lado e esfregar a sua tonificada “bundinha” na minha genitália, ou revelar ter os mesmos interesses que eu numa conferência acerca dos meus interesses, eu nem repare nela.

Posso por outro lado ser sincero para comigo. Corro o risco de perder uma amiga? Não, corro o risco de tornar uma amizade um pouco estranha durante uns tempos e, obviamente, o risco de ser rejeitado, o que nunca foi pêra doce, mais ainda com alguém que respeitamos. Claro que é este o caminho para a felicidade e não é, nem nunca foi, um caminho em que não há risco. Eu (a personagem hipotética que gosta da Berlígia) tenho sempre de resolver este sentimento. E na minha (o João, indivíduo residente no mundo real) opinião, isso passa por entrar na relação com a entidade alvo de tal afecção ou ser rejeitado pela mesma e, reconhecendo a impossibilidade de concretização dos meus planos, acabar por esquecer.


Agora, supondo que tinha pensado no assunto, decido passar à acção. Convido-a para sair, bla bla bla, cada um tem a sua técnica, bla bla, os sinais, bla bla. Ou vai ou não vai, se for, tanto melhor, se não for, é altura de ir buscar o alcatrão para atapetar a trampa da autarquia anterior. O que para um senhor na minha idade é tão comum como urinar. Constantemente fazemos asneira e constantemente resolvemos os problemas que criámos, numa estabilidade um tanto quanto instável, à semelhança das interacções económicas China-EUA (fica para outro dia este tópico).


Pareceu muito fácil? Claro, saltei o maior problema de todos. Esse dilema reside a sul do pénis e produz normalmente espermatozóides. É preciso aquela fruta vermelhinha que acompanha a alface na salada. É preciso pimentos tomates. Curiosamente, mesmo no topo da cadeia alimentar, continuamos a jogar estrategicamente para evitar rejeições, evitar sairmos magoados. Ainda assim, a tomada de acções está sempre a nosso cargo, há sempre um momento em que é preciso “dar o salto” e nunca ninguém o dá por nós. Podemos pedir mil conselhos, pesquisar todos os sinais. No fim, alguém tem que se chegar à frente e dizer “gosto de ti”, quer seja por palavras ou um beijo ou outro gesto reconhecido universalmente. Alguém tem que ser concreto e parar os rodeios, caso contrário, andam duas pessoas num carrossel sem nunca se tocarem. E contar com a outra pessoa para dar o primeiro passo é um erro porque ela pode estar a fazer o mesmo.

Finda a narração do João hipotético.

Quando acabo de escrever algo para este blog normalmente penso duas coisas: “bolas, isto não presta para nada mas alguém há de comer” e “não disse nada de novo”. São ambas verdade. Qualquer um com dois dedos de testa percebe estas linhas de pensamento. E no entanto acabamos sempre por esquecer. Para a rapariga de quem gostamos, esquecemos sempre na equação a lógica. Daí que escreva isto, porque alguém no mundo precisa de o ler, perceber o valor da sua coragem e a natureza colectiva dos seus medos.

Concluindo, aproveito para fornecer uma receita de arroz de cabidela:

Ingredientes:

1 galinha menina que estava a fazer muito barulho na escada
1 dl azeite
3 c. sopa vinagre
1 cebola
2 dentes de alho
100 g toucinho
1 folha de louro
1 malagueta
1 tigela malga taça medida mais ou menos padrão de arroz
q.b. sal

1. Aproveite o sangue da galinha menina deitando-o numa tigela com três colheres de sopa de vinagre para que não coalhe. No entanto, como alternativa ao sangue consulte o seu talho.
2. Numa panela ponha a refogar no azeite a cebola e os alhos picados. Junte-lhe a galinha menina cortada aos bocados pequenos e os miúdos (excepto o fígado), o toucinho cortado, o louro e a malagueta cortada ao meio. Refogue tudo, tempere com sal e deixe estufar em lume brando.
3. Cubra a carne com água quente, tape a panela e deixe cozer até a galinha menina ficar macia.
4. Depois de cozida retire a galinha e rectifique a água para que fique na proporção de 3 de água para 1 de arroz para a cozedura do arroz. Assim que levantar fervura junte o arroz.
5. Três ou quatro minutos antes de ficar pronto junte o sangue, misture-o bem, junte também a carne e deixe apurar.


OBS: nenhuma menina sofreu qualquer lesão no decorrer da produção deste "trabalho".

segunda-feira, novembro 17, 2008

The OC's Gossip Creek

Ok, uma semaninha sem escrever e o patrão pergunta o que aconteceu.
Pois... que aconteceu?
Óbvio, cá se continua com uma certa telenovela!Ok, telenovela também não... é mais série teen, que todos odeiam, mas que afinal ninguém perde (sim, estou a falar contigo, quem é que queres enganar?). Daquelas cujos protagonistas andam on-again/off-again durante n temporadas que a produção durar.
Não vou contar a minha própria aventura (7 temporadas num post seriam difícieis de comportar). Contudo, pus-me a pensar: que séries teen vi/vejo, que importância tiveram/têm, e que conclusões posso tirar?

Dawson's Creek (1998-2003)


Típica história: gajo-e-gaja-são-amigos-até-à-altura-em-que-começam-a-ganhar-hormonas-e-começar-a-querer-saltar-para-cima-um-do-outro.
Simples, não é? WRONG!
A história envolvia mais que apenas um desenvolvimento dos genitais e sonhos impróprios. O protagonista era um idealista, o apologista do amor pleno, universal, a procura do Homem em si. O seu mundo, a esfera que imagina, a formação do seu conceito de realidade e de quem o rodeia. E a rapariga (pausa para babar pela Katie Holmes na altura...), a mulher que personifica a sua ideologia, a musa, a tal...
O discurso era (demasiado) eloquente e introspectivo (para miúdos de quinze anos), servindo perfeitamente o propósito da série (a parte teen é quase uma desculpa para ter audiência)
Até que surge o fatídico último episódio, surgindo a cena (não fui eu que a traduzi):


Ok, tudo bem, pensa o estimado espectador, até que:


Conclusão? Podemos ter a nossa história de amor, e encontrar a pessoa certa, que até mesmo assim ela vai em direcção ao pôr do sol com o otário do outro cowboy (ou dormir com o padeiro, brincar aos toureiros, pular a cerca - aplicar a metáfora preferida). Que mais? Espertas são as mulheres que desta forma ficam com 2 gajos para as diferentes ocasiões!

The OC (2003-2007)


A premissa deste é mais simples: rapaz pobre vai preso e é adoptado por uma família rica que vive no centro da futilidade americana, enquanto se apaixona pela vizinha e atura o outsider do "irmão adoptado". Fácil! Quem já não passou por isto?
Teve momentos altos (muito altos mesmo) e outros muito baixos (tão baixos...). Contudo, no final do dia, sobressaíam certas cenas que justificavam quase a nossa existência (LAME, mas não consigo explicar melhor...).
Mas há mais factores a ter em conta neste caso (para além da história), nomeadamente a banda sonora (mítica, perfeita, excelente, a mistura de indie com pop/rock ideal) e o desenvolvimento do conceito pop (como nas referências cinematográficas ou culto geek - Seth Cohen está gravado - imprinted mesmo - na nossa memória com uma força tal...), que são aspectos a ter em conta (pelo menos) na definição desta década. Exemplo:


Finalmente, que conclusão se tira desta série? "Não te apaixones pela tua vizinha com problemas psiquiátricos, senão ela morre no final da terceira temporada. Se bem que depois finalmente poderás encontrar alguém minimamente equilibrado...NOT!"; e "apaixona-te pela burra da tua escola. Sê humilhado por ela à vontade. Ela acabará por ver que até és porreiro. Quanto à burrice... isso passa quando chegarmos à 4ª season".

Gossip Girl (2007 - )


O criador do OC, no final deste, decidiu criar mais uma série para pessoas com borbulhas e flutuações de auto-estima (para além de Chuck, uma das melhores coisas nascidas à face da Terra) ... só que desta vez puxou o limite para muito mais longe.



Agora sim falamos de cultura pop, de irreverência, de toda uma cultura! Sim, cultura, porque pelo menos por onde ando já muita gente não se cinge apenas a dizer literalmente lol, mas os vocábulos OMFG (e todas associadas), btw, aka, asap, por aí fora - já fazem parte da literatura. (bué é tãaaaaaaao século XX...). É o novo guilty pleasure... será apenas isso?
Conclusão da história? Por enquanto... "não guardar esqueletos no armário", "não durmas com quem não deves" e "não te metas se não sabes com quem estás a jogar" parece-me apropriado.


Sim, o primeiro é o meu favorito (é o da minha geração!), mas os outros têm a sua lógica, a sua razão de existência: as formas com que nós encontramos a outra pessoa podem ser completamente diferentes, o meio também.
Agora: quem gosta, gosta mesmo! Tipo ir à Lua e não voltar, adormecer e acordar a pensar nela, e matar quem lhe causar um arranhão.
Se as séries não nos deixarem a sonhar, para que é que existem?

domingo, novembro 16, 2008

Senhores passageiros, façam o favor de desapertar as braguilhas

É estranho dizer "braguilha".

OBS: Aos infames que não frequentam assiduamente o blog, leiam o post abaixo do J. M.. Este é como que uma resposta.

O meu amigo Johny defende que o Zé não deve ser convocado lascivamente. Sou exactamente da mesma opinião.

Mas o que é "convocar o Zé"?


Esta questão remete ao âmago da distinção entre amor e sexo. Fisicamente o fenómeno é extraordinariamente semelhante. Duas pessoas, uma em cima da outra (ou de lado ou em pé ou mesmo em máquinas construídas para o efeito, no caso do Japão) a... como porei isto mais eufemisticamente... pinar. A grande diferença é no que passa dentro da cabeça de cada pessoa:

Moçoilo #1: Oh Joana, quero acariciar cada curva do teu corpo, quero tocar a tua alma como nunca ninguém te tocou, quero levar-te ao céu!

Moçoila #1: Oh João, és a minha vida, quero que sejamos um, quero-te, quero este momento eterno, quero o teu sorriso!

Moçoilo #2: Ora vejamos, primeiro crio muitos aldeões para mobilizar uma força económica maior que detém consequentemente maior poder de manutenção de uma força militar superior. Ah, ainda cá estás! E eu a pensar no Age of Empires! Epah, és mesmo boa, as tuas ancas parece que foram moldadas para as minhas mãos! Onde é que eu ia, ah, convém evoluir a tecnologia mas manter uma força resident...

Moçoila #2: Devia ter comprado aquela camisola na Zara, amanhã vou lá e de certeza que já levaram todas, era mesmo gira... Ah, olá! Até que nem estás a fazer um mau trabalho, o outro da festa tinha aspecto meio subnutrido, boa escolha... se me arranjasses aquela da camisola da Zara até te dava um beijinho na cara. Devia ter comprado aquela camis...

Presumo que não tenho de associar cada pensamento. A grande diferença entre sexo e amor é a proximidade. Fazer amor é mais gratificante que sexo, costuma ser melhor já que a nossa parceira nos conhece (e como tal, se não for muito conservadora, até sabe agradar mais), mas sexo é sempre muito bom, pelo menos quando não se apanha nada ou não se deixa nada a mais que lá não estava antes.

Voltando ao "convocar o Zé". Estas três palavras não indicam mais do que a recrutação do nosso instinto menos racional. Porque tem que ter tudo significância? Encontrar uma senhora para ter uma relação a longo prazo é difícil... muito difícil! É preciso haver uma sintonia significante para suportar uma parceira depois do fogo inicial. Todas as mulheres são perfeitas no primeiro mês.

Apostar apenas em relações a longo prazo é como acertar numa flecha com outra. Eu tenho padrões relativamente altos, as moças que os superam são poucas. Dessas, menos serão as que se querem enrolar comigo. É muito mais provável conhecer uma que esteja à procura do mesmo que eu e passado umas semanas percebermos ambos que estávamos enganados. Há mal? Não, é simplesmente uma luta contra as probabilidades.

Portanto temos relações a longo prazo, relações a curto prazo ou "erros de casting". E o que fazer entretanto? Sexo!

Para uma relação superficial e descartável é somente necessário consenso. Se ambas as partes sabem que estão a "celebrar um contracto" em que não existe mais que um mutualismo de satisfação momentânea de impulsos físicos e psicológicos, que mal há? Há o problema de nascerem sentimentos, é sempre um problema de facto, no entanto não é preciso uma relação, apenas contacto para tal acontecer.

One night stand. Muito controverso, bom e mau. Um risco, um passatempo.
Quando penso em one night stands, os dois maiores medos são aqueles inerentes ao sexo com parceiros desconhecidos (doenças e bebés portanto) e o risco de trivializar o contacto com alguém que daria uma óptima namorada. Se me perguntarem, até digo que sim, aprovo o sexo descomprometido. Não sou adepto desse clube, mas quem sabe? Saí de um longo namoro, adorava encontrar alguém com quem partilhar a minha vida mas entretanto tenho a genitália a arder de saudades de utilização recreativa.

Agora, após explicitar sucintamente a minha posição pessoal e crenças acerca de sexo, respondo ao senhor João

1. O Zé não tem neurónios mas a outra cabeça possui vários sistemas que apelam à satisfação dos países baixos!

2. Lá porque as senhoras se põem a jeito, o José não tem que vir cá para fora! Nem temos que andar de montanha russa quando vamos ao parque de diversões! Está sempre ao critério do detentor da salada!

3. Para um homem com “fome”, qualquer posição ocupada por uma mulher tem uma sexualidade inerente. Claro que esta é mais óbvia em profissões em que elas tenham que dizer “posso ajudá-lo” com um sorriso na cara, que ostentem vestes curtas, ou mesmo cargos de liderança! Reunindo todas as cláusulas, 99,9% das profissões são escandalosamente sexuais.

4. A braguilha é a melhor amiga do homem, sendo o melhor amigo o preservativo!

5. Rebound girls não são pensos rápidos! Para quê fingir que se tem uma boa relação quando é preferível ter sexo sem relação nenhuma? E utilizando preservativo com uma moça desprovida de doenças venéreas também previne voltar a casa com culturas microbianas na nossa placa de petri holandesa!

6. Mulheres que são depósitos de esperma ambulantes? Não gosto muito, sou maior apreciador de ambientes menos populados. Mas da próxima vez que te encontreis com a mulher dos seus sonhos, perguntai-vos quantas flautas já tocou! Mulher santa só a Virgem Maria e é do que sabemos dela! Há que ter alguma flexibilidade porque no final de contas andamos todos a beber do copo dos outros!

Por menos sexualmente estimulante que seja, custa tanto perguntar “se meter isto naquilo vou apanhar alguma coisa que me aborreça”? Penso que não. E se algum dia me vir na posição de fazer esta pergunta a uma senhora cujo nome me vai ser desconhecido no dia seguinte, então tal farei! Podemos sempre contar com possível desonestidade mas também não sabemos se quando atravessarmos a passadeira o fiat punto plinfado vai travar. Não é por isso que vamos deixar de suprimir a nossa necessidade de atravessar a passadeira!

domingo, novembro 09, 2008

"Senhores passageiros, façam favor de apertar as braguilhas..."

(sim, fui ver ao dicionário, é braguilha! ok... talvez fosse apenas eu que não soubesse.)


Meus compadres, meus amigos, meus irmãos!
Eu venho com uma mensagem grande! Enorme! (ok... depende de homem para homem...)
Uma revelação que muitos de vós desconheciam!

Um pénis não pensa por si só!

Pronto, irmãos, controlai-vos, não vos exaltais, que vos irei explicar toda esta sabedoria milenar ignorada por inúmeros cidadãos de vários estratos sociais, uma tristeza esta ignorância! (ok... não é que as pessoas não conheçam já, mas pelos vistos é preciso um lembrete!)

1. Ele sente! Sim, ele tem sentimentos! e Sim! Ele age! (ok... muitas vezes não devia) Mas não! Ele não foi munido de conhecimento, pensamento ou memória! Deus deixou esses neurónios noutro sítio do corpo para alguma razão...

2. Lá porque as senhoras (damas, meninas da vida, fofas, babes, riscar o que não interessa) por vezes se põem a jeito, isso não quer dizer que o zézito tenha de ser levado à rua. o bicho tem direito a vir em ocasiões específicas e com controlo expresso do dono (preferencialmente com "açaime funcional" - é assim que está escrito nos painéis de informação do metro de Lisboa -, não queremos "prendas" inesperadas no terreno do vizinho...)

3. A condição de secretária, hospedeira de bordo, aluna, menina do gás ou nadadora-salvadora não traz associado consigo um letreiro a dizer "do me", ok? Elas não assinaram nenhum contrato de "no panties allowed" (pelo menos que eu saiba). Elas podem ter um namorado de 2 metros e mais 100 quilos que vocês... (ok... o tamanho das saias, o wonderbra - ou semelhantes -, o decote

4. A braguilha existe para fins específicos. No séc. XVIII (mais ou menos milénio, século ou eternidade), quando os soldados andavam no mato, em direcção à morte certa, tornava-se pouco prático baixar as calças e as ceroulas atrás do arbusto (nunca se sabe os perigos podem surgir enquanto um homem está calma e inadvertidamente a urinar em direcção a uma árvore). Assim sendo, surgiu um fecho pequenino à frente das calças , com vista a simplificar todo o processo. Assim, no caso da mãe Natureza chamar (ok, nem sempre....), o homem já não tem de ficar como veio ao mundo à frente do urinol! Agora, não precisa de ser usada na sala do consultório, no escritório e locais semelhantes!

5. Rebound girls não são pensos rápidos. Os pensos não deixam bactérias nem o resto da bicharada passar através deles.

6. E agora perguntais vós: e se surgir à nossa frente uma senhora que está mesmo a desejar tal contacto? Mas mesmo muito? Dever-se-á privar a senhora dessa necessidade? Certamente que não! Agora reflectis: antes mesmo de beijar a donzela em apuros, pensais vós no número de flautas que a senhora já tocou, nem que seja nos últimos 2 meses. Quereis continuar? Seriously?


Então força, pá, depois não digas que não te avisei quando sentires ardor ao urinar e tiveres o prepúcio todo em ferida, meu... KEEP YOUR PANTS ON (except on the right conditions... um homem continua a ser um homem!)

quinta-feira, novembro 06, 2008

Considerações várias sobre personagens-tipo animadas

A televisão é a inimiga da educação dos nossos filhos, todos sabemos disso. Permanentemente bombardeiam aquelas cabeças moldáveis com lixo nos momentos em que estamos ocupados a trabalhar ou laurear a pevide.

Tomemos por exemplo uma das mais pérfidas personagens que repetidamente destrói todas as oportunidades dos nossos rebentos um dia serem alguém.


Falo obviamente do Bob o Construtor. Eu sei que o Miguel Góis (do gato fedorento para aqueles que não são muito devotos à religião e por conseguinte desconhecem) disse bem do Bob, é claro que ele deve ter batido com a cabeça em algum lado. Eu sei que o Bob ajuda e constrói que é por um lado humano e por outro "coisa d'Omem". Mas o que ensina realmente esse sacana?

-Quem já viu o Bob a cobrar o que quer que seja pelos seus serviços? Estamos a ensinar o comunismo às criancinhas! A sra. Abecácia com 87 anos realmente gostava da sanita reparada mas porque governo stalinista não tem que pagar ao Bob? Ele está a proporcionar um serviço e como tal deve ser recompensado! E não me digam que ela vai pagar em favores sexuais que aquilo deve estar mais seco que um ovo estrelado com 3 dias! Se a mulher quer a sanita arranjada, ou paga ou ela que ponha Reumon nas artroses e acarte com a sanita nova para a casa de banho! E para que quer ela uma sanita, não é de plasticina a senhora?

-Bob, o construtor. Não é Bob, o humanitário, Bob, o gajo bué simpático, Bob, aquele que tem um rabo gordo e ainda por cima anda de jardineiras. Nome e profissão. Em primeiro lugar, a profissão de construção é tão honrosa como qualquer outra! Mas neste caso estamos a elitizar as pessoas que nos vão pagar a reforma! Qual é o último nome do Bob? Não sabemos pois os fascistas dos criadores de tão originalmente inocente criatura puseram-no a montar móveis do IKEA e nem se importaram de lho dar! Porque não lhe dão um número de série, é talvez ainda mais impessoal! Bob nº2568.

Vergonha na vossa cara, como se as pessoas devessem ser caracterizadas pela sua profissão em vez do seu carácter...

-Já é comunista e desprovido de dignidade. Mas também tem que ser de tal forma desonroso? Nunca vi o Bob a receber dinheiro, felizmente é de plasticina senão morria de fome. Mas e os materiais de construção? Onde vai ele buscar tudo aquilo? A resposta é óbvia: ROUBA. Felizmente as crianças ainda não atentaram nesta negra linha de pensamento. Mas e se perceberem que roubar está certo?

-Onde está a ambição? Ao menos o Noddy é um rapaz com uma vontade feroz! Daí ser "abram alas para o Noddy" e não "deixem passar o coitadinho do rapaz" ou "bora para outro sítio onde o Noddy não esteja". O Bob é um pau mandado e não faz por nada para subir na vida! O Bob podia juntar uns trocos (porque obviamente não faz nada com dinheiro portanto se cobrasse até resultava) e ir para a escolinha. Ao menos seria Bob o arquitecto, a desenhar as casas em materiais que não perdessem a cor quando apanham água...
Ou talvez Bob, o gigolo da plasticinolândia. De certeza que a senhora Abecácia lhe pagava por "tirar as teias de aranha".

-O Bob fala com máquinas de construção. Eu lembro-me de ter visto uma pessoa parecida... na ala de psiquiatria do Hospital... a sério, o que pensam que estão a ensinar às crianças?

Espero que se tenha agora tornado óbvio que os pais devem meter os filhos a ver a playboy. Ao menos vão aprendendo alguma coisa sobre a vida.

terça-feira, novembro 04, 2008

Bah

Estou deprimido. É um estado bastante comum em ocasiões momentâneas, após outro final de outra relação longa. Não existe razão para estar deprimido, simplesmente estou. Estou deitado metaforicamente, fraco, débil, atentando nas estrelas como se realmente ditassem um caminho ou a resposta às minhas questões. Mas elas só me sussurram, estou deitado. Elas sabem tanto quanto eu. Então porque olho para o céu se ele me nega? Como se ele pudesse fazer algo mais... como se eu pudesse fazer algo mais.

Tudo não passa de fisiologia, de bioquímica. Não é mais do que a saudade de sentir um amparo perpétuo. De conhecer o calor de outro corpo, por mais distante que esteja. Tenho saudades de uma relação que não existe há demasiado tempo e só agora prometeu extinguir-se por completo.

Mas é mais do que a saudade. Uma relação é uma casa. Os solteiros vivem na rua. Não ao frio, vivem somente ao capricho das ondas. Num mar de gente tão volátil quanto o álcool, sem um ponto constante, uma marca no mapa.

Os amigos ajudam-me. Mas a que ponto sou ajudável? Como se trata de um coração são? Não é ele nem a minha alma que jazem partidos no solo. É o meu estilo de vida que se reduziu a uma recordação. E não há amigos que me talhem os neurónios. Só o tempo os esculpe, o tempo e o espírito.

Quero estar bem! Deixa-me ser feliz! Cala essas incessantes palavras de dúvida, raiva e desespero! Apaga o vazio, deixa-me reaprender a conhecer-me. Porque és assim? Porque insistes em toldar a minha sapiência, cegar-me com lógicas irracionais e sentimentos apáticos? Deixa-me ver! Olhar para fora, só há nuvens no céu mas nem essas fito através do teu nevoeiro. Quero ver o sol nos rostos, não mais...

Deixa-me em paz. Liberta-me noite, liberta-me eu, liberta-me Deus. Quem quer que me prende, liberte-me por favor.

segunda-feira, novembro 03, 2008

"Encontra a tua turma"

Era o que a minha mãezinha já dizia. Não, engane-se o leitor ao penar que a expressão correcta seria "no meu tempo não havia nada disto..." ou semelhantes; a minha mãe, com a minha idade, ouvia rádios pirata às escondidas da PIDE, tinha um pen friend americano na década de 70 e andava a baralhar sinais de trânsito com os amigos... e agora, no século XXI (o século a seguir àqueles em que quase tudo já aconteceu, excepto a eleição de um presidente americano negro) , ela diz-me esta frase.
Numa série americana estamos habituados a ver os mesmos pals a enfrentar as situações em conjunto, season after season. Aliás, um dos meus sonhos até há pouco tempo era de me juntar com amigos, e vivermos próximos uns dos outros e de um café. Até que Friends acabou, e apesar de ser óptimo ver o Joey despachado para longe de Nova Iorque (ver o spin-off Joey e chorar por alguma vez tê-lo feito), percebe-se que este ideal é até certo ponto irrealizável. Amigos não são para sempre (salvo poucas excepções, e mesmo esses - admitam lá! - já não é bem a mesma coisa ao fim de algum tempo...); são para a altura (o aqui e o agora) que nos encontramos. Certas pessoas noutros contextos são... desconhecidos.

"Encontra a tua turma". Em que sentido? Com quem? Aqueles que estão prontos para ir fazer porcaria para os bares até às tantas da manhã? Ou para ir à missa ao Domingo? Eu tenho pessoas para cada caso. Serão eles a minha turma? Ou são turmas diferentes, e como que estivesse a tirar diferentes cadeiras, cada uma distinta?
Se calhar deveria procurar pessoas que fizessem quase tudo como eu, Já tive dessas, mas mesmo essas foram desaparecendo (que aconteceu?). Entretanto vão aparecendo novas.
Contudo, após saber como correram as primeiras experiências, será que me vou "entregar" da mesma forma nestas novas? Não sei. Muita gente me desapontou até hoje. Eu sou um desaponto para ainda mais, possivelmente.

Actualmente penso que talvez não exista alguém que vá percorrer o caminho, "the long run", comigo. Agora isso não quer dizer que não vá conhecer pessoas durante a viagem. Acredito que se disser um pequeno segredo meu a cada uma delas, quando eu morrer elas se juntarão e montarão as peças, e então aí se formará a minha turma, a personagem que compreende quem fui eu. Ainda falta tempo para tal (além disso preciso de arranjar segredos para toda a gente), até lá vou procurando os meus bro's e permanecer perto deles

quarta-feira, outubro 29, 2008

Mezinhologia

Não é muito frequente discutir algo neste espaço relacionado com Medicina. Afinal de contas, faz todo o sentido visto que o meu cão é o único que o lê assiduamente, e não lhe interessa ouvir falar de outra medicina que não a veterinária. Mas hoje trago para a praça semi-pública um assunto controverso: a mezinhologia.

Qual será o sketch com piada do próximo Zé Carlos, perguntam. Pois bem, esta ciência é passada realmente de geração em geração através de um método bastante sofisticado, nomeadamente a redução completa de um grupo de sintomas como pertencente a apenas uma doença. Não é algo que a população geral faça de propósito, tendemos a associar padrões com a única informação que temos, se não tivermos mais, claro. Isso pode tornar-se um pouco perigoso no ramo da saúde.

-- Ah, a Sra Francisca está com tanta febre!
-- Isso é uma apendicite, o meu rebento já teve disso, tiveram que lhe tirar o catraio!
-- É? Pois, se calhar é disso e parece que pegou ao marido...
-- Pois, deve ser muito contagiosa, o meu dr. Albano estava com muita pressa de lho tirar, era provavelmente para não nos pegar a nós...
--Então e os coentros este ano, já viu que nunca mais pegam? Tenho um canteiro todo ocupado com isto e já estava a contar com eles!
--Pois, é a crise económica, o senhor do telejornal bem disse que afectava tudo, até os coentros estão mirradinhos, timidos vá.

Depreendem-se várias conjecturas deste diálogo. A primeira é obviamente que eu estou na droga e devia parar. A segunda é o perigo das generalizações. A terceira é que a Dona Antónia não tem o canteiro propriamente adubado e os coentros não crescem devido ao défice de nutrientes. Tal pode ser combatido com adubos sintéticos ou reciclando resíduos orgânicos no canteiro previamente à plantação dos coentros. Claro que pode simplesmente não estar a regar o canteiro suficientemente, mas visto que a Dona Antónia é reformada, rechonchudinha e ostenta apenas quatro orgulhosos dentes é claro para a população em geral que ela rega regularmente as suas plantas.

O curso de Medicina não é o curso mais importante de todos (fora o facto de eu estar lá) mas é ligeiramente revoltante a capacidade de algumas pessoas de ignorar os anos perdidos e dificuldades ultrapassadas pelos zombies de bata branca e diagnosticar “isso é um cancaro!” com base na amiga da vizinha do tio avô do lado do primo Zé que teve um problema semelhante. É um inconsciente descuido e desonra à nobre profissão médica (sim, estou a dizer bem de medicina, devo estar com febre).

No fim quem sofre não somos nós, são vocês... cuidem-se. E lembrem-se que um bom crescimento de vegetação depende não só do provimento de água e qualidade do solo como da sua riqueza em nitratos e outros nutrientes essenciais.

terça-feira, outubro 28, 2008

New guy on the block

Como fazer uma introdução?

"Olá, sou o João e sou assim e assado".
Parece muito seco, muito de caras, pouco empático.

Porém, um discurso inteiro, a contar os sonhos, as esperanças, os traumas e infância e a data da última consulta do dentista parece areia a mais para uma primeira conversa...

"Olá. Chamo-me João. Não, não sou o outro João, sou este João. "
... Muito confuso.

Posso fazer como os meus professores me ensinaram:
"J.M., sexo masculino, 20 anos, residente e natural de Lisboa, causasóide, com antecedentes pessoais e familiares..."
Deslavado, muito "linguagem de médico". E, como um exemplar destes um dia me disse, "os homens desta profissão não costumam ser bons maridos" - a falar assim de certeza que nenhuma mulher nos quer aturar!

"Ora muitos bons dias, caras senhoras e caríssimos senhores, tenho no bilhete de identidade a designação de João Miguel, também estou na faculdade, e o (grande, enorme, gigante! qual ídolo, qual herói, qual deus!!) fundador deste blog convidou-me a fazer parte do seu grupo de escrita.

...

Apenas uma verdadeira dúvida me surgiu na cabeça.
Ora se eu me chamo João, e se o fundador do blog também de chama João, e considerando que frequentamos a mesma faculdade, parece que somos a mesma pessoa. A partir do mesmo nome surgem duas figuras que, embora pareçam partilhar projectos de vida em tudo semelhantes, têm um background ligeiramente diferentes. Aliás, encontram-se em pontos de vida quase antagónicos (ok, também não tanto...). Ao contrário de F. Pessoa, que criou personagens imaginárias com tal detalhe que parecem ter vida própria, aqui uma palavra (o nome, que em último caso não é real, físico) carrega dois vectores distintos, esses completamente reais, visíveis, errantes. E tentei procurar na net uma palavra que conseguisse exprimir esta teoria.
Por enquanto parece que ninguém a inventou.

Conclusão, vou tentar mostrar uma perspectiva diferente de como pode decorrer uma vida, outros erros que se tomam, outras experiências que surgem, podendo talvez criar um paralelismo entre ambas. Agora que sou parte do grupo, deixo de certa forma de ter uma perspectiva crítica e credível para poder fazer esse trabalho, e é essa análise que espero que o leitor queira fazer.


Afinal de contas, também não é necessário muita cerimónia.
Olá.
Chamo-me João Miguel.
Espero não ser secante.

segunda-feira, outubro 20, 2008

A crise económica

...foi provavelmente causada por mamas. Os especuladores olham para elas e não percebem uma escolha errada quando a fazem!

Sim, o Homem e as irmãs sempre tiveram uma relação amor-ódio. Consideremos a guerra de Tróia. Porque se deu? Por um belo par de mamas. E à conta dessas formações glandulares muitos homens morreram. E após ouvirem esta história muitos homens morrerão pela glória dos comummente denominados seios! Porquê? Porque anos de experiência, de erros constantes na tomada de acções, não levaram a atitudes mais adaptadas ao meio?

Porque quando toca a mamas, um homem não aprende. O mesmo se passa com belos glúteos mas as mamas apresentam aqui uma posição mais notória visto que se encontram (vulgarmente) abaixo da face. Normalmente é esta característica que leva ao primeiro erro do macho, a confusão entre a face e as "amigas". E aí um reflexo que visa a perpetuação da espécie impede exactamente a consumação do acto!

Claro que as falhas no comportamento aquando a exposição a uma prateleira não param por aqui! Existe também a síndrome de inibição pré-frontal associada a mamas (BAPFIS). Um fenómeno ainda pouco compreendido pelos cientistas em que a exposição ocular a mamas provoca uma redução súbita e significativa dos disparos sinápticos da área pré-frontal. Isto causa um comportamento mais instintivo e primitivo, ligado profundamente às áreas cerebrais herdadas das espécies antepassadas. 7 em cada 10 vezes leva ao adultério nos indivíduos sujeitos à condição.

Nunca ouviram a expressão "Não foi culpa minha, foram as mamas!"? Não é um fenómeno controlável, é uma ocorrência tão natural como a menstruação na mulher ou a artrite reumatóide no rapper!

Existem outras condições relacionadas que afectam homens todos os dias mas a confusão, perda de memória a curto prazo e a BAPFIS são realmente as mais comuns, afectando 100% da comunidade masculina heterossexual.

Mas o que fazer perante tal maldição, o risco de perder o controlo pela vontade das mulheres? A resposta não é simples. Alguns recorrem a religiões específicas, tal como o Marklismo, exaltadoras da magnificência dos enormes seios, recebendo a bênção e maldição de braços abertos. Outros reduzem toda a forma física e fenómenos associados a uma ciência, depurando cada aspecto em busca da compreensão ou talvez até das hipóteses terapêuticas para a BAPFIS. Mas a maioria permanece sem rumo, homens receosos do dia seguinte, sofrendo pelas perdas de controlo, ainda sem entenderem que a BAPFIS e a confusão são condições naturais que nos afectam a todos.


Pois bem, eu chego-me à frente, oferecendo a todos o conhecimento e o ombro. Homens, não estão sozinhos! A BAPFIS é real. A ameaça da prateleira é tão real quanto a sua formozura!

Esta semana ainda não disse mal do iPod

Adquiri recentemente um MP3 Zen X-Fi. Estou muito contente. Mas sinto-me triste pelas hordas de gente que vi pelo caminho em vias de comprar um iPod.

Mas porquê não gostar do iPod?

Vejamos, o iPod 8GB custa o mesmo que um Creative Zen X-Fi. Se compararmos o aspecto de cada leitor, não deixa nenhum a desejar, sendo o iPod tavez vencedor nesta categoria, com um design mais fino.

IPOD 1, X-FI 0

Agora a tecnologia. Ambos têm 8 Gigabytes, não é muito mas para um leitor de utilização diária perto de casa é mais que suficiente. No entanto o Creative sai vencedor nesta categoria graças à porta de cartões SD que permite um aumento na memória significativo! Talvez não estejamos a falar na melhor integração leitor/memória externa mas funciona e essa é a chave!

IPOD 1, X-Fi 1

Som. É bastante importante nos leitores de mp3 já que são comprados para esse propósito, emiti-lo. Já há muito que se ultrapassou a barreira do som "aceitável", hoje a competição é por um som excelente! Não estou a dizer que o aipode não oferece um bom som, simplesmente pelo mesmo preço é possível desfrutar de um som melhor, com uns phones de origem espetaculares (mais de 40€ comprados separadamente), um equalizador decente e a tecnologia X-FI. Ora aqui muitos criticos...criticam. Para a grande marca deste Zen, realmente deviam ter posto um pouco mais de esforço no filtro. Ainda assim não me queixo, é de trazer lágrimas aos olhos. Já disse que o aipode não tem X-FI?

IPOD 1, X-FI 2

Ainda não me posso pronunciar quanto aos extras, aplicações suplementares dos dois MP3 porque simplesmente ainda não conheço as capacidades de cada um. No entanto não pretendo dar grande importância a estas, um leitor de MP3 é para ouvir música, não para jogar solitário, snake ou afins. Entramos aqui em território conhecido do Steve que ouvi dizer que tem um IPOD que até dá para fazer chamadas... ou será um telemóvel que dá para ouvir música e não tem grandes características de telemóvel... não sei...


O veredicto: Se querem andar por aí como mais um "minion" do Steve, com uma peça demasiado cara para as carcterísticas, comprem um ipod. Se querem andar com uma peça de design elegante, comprem roupa ou acessórios de moda. Se querem ouvir música, façam um favor a vocês próprios, à vossa carteira e às manias do Steve e comprem um Creative Zen X-FI.

quinta-feira, outubro 16, 2008

Sobre mamas, amor e fé


Quando acordei tive dúvidas acerca do tópico deste texto. Mamas ou amor? É certo que o mundo gira em volta destes dois (ou três) assuntos. Torna-se complicado escolher. São assuntos muito trabalhados por diversos autores, já foram vistos por todos os ângulos e as opiniões de quem os experiencia são extremamente variadas. Portanto vou falar da crise económica, algo que influencia ambos os últimos.

Ora vejamos, a crise económica leva o casal a ter que se esfolar para pagar os 340 (mil) empréstimos que contraíram. Assim chegam a casa todos os dias carrancudos e quem sofre é o amor, o sentimento e o verbo. Não há amor nem "o" amor! E sem dinheiro para comprar uma marca de leite que venha da vaca, a última coisa a pensar é em juntar um dinheirinho para aqueles implantes de silicone que ele (e ela) tanto quer!


A verdade é que toda a gente já ouviu falar da crise, nem que seja porque eu contei. E uma crise como estas vem dividida em dois tempos ou três, se tiverem atenção.

O primeiro tempo, difícil de distinguir para o comum mortal, é a entrada em crise. Sim, nós estamos sempre a entrar em crise, a subida dos juros não é entrada em crise, sempre que um português diz "isto é a crise" não é crise! Poucos conseguem olhar para o mercado e dizer "se esta tendência do mercado se mantém, isto não vai dar sopa de agrião", ainda menos os que conseguem utilizar termos técnicos em vez de sopas deliciosas. A entrada na panela passou-nos mais ou menos despercebida, até porque teve um maior peso nos Estados Unidos e as únicas notícias a vir de lá para os jornais portugueses são entre o Obama e a Palin (não contem com o velhinho, já não vale a pena).

O segundo tempo é meso, é o ponto de viragem em que toda a gente se apercebeu da borrada que se fez. Os empresários têm medo pelos seus bancos e investimentos, os cidadãos singulares têm medo que o dinheiro que têm no banco vá dar um passeio ao bolso de alguém. E esta é uma altura muito sensível! Não fossem tomadas grandes medidas para assegurar aos povos (lembrai-vos que no mundo não estamos sozinhos e a economia Ocidental funciona como um castelo de cartas) os seus 15€ que estão na caixa ou no BES, existiria um risco aumentado da corrida ao banco. E a corrida ao banco é equivalente ao retirar a carta da base do castelo, é o quebrar completo da economia.

Neste momento a situação já se encontra semi-endereçada com as acções dos governos. No entanto existe um passo muito importante no reanimar económico: a fé. A economia de um país e do mundo baseia-se em dois componentes muito importantes: o "expertize" dos profissionais e a "fé" de todos. Se o senhor do bigode ou o senhor do cabelo lambido pela vaca não acreditam que se meterem dinheiro na máquina ela retribui com mais dinheiro, então vão é meter o dinheiro no bordel que ao menos ficam bem servidos (e afinal de contas já têm os dois herpes e clamídia, qual é o problema?). A perspectiva é positiva, pelo menos parece-me que a fé está a aumentar. O que leva ao terceiro tempo.

O terceiro tempo é o prognóstico. Como na história natural da doença, leva a remissão, morbilidade ou morte.

Na remissão dos sintomas económicos, a máquina do investimento a pouco e pouco volta a ter a cridibilidade e força de antes. Os investidores retomam a sua fé e está tudo bem... pelo menos até serem incrivelmente idiotas para voltarem a investir em algo perfeitamente estúpido e perderem o dinheiro... de novo, voltando a ter uma crise... de novo.

Na morbilidade a máquina fica quase permanentemente afectada. É certo que não existe uma sincronia entre o que se passa com o corpo humano e a economia, esta última regenera sempre enquanto houver humanos. Mas pode sofrer um embate tal que a credibilidade de certas instituições, certos negócios e a máquina empresarial em geral fiquem gravemente manchadas. Isto traz consequências a longo prazo, abrandando o crescimento. Mas a gente já passou pela inquisição, avanços mais lentos que nesse tempo são impossíveis!

Hoje tiveram que arrancar o pequeno almoço das rodas do carro? Foram trabalhar ou à escola? Os grupos da vossa roda alimentar são "do esgoto", "atropelado", "canibalismo" e "madeira prensada"? Então ainda não se chegou à morte do sistema económico, tal como na grande depressão que estudaram na escolinha. Existe uma paralização tão grave do sector económico que a rotação e geração de riquesa estagnam. As empresas fecham, as pessoas ficam desempregadas e sem dinheiro. Os preços baixam tanto devido à queda na procura que deixam de haver lucros, que levam mais empresas a fechar e mais pessoas a ir para a rua. É uma festa que só pára num óptimo plano ou num péssimo regime. De qualquer forma as consequências da morte económica são tão nefastas que serão impensáveis para a maioria da população ocidental.


Rezem... tenham fé... POR FAVOR!!!

terça-feira, agosto 19, 2008

À entidade responsável pelos jogos olímpicos

Caros senhores(as),

Sinto-me profundamente desiludido pelo vosso empenho em atribuir medalhas a Portugal nestes jogos Olímpicos de 2008. Até ao presente dia apenas recebemos uma medalha de prata, muito aquém do que nos havia sido prometido nos spots publicitários que têm cursado infinitamente nas televisões generalistas.
Como é que há direito um homem que nem sequer sabe falar português, chapinha umas quantas vezes na água e leva 8 medalhas? E os nossos direitos? Nós, que nos andámos a esforçar tanto, na labuta dias inteiros e a esperançar pelos nossos atletas e depois não nos atribuem as tão merecidas medalhas? Sabem ao que chamo quando é um só galifão que arrebanha tudo? Fascismo! Algo que não esperava vindo da China! Vocês são uns vira-casacas e vou dizer ao Che Guevara! Como é possível? As medalhas deviam ser distribuídas uniformemente por todos os que trabalharam! E nós que trabalhámos tanto, depois só levamos uma e nem é de ouro!

Mais ainda! A gente deixa os chineses abrirem milhentas lojas cá na nossa terra, já a mercearia do Sr. Bernardino fechou e ele só vendia ao triplo do preço! E como é que nos pagam? Levam a riqueza do nosso país e depois medalhas!? Viste-las! E os restaurantes chineses? Eu sei bem o que fazem aos velhinhos! E a gente continua a comer a avó Ming, caladinhos, não dizemos nada à ASAE e depois quando é para vocês retribuírem, é o que se vê!

Já para não falar nas medalhas todas que andam a levar para vocês próprios! Que foi? Não gostam de partilhar? Se eu soubesse que ia ser assim, a gente nem tinha posto aí os pés. Egoístas pá! Deixem os outros ganhar medalhas também! Mas nãããão! Organizam os jogos e depois ganham quase tudo! E deve ser quase tudo porque têm peninha de nós! Não queremos as vossas medalhas de consolação, julgam que eu não sei porque andam sempre de olhos fechados? São uns desconfiados, é o que são! E depois nem o fogo de artifício até ao estádio fizeram, foi tudo por computador! Digo que fiquei muito decepcionado.

Termino com o seguinte ultimato: ou nos dão medalhas de ouro ou entramos em greve geral! E depois quero ver o que fazem sem nós!


Atentamente,


Associação recreativa dos reformados de Covões de Baixo

Norte vs. Sul

Uma disputa de muitos anos. Primeiramente o Sul era a porta dos mouros, daqueles que trouxeram o alguidar e a laranja. O norte era o reduto português, onde valorosamente a nobreza mantinha a bandeira de Portugal.

Hoje em dia a querela é outra. Destino de férias? História contra quilómetros de praia. Calor insuportável do interior contra ares do mediterrâneo. Para onde é que eu prefiro ir, adivinhem... mas existe gente que prefere o interior, normalmente por razões específicas. Eu cá dou-me melhor com praia.

Neste momento escrevo a crónica em questão do 15º andar do hotel Guadiana, em Monte Gordo. Consigo ver o mar daqui e não tenho alguém a questionar-me de 5 em 5 minutos o que quero almoçar amanhã... ao contrário de Chaves.

Mas Chaves tem a sua beleza:

Património histórico português, onde centenas de bastardos deram à luz, Chaves localiza-se a curta distância do fim do mundo, juntamente com Bragança, Miranda e outras terras que só se ouvem falar em documentários feitos em 87 da RTP2 e por pessoas que falam de um modo estranho.
Chaves é berço de infinita beleza histórica, com o seu forte, transformado num hotel, as muralhas e a torre que ergue no seu topo a bandeira portuguesa. Relatos indicam que esta foi adquirida num chinês ao pé da rua de Sto. António após a anterior ter sido utilizada como toalha no culminar das relações entre o guarda nocturno da torre e a irmã do sr. Engenheiro. A única prova de tal afirmação é o formato das torres da bandeira característico do filme do Aladino.
Mas o melhor da terra flaviense é sem dúvida o aglomerado populacional. Constituído por 1500 cidadãos efectivos e 77529 residentes em França, Chaves conserva o espírito e aroma da aldeia, sendo no entanto totalmente adaptada à vida moderna.
Os residentes efectivos acolhem qualquer indivíduo, desde que seja português, branco, recenseado, associado a um partido e clube de futebol e não goste de espanhóis.
Os residentes da época balnear, voltando às suas origens, distinguem-se por um dialecto que cruza o português e o francês, não adoptando porém qualquer das duas línguas correctamente. São agrupados frequentemente em famílias, o pai, a mãe e a prole numerosa. O pai afirma-se pelo fígado pronunciado no abdómen e a mesma camisa que usou quando emigrou para França com pelo menos 4 botões desapertados. A mãe é diferenciada por uma tentativa fútil de seguir as tendências da moda. A prole denota-se por um total desconhecimento das premissas sociais e código moral, gosto exuberado por hip-hop francês, evidenciando graves danos cerebrais e auditivos e vestes similares sobretudo em fibras sintéticas.
Chaves aposta no ambiente. Os seus outrora numerosos jardins estão agora cobertos por vastos campos de betão e cimento, evitando assim os gastos de água com vegetação.
Mas Chaves também é sinónimo de tecnologia e inovação! Grandes marcas do desenvolvimento são as lojas “multimédia” como a “Mundo da Música Megastore” com uns amplos 10 metros quadrados repletos de Cds, encontrados hoje apenas nas prateleiras das lojas nas áreas de serviço menos frequentadas. Com uma grande panóplia de lojas de informática, quase dá a impressão que alguém ali percebe daquilo.
Finalmente, Chaves é terra de saúde, lar das famosas termas flavienses. Não há melhor remédio para qualquer mal como água meio a ferver cheia de minerais arrastados do solo. Mas não digam nada à ASAE que se vêem os “avecs” e os “vacanses” a lavar os pés onde os velhinhos enchem os garrafões, levam aquilo tudo pela frente!

Concluindo, qualquer viajante que siga à descoberta por territórios nortenhos portugueses deve sem dúvida fazer um pequeno desvio e visitar Chaves, património, cultura, ambiente, tecnologia, saúde. Chaves: je t'aime trop.

terça-feira, agosto 05, 2008

The detour

As I sat and wondered...
all the wreckage I summoned
into such a tiny little space
how it's wrinkled my face
how my smile is twisted
with cry and despair

Oh the despair
Such disparity
between a smiley face, a farce
and a grieving heart

So as I sat and wondered
What I could do to undo what I've done
I wrote how I felt
and after all the emotion had spilled
the problem had still to be dealt


5 de Agosto, os problemas não se resolvem ao pensar nas suas consequências.

domingo, julho 13, 2008

A minha mãe

Eu tenho somente a comentar que a minha mãe é um génio. O seu génio apenas é ultrapassado pela sua beleza e astúcia.

(Tenho inclusivamente convicções que ela consegue saltar por cima de prédios, com pernas tão esbeltas e definidas)

A minha mãe detém a melhor capacidade para realizar compras. É efectivamente superior a qualquer outra mulher, homem, português e internacional, prevendo com acuidade espantosa todas as tendências da moda e épocas de saldos. Os seus extraordinários poderes psíquicos conseguem subverter qualquer empregado com a mania, contudo o seu carisma provoca empatia em qualquer pessoa de bem.

A minha mãe tem a presença de um imperador, sendo que multidões de plebe lhe abrem caminho e estendem casacos pelo soalho conspurcado do "food-court". Ostenta o orgulho de uma rainha, encurvando os bigodes de aristocratas, e a harmonia física de uma princesa, incitando passivamente hordas de construtores civis a organizar metáforas grosseiras acerca do seu aspecto.


Finalizando, a minha mãe ganhou uma aposta comigo na qual eu escreveria um post no meu blog se perdesse. Como fui suficientemente burro para apostar sobre épocas de saldos mereci a "oportunidade" de escrever adjectivos simpáticos sobre ela em domínio público.

quinta-feira, julho 10, 2008

Arrebenta

Há umas semanas se não estou em erro nasceu um grande blog sobre música. O Arrebenta (link na barra da esquerda) tem uma visão muito abrangente, abordando vários artistas mais ou menos conhecidos.

...e depois há isto...



A sério, aconselho a verem o clip, é extremamente didáctico e assenta nos valores que fundaram este país. Não está na constituição alguma coisa sobre mandar caixotes do lixo públicos para o meio da estrada?

Tentarei agora emular o estilo do Arrebenta, produzindo uma biografia para o grupo a que chamaremos ZÉ. Aproveito para vos remeter para o blog em questão que prima por um óptimo conteúdo e avisar que de forma alguma isto é uma tentativa de insulto ao mesmo, apenas uma adaptação a uma situação caricata que espero que nunca lá seja abordada.


Os Zé, grupo constituido por balawild, ss xarrito e don nuno, foram fundados em 2005, ano em que finalmente conseguiram pôr as mãos num set de mistura profissional. Existem divergências biográficas no método como o conseguiram, sendo as duas teorias que o roubaram de uma carrinha estacionada em frente a um estúdio ou que compraram com dinheiro das vendas de cocaína na população da Beloura.
A grande motivação para a formação dos Zé foi a promoção da leviandade feminina através do conteúdo gráfico e verbal, sonho que os três constituintes principais do grupo tinham desde que haviam começado a roubar a carteira às raparigas dos colégios privados em pleno acto sexual, aos 13 anos de idade.
O seu primeiro hit, "xuta xuxuta", foi um êxito, resultando em 3 incursões da PSP por conduta inapropriada, mais de 25 tiros de aviso disparados e despesas na reposição de caixotes do lixo públicos em mais de 3000€.
O grupo possui um conglomerado de fãns bastante coeso, tendo já ajudado na elaboração de videoclips e organizando festivais de promoção da banda, denominados na giria por "arrastões".
Desde o primeiro hit dos Zé, a banda sofreu alguns conflitos internos, tendo cada participante iniciado uma carreira em separado. No entanto são várias as fontes que predizem novos projectos dos Zé, nas palavras de don nuno, "ainda há muito caixote do lixo por aí para mandar para o meio da estrada".
Já foram requisitadas aos Zé várias entrevistas, no entanto existe uma insistência por parte deles em levar o advogado e discursar num dialecto que difere consideravelmente do português. Como resultado após horas de trabalho de tradução só se obteve a frase "eu não fiz nada".


Nota final: os Zé são do SLB

Pantagruel psicológico

Acabei de endireitar uma caneta paralelamente à mesa onde está. E pronto, esta é toda a ordem da minha vida. Não me atrevo a dizer que tenho uma má vida, muito pelo contrário, anos de espancamento deram-me uma bela carapaça para suportar tudo com um sorriso na cara... mas dá para ter um bocadinho de descanso? Vá lá, só uma semana em que não tenha que

-ter problemas financeiros para resolver
-socorrer família
-ter problemas amorosos metaforicamente nucleares
-insultar a torto e a direito os técnicos de informática de outrém
-salvar o mundo

Eu juro, se o cabelo não me sai da frente dos olhos faço pente 0! Isto é demais! E o melhor é mesmo ficar a pensar o que podia ter feito melhor...
Sim! Podia ter feito melhor! Mas não fiz, fiz o que podia! E peço gentilmente que não me crucifiquem quando me esqueço de uma agulha depois de limpar o palheiro.

É mesmo esse o ponto de interesse. O "ponto de partida". Porque o ser humano é a maior besta à face da terra, não se contenta com um chocolate, quer logo a caixa. Eu sei porque sou guloso. E eu, juntamente com mais não sei quantos bons samaritanos habituamos mal as pessoas. Estou sempre lá para toda a gente. Depois um dia não estou e sou a pior monstruosidade a desgastar terreno. É profundamente irritante. Especialmente quando a experiência me ensinou que os cabrões são sempre recompensados. Maquiavel já o disse, Darwin disse-o à sua maneira e ainda assim andam aí idiotas como eu.

Agora vou passar a ser cabrão! Se calhar tenho mais sucesso e não tenho a minha tia a dizer-me para ir a Lisboa fazer companhia à minha avó no hospital porque ela tem "coisas para fazer", código para ver a telenovela. Se calhar assim tenho meio mundo a lamber-me o rabo.

Francamente, nunca pensaram nisso?

domingo, junho 08, 2008

A bola

Passei uns bons momentos a perguntar-me se escreveria este post, já que planeio para breve um novo projecto, um projecto mais amplo, mais dinâmico e sem dúvida melhor (por alguma razão vem substituir este). Mas devido aos consecutivos atrasos de que o 16B tem sido alvo, o Draft of a Life merece este “golpe de misericórdia”.


O que é a bola?

A bola é um objecto esférico, regularmente usado para transformar uma cambada de saloios na multidão mais orgulhosa do seu país, no espaço de uma semana após a última vitória ou até à próxima derrota, aquilo que vier primeiro.


Sim, vou falar do Portugal-Turquia.

Evidentemente que o jogo começou “nervoso” e acabou bem, a parada de comentadores que ocupou o tempo de antena de todos os canais fez questão de repetir isso várias vezes durante uma infindável emissão do “nós ganhamos o euro 2008”. Não estou aqui para dizer isto, até porque nunca joguei futebol a um nível profissional ou tentei ser comentador político e portanto ainda não me qualifico como comentador desportivo.

Estou aqui para falar da “mob” do marquês. E eu conheço bem as massas do marquês porque a TVI ocupou 30 minutos dos invulgares 45 do telejornal a mostrar essa gente tão requintada.

Nada grita nacionalismo como enfrascar-me, ver a bola com os amigos enquanto partilho os mais refinados aperitivos da cave de bens alimentares confiscados pela ASAE e, ao apito final que soa a primeira vitória, celebrar este povo magnânimo que é o povo português… ah… porque é que as guerras não se travam com uma bola de futebol, assim até a gente não se armava em preguiçosos. Dizem inclusivamente que Vasco da Gama só foi à Índia porque estava a treinar cantos com o Figo e chutou a bola com força demais e adivinhem onde foi parar?

Sim, Portugal foi criado em torno do futebol mas claro que no tempo do Viriato não se chamava assim. Este tinha um nome muito pomposo para tal distinto desporto. Infelizmente não teve tempo de transmiti-lo à sua prole já que lhe limparam o sebo antes do grande Portugal-Itália. Isto é tudo especulação, não existem provas históricas precisas que remontem a esta data. No entanto vários documentos submetidos a análise por imersão em cerveja, nomeadamente facturas da água e listas de compras, evidenciaram que D. Afonso Henriques decidiu largar as amarras dos Castelhanos porque defendia uma táctica mais dinâmica em que os jogadores podiam ter alguma liberdade de posição, tornando os seus movimentos menos previsíveis.
Com um passado tão ligado ao desporto rei, não admira que massas tugas chorem e vibrem como átomos com o rabo a arder quando o Pepe marca um custoso golo. É perfeitamente racional gastar o cheque do ordenado em cerveja no primeiro jogo porque assim não arriscamos ficar com aquele dinheiro todo por gastar se eventualmente perdermos mais à frente. Como aficionado da bola espero que tal não aconteça porque eu realmente gosto de ver um jogo bem jogado e

E eu sou português quando convém e quando não convém!

Sabem o que é isso? Ser um português na íntegra é ter orgulho no país que me criou, com todos os defeitos que possa ter a populaça medíocre que é como sal na nossa terra! É conhecer minimamente a nossa história, preocupar-me com o destino de Portugal, é gozar com o Sócrates não porque ele tem um nariz muito sensual mas porque ou faz asneira ou convence pelo menos 50% de Portugal por meios retóricos que é a única opção viável. É criticar os que são portugueses quando Portugal mete dois à Turquia e “Peninsulares” quando as coisas correm mal.

Notas finais, para os pára-quedistas que baterem com o rabiosque neste blog em vias de extinção e não possuam uma base histórica mínima: Não, Viriato não morreu porque ia jogar futebol contra Itália, D. Afonso Henriques não tinha uma querela com os Castelhanos devido a um futebol mais conservativo, também não sei qual é a cor das cuecas que o Eusébio usou no último jogo da carreira, só espero que ele as tenha lavado antes de voltar a usar senão a jóia da família já deve ter fermentado a vinagre.

O futebol é um dos vários desportos que se praticam em Portugal, é uma área como muitas outras em que portugueses se distinguem e isso deve trazer-nos alguma felicidade e não fazer de nós animais que falam por piropos e buzinadelas e só bebem água de cevada fermentada.

segunda-feira, abril 28, 2008

Culto do "pois"

Os 19 anos foram o meu desabrochar pessoal para a questão vida-morbilidade-morte. Pelo menos numa perspectiva do que me toca mais fundo e, desde a morte do meu avô, sinto mais a dor e mortes à minha volta.

Mas não vou incomodar aqueles que já partiram deste mundo. O que proponho aqui é uma pequena análise de todas as personagens da familiar peça do "não sei quem está muito mal".

Ao ser confrontado com a afirmação acima, até agora verifiquei que ninguém sabe verdadeiramente responder. Dizem "pois", tanto verbalmente como corporalmente, ou desbobinam os clichés todos que vão apanhando ao longo da vida como "estava na altura", "força", "X não quereria que estivesses triste". Não é que uma pessoa não sinta realmente o que está a dizer mas na qualidade de seres humanos não me parece que estejamos preparados para problemas que possam por em causa a nossa existência ou a de alguém que gostamos.

Portanto estamos de certo modo destinados a proferir clichés. Isso faz de nós más pessoas? Não creio, simplesmente não temos outra escolha. Temos apenas que fazer as palavras valerem de algo!


Presumo que todos os leitores tenham ido a um velório ou funeral em determinada altura da vossa vida. E provavelmente repetiram as palavras que já ouviram cem vezes. Àqueles que as proferiram apenas para "não parecer mal", por favor retirem-se deste blog para a vossa egocêntrica existência. Os outros quiseram consolar alguém e fizeram-no da única maneira que sabiam. É este o aspecto importante, a acção. De todas as pessoas que vão a um funeral gastar saliva com familiares, um punhado realmente faz algo pelos que estão mal depois da cerimónia. De repente a família de um morto fica bem?


Yeah, right!


O poder da palavra hoje em dia é sobrevalorizado. Isto porque as pessoas esqueceram-se de que se a palavra é uma espada, continua a precisar de um braço a abaná-la de um lado para o outro! A espada só por si não serve de nada, apenas para enfeitar.

Concluindo agora este deprimente, contudo necessário artigo, da próxima vez que vos puserem uma bomba nas mãos, não pensem "o que posso dizer" mas sim "o que posso fazer". As acções pesam muito mais que as palavras e quando sabemos o que fazer é mais fácil saber o que dizer. E até pode sair um cliché da vossa boca, não são as palavras que disseram que o vosso amigo vai lembrar, vai ser aquele dia em que o foram visitar para tentar animá-lo e fazer regressar ao mundo dos vivos. E se levarem uma sopinha, tanto melhor.

PS: este artigo não é um manual de sobrevivência para velórios. É sim uma sugestão para lidar com todo o tipo de bombas com uma das minhas atitudes mais publicitadas: não digam, façam!

sábado, abril 19, 2008

Quando o momento é solene...



Felizmente o nosso primeiro ministro (que de momento está tão mediático como o homem que inventou as coberturas para o fogão) consegue estar sempre à altura da situação! Pelo menos não disse:

Xé, mesmo tótil!
Bacano sósse!
Hiper mega ri-fixe!
Estou com incontinência!

Apesar de que se tivesse dito a última, teria muito mais facilidade (e consciência mais leve) em aplicar a cara do honorável Primeiro Ministro José Sócrates (que no meu ponto de vista até nem é o pior PM que já tivemos) na velhinha do anúncio do Lindor.

Vamos ter esperança para o próximo tratado, as fraldas não fogem!


PS: Dou uma prenda especial ao indivíduo que conseguir adivinhar a quem pertence o corpo em que foi aplicada a majestosa face do nosso engenheiro favorito! Uma dica: não é o Francisco Louçã nem o Boss AC DC.

segunda-feira, abril 14, 2008

Triumph


Lembram-se do filme “Mente brilhante”? Podem começar a rodar o próximo, eu cedo os meus direitos por pouco!

Descobri o “ângulo” que a Triumph está a usar para aumentar exponencialmente as suas vendas de lingerie!

O plano é simples: plantar cartazes de mulheres seminuas por toda Lisboa. As mulheres vêem a lingerie, apreciam e compram. Já conhecemos esse lado. Mas os homens! Os homens meus filhos! Os homens vêem as mulheres seminuas e passam o seu horário de serviço a pensar e a remoer sobre os “bocados tapados e destapados” (visto que todos sabemos que o trabalho dos portugueses é um mito). Quando picam o ponto exactamente à hora de saída (ser explorado não é connosco!) sentem remorso por terem perdido tanto tempo não a pensar na mulher mas na menina que usava um pouco de azul-bebé e muito cor-de-pele natural. Assim, num último gesto de redenção, compram a dita lingerie para oferecer à esposa.
Ela ganha um terço de fato novo, ele ganha paz de espírito, a triumph ganha o salário do pacóvio. E todos estão felizes!

Comboio vs. Automóvel

No decurso de uma conversa com a mãe da minha namorada, foi-me questionado porque não me desloco para a faculdade de Ramirez (e para os que desconhecem, refiro-me ao meu fantástico carro) em vez apanhar dois comboios e um metro.

A resposta parece-me óbvia: eu sou masoquista.

Continuando o hábito de ruminar acerca das minhas acções, discursos e discussões, respondo um pouco mais detalhadamente porque prefiro andar de comboio (e comboio e metro).

1. Os gastos em gasolina submeteriam o meu orçamento a grandes dificuldades, por outras palavras não poderia comprar de 15 em 15 dias algo que me parece muito giro\engraçado\interessante do momento em que lhe ponho olhos até 15 minutos depois de o comprar.

2. O ambiente. Não reciclo porque não quero pagar os putos irritantes da televisão a guincharem para reciclar, não planto árvores porque não tenho intenções de encobrir esqueletos de fetos mal mastigados (perguntem ao rafa), todo o santo dia desperdiço litros de água para remover as amarguras do dia anterior, aquecida a 40º para cima de modo a que solubilize toda a gordura que fez o seu trajecto da fábrica de bolos demasiado luzidios até cada milímetro de pele que recobre as minhas fantásticas entranhas. Não vou derreter petróleo e transformá-lo em diluente de calotes.

3. Comodidade. Não me acostumo à ideia de que tenho que passar 30 a 60 minutos sentado a virar um leme quando posso passar 30 a 45 minutos sentado ou em pé a ler, escrever e sentir medo pela minha vida.

4. Não aprecio o isolamento completo que se sente quando se está sozinho num carro. Prefiro o silêncio desconfortável que se sente no comboio.

5. Talvez a mais importante: se não viajasse de comboio não teria tantas histórias para contar! Ainda hoje estava confortavelmente sentado no meu assento desconfortável e verde quando se acercam dois cavalheiros britânicos disfarçados de “rastamen” e um deles habilmente e sem sentido de politicamente correcto inicia o processo de produzir um charro. Podia estar encarcerado no meu Ramirez a sofrer a tortura da música em condições e ar condicionado mas nãaaaaao! Estava a presentear o orgasmo do rastaman – a expectativa de que será este o charro que o fará sentir “aquela pancada” original, a primeira que lhe tirou a virgindade, no tempo em que ele tinha risco ao lado e experimentou uma “passa” por pressão do grupo. Ou a história do jovem que dizia que os heterossexuais eram naturalmente mais deprimidos (eu achei-o realmente deprimente) ou o homem que cheira a vinho às 7 da manhã.

E a oportunidade de ver o mundo através de uma amostra maior? Perguntem-se, com todas as idas e vindas de carro, têm realmente tempo para se debruçarem sobre a maravilha que é a fluidez dos seres humanos? Nunca ninguém ensinou regras de conduta do comboio, no entanto todos (quase, vamos excluir a escória da sociedade) agem similarmente, como o código do urinol (um urinol de intervalo) e outras regras implícitas! Como estamos todos inevitavelmente presos a uma rotina diária, nem que essa inclua inventar algo de novo para fazer. A paz de espírito de estar tão acompanhado mas tão reservado dentro de nós mesmos. A quebra inevitável do nosso espaço pessoal na hora de ponta, difícil no início mas habitual após uns dias. Admito que viajar de comboio de manhã para as aulas, apesar da horrível raiva que me dá ter que preparar uma hora para viagens, traz-me paz, um sentimento de que tudo está como deve estar no mundo, bem ou mal mas obedecendo ao relógio e à rotina. Durante a tarde e principalmente à noite pondero a hipótese de me roubarem a carteira e os rins, daí que seja apologista do automóvel em situações mais perigosas do que o habitual, mas fora isso não daria os meus mamarrachos verdes por nada neste mundo… excepto tudo além dos primeiros.

6. Já repararam quão difícil é arranjar lugar para estacionar em Lisboa? E tentar fazê-lo sem pagar a máfia da EMEL ou os técnicos de parqueamento público, mais conhecidos como “destrosse” ou “arrumadores de carros” como o Bill Gates gosta de lhes chamar quando vem a Portugal. E pelo menos sem perder o dinheiro do almoço? Pois é…

Após a exposição destes sucintos pontos, concluímos duas verdades:

1. Provei que sou masoquista
2. Não vou deixar de andar de transportes públicos até resolver o problema mencionado acima.


Estas foram as conversas com um polvo chamado José. Boa noite e até para a semana.

domingo, abril 13, 2008

Neobux, o novo PTC (Paid to click)

Durante incontáveis horas a fio o Homem mirou a televisão e murmurou entre dentes "nunca mais acabam os anúncios". Atentou no seu blog favorito e gritou a sua alma para que as quantidades bíblicas de publicidade se afastassem e o deixassem ler em paz. Incontáveis vezes dissemos "não me pagam para isto".

E depois surgiu o sistema PTC, onde a gente passou a ser paga pelos anúncios que via. Entre poucos destacaram-se os que não eram scams e há um tempo atrás um português perguntou-se "o que falta nos sistemas PTC?"

Foi então que nasceu o Neobux, fundado por um português (segundo as minhas fontes) para ocupar aquele espaço que faltava, o da inovação!

Mas abordando factos concretos, como funciona o Neobux e os sistemas PTC?

Em primeiro lugar, nos PTC a gente é paga por ver publicidade que os anunciantes pagam ao dono do sistema para mostrar, ou seja, recebemos uma parte da receita. Claro que é uma pequena parte mas podemos aumentá-la consideravelmente se convencermos outros a juntarem-se ao site! Nesse caso a outra pessoa ganha dinheiro através do sistema mas a gente também ganha entre 50% a 100% do que ela ganhou!

Continuando a ser um mínimo se a gente tiver um referido, quantos mais tivermos, mais notáveis serão os ganhos! E o dono do sistema PTC agradece porque continua a meter mais ao bolso, a lucrar com os nossos lucros!


Agora as vantagens do sistema NeoBux:

Existem inúmeras vantagens para os anunciantes, que no caso de estarem interessados podem consultar no site. Para nós (os visualizadores) temos anúncios que rendem mais ao clicar, regalias especiais pela inscrição em Abril, um site mais "fluido" que qualquer outro PTC e... fazemos dinheiro! É o sistema mais rápido que conheço, fazendo pagamentos em menos de 48 horas e efectuando os pedidos em menos de 15 minutos!

Para aqueles que já estão convencidos, cliquem no banner abaixo e comecem já a fazer a vossa lista de referidos! Toda a gente é referido de alguém (mesmo sem saber) portanto aproveitem e tornem-se meus referidos (bastando seguir o meu banner em baixo) e usufruam de assistência técnica pessoal e talvez até uns concursos que poderei vir a organizar!



Terão que criar também uma conta "Alertpay", um serviço semelhante ao paypal que permite transferir o dinheiro que ganharem para a vossa conta bancária, se ainda não a têm. Podem (devem) utilizar o link abaixo:


http://www.alertpay.com/?7ufMuYKP0q4aaBpi2JFaEw%3d%3d

A conta Alertpay é um requisito para a maioria dos PTC, a não ser que não seja suposto serem pagos... e não é esse o objectivo?

Infelizmente ainda não vos posso indicar histórias de sucesso do Neobux, visto que ainda não foi inaugurado a 100%. Existem porém várias histórias de outros sistemas PTC de fulanos (palavra mágica, não?) que fizeram grandes lucros no negócio! E no caso de o Neobux ser um esquema:

Não perderam dinheiro no processo;
Podemos juntar-nos todos e espancar o tuga que criou esta maravilha!

Agora para os que decidiram empenharem-se no sistema, podem aproveitar a oferta de pré-inscrição e comprar um pacote Golden (referido usualmente por premium) que oferece grandes vantagens:

Pagam mais pelos clicks nos anúncios teus e dos teus referrers;
Pagam-te 10% pelas compras dos teus referrers.

Normalmente os pacotes premium dos sistemas PTC custam 54$ para cima. Na oferta especial, está a 30$, tudo incluído! De momento, aproveitando o dólar estar nas ruas da amargura, ronda os 18€! Pessoalmente acredito que seja um valor muito bom a aconselho, na minha experiência, a aproveitar.

Por falar em aproveitar, aproveitarei o DoaL para ir descrevendo a minha viagem pelos sistemas paid to click, um mundo mágico em que tudo parece ser demasiado bom.

terça-feira, abril 08, 2008

José Mourinho é o treinador mais bem pago do mundo


José Mourinho é o treinador mais bem pago do mundo, segundo a revista "France Football". E não é o melhor português de sempre!

Mas porque é que esta notícia me chamou a atenção?


Frequentemente nós (os portugueses) tendemos a dizer mal do nosso país e de nós mesmos. Está inclusivamente publicado no livro X que a produtividade de um trabalhador português é dolorosamente inferior à de países com nome sonante que não fazem parte da OPEP.

Não desesperes!

Na realidade Portugal não está semeado com grandes personalidades porque muitas delas, em busca de condições de trabalho adequadas à sua magnânima capacidade, deixam o nosso país. O Mourinho é uma grande personalidade porque o football está a florescer mundialmente a partir dos locais onde já se havia estabelecido quase como religião. Aparece na capa de jogos, leiloa casacos por cheques chorudos e sim, nós olhamos para ele, também com um pouco de inveja mas sobretudo com esperança. A esperança de que sejamos todos tão reconhecidos e valorosos quanto ele.

Portugueses, façam-se ouvir! Mas não pela vossa voz, pelas vossas acções! Vamos dar no duro, vencer a escala da produtividade e transformar este pequeno país que um dia se libertou das amarras castelhanas para forjar um novo destino!

Claro que nem o Mourinho nasceu a saber planear o cruzamento ou táctica perfeita nem o Egas Moniz descreveu o sifão carotídeo à nascença. Baseado nos valorosos percursos destes dois icones mundiais, decidi escrever um pequeno auxílio ao renascer português. Não se vão embora, só tem dois pontinhos!

1. Pensar em perspectiva;
2. Trabalhar o melhor possível;

Onde é que já leram isto? Sim, em todo o lado. São características das pessoas que têm sucesso na vida: abertura do pensamento, objectivos bem traçados e auto-motivação para os atingir! Eu sei que o Sr. Albano se traçar o objectivo de comprar um BMW até consegue gerir bem o seu ordenado para juntar o dinheiro. Não é este o tipo de objectivo, daí o pensar em perspectiva. Quero que pensem no "sonho" (a casa, o carro, etc) e depois adicionem a ambição (reconhecimento e vontade de crescer e deixar uma verdadeira marca no mundo, mesmo depois de partir). Este sonho implica trabalho até morrer (em diferentes graus, graças a Deus) mas é esta a mente intrépida de todas as pessoas cujo nome conhecemos, menos a Paris Hilton. Essa é só menina do papá.

Agora que já leste isto, não tens trabalho para fazer? Não estás fora da hora de almoço ou com o livro de Química aberto ao teu lado? Vá, só um esforço para o Quinto Império que Fernando Pessoa nos ensinou a acreditar.

PS: ponto 3, NÃO ROUBAR!